REGIÕES
MONTALEGRE: INVESTIGAÇÃO ARQUEOLÓGICA CONFIRMA ACAMPAMENTO MILITAR ROMANO
Uma equipa de arqueólogos confirmou a existência de um acampamento militar romano com cerca de três hectares em Tourém, concelho de Montalegre, após a investigação no terreno que decorreu em maio, disse hoje o município.
Uma equipa de arqueólogos confirmou a existência de um acampamento militar romano com cerca de três hectares em Tourém, concelho de Montalegre, após a investigação no terreno que decorreu em maio, disse hoje o município.
O lugar de Vegide, inserido na zona transfronteiriça do Alto da Raia, entre Montalegre (Vila Real) e Ourense, foi alvo de uma campanha arqueológica durante o mês de maio com o objetivo de validar a hipótese de se tratar de um acampamento militar romano, a qual foi agora confirmada.
“Em primeiro lugar conseguimos validar a nossa hipótese inicial, isto é, estarmos perante um acampamento militar romano. Conseguimos documentar e caracterizar arqueologicamente a estrutura defensiva do recinto militar romano, composto por um fosso externo em ‘v’, escavado no substrato geológico e um talude interno construído com a terra retirada do fosso”, explicou o arqueólogo João Fonte, citado num comunicado divulgado pela Câmara de Montalegre.
Trata-se de um recinto fortificado de cerca de três hectares de superfície localizado entre Tourém (Montalegre, Portugal) e Calvos de Randín (Ourense, Espanha).
O investigador da Universidade de Exeter (Inglaterra) acrescentou que, através da prospeção geofísica, documentou-se uma “série de estruturas no interior do recinto, nomeadamente estruturas de combustão”.
“A escavação de uma destas estruturas permitiu-nos recolher algumas sementes carbonizadas que depois datamos através de radiocarbono. Com isto, conseguimos perceber que este recinto militar romano foi ocupado entre finais do século I a.C. e inícios do I d.C”, referiu.
Mas, foi também possível confirmar que houve ali “uma ocupação pré-histórica à qual se sobrepôs uma romana”.
“Observamos algumas estruturas em negativo, alguma cerâmica que, possivelmente, corresponde a um período anterior, talvez do Bronze Final ou da Primeira Idade do Ferro, embora ainda tenhamos que calibrar melhor a cronologia destes contextos”, referiu.
João Fonte salientou que se está “perante um sítio único com contextos e estruturas excecionais” e que “seria bom ampliar a área de escavação e prospeção”.
Para o vice-presidente da Câmara de Montalegre, David Teixeira, a descoberta demonstra que “desde o século I a.C. que os romanos andam por aqui” e que este foi “sempre um território apetecível”.
“O concelho tem que olhar para estes vestígios como uma linha de promoção no sentido de trazer estudiosos, salientou o autarca do distrito de Vila Real.
O achado arqueológico poderá contribuir para um melhor conhecimento dos processos de conquista e assimilação do território por parte de Roma, que começou por volta do século II antes de Cristo.
O sítio do Alto da Raia foi identificado através da tecnologia LiDAR, que faz uma espécie de varrimento laser aéreo e detetou um talude de terra e um fosso externo.
Estes dados foram fornecidos pelo Instituto Geográfico Nacional (IGN) através do Plano Nacional de Ortofotografia Aérea (Espanha) que, na última década, permitiu a deteção de inúmeros sítios arqueológicos.
Depois, a campanha arqueológica decorreu em maio e foi realizada pelo grupo de investigação romanarmy.eu, com a colaboração da empresa Era-Arqueologia.
A intervenção foi financiada pela Comissão Europeia, através do projeto Finisterrae, e conta com o apoio do município de Montalegre, Junta de Freguesia de Tourém, Ecomuseu do Barroso e o concelho galego de Calvos de Randín.
O projeto Finisterrae pretende investigar o impacto da primeira romanização no território situado entre o Sul da Galiza e o Norte de Portugal.
Romanarmy.eu é um coletivo científico que investiga a presença militar romana no Noroeste da Península Ibérica, sendo formado por investigadores de distintas universidades e centros de investigação europeus, diferentes disciplinas e especialistas em várias épocas históricas.
REGIÕES
PENAMACOR: POLÍCIA JUDICIÁRIA FAZ BUSCAS NA CÂMARA MUNICIPAL
A Câmara de Penamacor está hoje a ser alvo de buscas desde o início da manhã, confirmou fonte da Polícia Judiciária à agência Lusa.
A Câmara de Penamacor está hoje a ser alvo de buscas desde o início da manhã, confirmou fonte da Polícia Judiciária à agência Lusa.
As diligências decorrem no edifício da Câmara Municipal e os inspetores estiveram, pelo menos, no Serviço de Obras e Urbanismo.
Durante a tarde continuavam nas instalações vários inspetores da Polícia Judiciária.
O município de Penamacor, no distrito de Castelo Branco, é presidido por António Beites, eleito pelo Partido Socialista.
REGIÕES
PÓVOA DE LANHOSO: FALSO PROCURADOR COMPENSA LESADO E LIVRA-SE DE JULGAMENTO
Um antigo funcionário judicial do Tribunal da Póvoa de Lanhoso que estava acusado de burla qualificada, por se ter feito passar por procurador, acabou por não ser julgado, porque, entretanto, reparou integralmente o prejuízo causado.
Um antigo funcionário judicial do Tribunal da Póvoa de Lanhoso que estava acusado de burla qualificada, por se ter feito passar por procurador, acabou por não ser julgado, porque, entretanto, reparou integralmente o prejuízo causado.
Em nota hoje publicada na sua página, a Procuradoria-Geral Regional do Porto refere que a responsabilidade criminal daquele arguido foi dada como extinta por despacho de 04 de janeiro de 2024, face à concordância do lesado, depois da reparação integral do prejuízo.
O processo tem mais três arguidos, um dos quais acabou também por não ser julgado, nas mesmas condições do “falso procurador”.
Os outros dois arguidos foram condenados a penas suspensas por corrupção na forma tentada.
Um dos arguidos é um empresário ligado à noite, a quem fora aplicada, em processo criminal, a medida de coação de obrigação de permanência na habitação.
Este empresário comentou o assunto com outro arguido, “que se predispôs a pô-lo em contacto com um amigo, que tinha outro amigo, pretensamente procurador, que poderia resolver-lhe a situação”, ou seja, a alterar-lhe a medida de coação.
Em fevereiro de 2020, o arguido que se atribuía o estatuto de procurador e outro arguido contactaram o empresário e convenceram-no a entregar-lhes 50 mil euros, “com vista a conseguirem a alteração da medida de coação a que estava sujeito”.
O arguido preso em casa pagou aquele valor em duas tranches, uma das quais de 20 mil euros e outra de 30 mil.
No entanto, a medida de coação não seria alterada.
Um dos arguidos foi condenado na pena de três anos de prisão, suspensa na sua execução por igual período, com sujeição a regime de prova e imposição, entre outros, do dever de pagar ao Estado a quantia de 1.750 euros.
Outro arguido foi condenado, como cúmplice, na pena de um ano e seis meses de prisão, suspensa na sua execução por igual período, com obrigação de pagar ao Estado a quantia de 2.000 euros.
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