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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

1400 VAGAS PARA NOVO PROGRAMA PARA CONTRATAÇÃO DE DOUTORADOS

A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior disse hoje que estão previstas 1.400 vagas em três concursos no âmbito do novo programa para a contratação de doutorados para posições permanentes.

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A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior disse hoje que estão previstas 1.400 vagas em três concursos no âmbito do novo programa para a contratação de doutorados para posições permanentes.

Os detalhes do programa FCT-Tenure não estão ainda fechados, mas Elvira Fortunato confirmou que estão previstas cerca de 1.400 vagas e que para o primeiro de três concursos, que deverá abrir ainda este ano, serão disponibilizados 800 lugares.

O objetivo é promover a contratação de doutorados com vista à sua integração na carreira docente ou de investigação cientifica e, em conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros que decorreu hoje em Aveiro, a ministra sublinhou que, “por cada contrato” será retirado “um investigador da precariedade”.

Os contratos, cofinanciados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e pelas instituições, terão a duração de três anos. “Ao passar de seis para três anos de contrato, podemos duplicar o número de investigadores que podem ingressar no sistema”, antecipou a governante.

Sem adiantar os valores do financiamento, Elvira Fortunato disse que existe um compromisso entre o Governo e as instituições de ensino superior, sublinhando que este modelo só é sustentável com trabalho conjunto.

No âmbito do programa, e de forma a assegurar a autonomia das instituições, serão as próprias universidades a decidir se pretendem contratar com vista à integração na carreira docente ou na carreira de investigação científica.

A responsável considerou ainda que, do ponto de vista das instituições de ensino superior, o contexto atual é favorável, uma vez que se antecipa a aposentação de cerca de dois mil docentes até 2026.

“As instituições de ensino superior vão ter muitos docentes e investigadores e reformarem-se e vão ficar com alguma forma financeira”, disse a ministra, acrescentando que o novo programa representa um apoio acrescido “para absorver parte destes excelentes investigadores que poderão optar pela carreira docente”.

Da parte das universidades, no entanto, o presidente do Conselho de Reitores pediu recentemente um reforço financeiro que permita às universidades e unidades de investigação contratar por tempo indeterminado 1.200 investigadores cujos contratos terminarão em breve.

Em declarações à Lusa, António Sousa Pereira explicou que a verba necessária para pagar estes salários ronda os 50 milhões de euros por ano, segundo contas feitas pelos reitores, que reclamam apenas parte dessa verba, reconhecendo a importância da FCT nesta área.

O Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas propõe que parte do financiamento que suporta atualmente a atividade dos investigadores apoiados pela FCT passe a ser transferido regularmente para o orçamento das universidades.

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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

MARTE TEVE PERÍODOS QUENTES E ÁGUA DURANTE 40 MILHÕES DE ANOS

Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

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Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

O facto de atualmente Marte ser frio e seco mas ter tido rios e lagos há vários milhares de milhões de anos intriga os cientistas há décadas.

“Tem sido um verdadeiro mistério que houvesse água líquida em Marte, porque Marte está mais longe do Sol e, além disso, o Sol era mais fraco no início”, explicou, em comunicado, Danica Adams, investigadora de pós-doutoramento da NASA na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas John A. Paulson (SEAS) de Harvard e principal autora do novo artigo publicado na Nature Geoscience.

Anteriormente, existia a teoria de que o hidrogénio era o ingrediente mágico que, quando misturado com o dióxido de carbono da atmosfera marciana, desencadeava episódios de aquecimento global. Mas a vida útil do hidrogénio atmosférico é curta, pelo que foi necessária uma análise mais detalhada.

Agora, Adams, o professor Robin Wordsworth de Ciências Ambientais e Engenharia na SEAS, e a sua equipa realizaram modelação fotoquímica (semelhante aos métodos utilizados hoje em dia para rastrear poluentes atmosféricos) para preencher os detalhes da relação da atmosfera marciana primitiva com o hidrogénio e como este relacionamento mudou ao longo do tempo.

“Marte antiga é um mundo perdido, mas pode ser reconstruído em detalhe se fizermos as perguntas certas”, frisou Wordsworth.

“Este estudo sintetiza a química atmosférica e o clima pela primeira vez para fazer algumas previsões surpreendentes que podem ser testadas quando trouxermos rochas de Marte para a Terra”, acrescentou.

Adams modificou um modelo chamado CINETICA para simular como uma combinação de hidrogénio e outros gases que reagem com o solo e o ar controlavam o clima marciano primitivo.

Descobriu que durante os períodos Noachiano e Hesperian, entre há 4 e 3 mil milhões de anos, Marte passou por períodos quentes episódicos ao longo de cerca de 40 milhões de anos, com cada evento a durar 100.000 anos ou mais.

Estas estimativas são consistentes com as características geológicas de Marte atualmente. Os períodos quentes e húmidos eram causados pela hidratação da crosta, ou perda de água do solo, que fornecia hidrogénio suficiente para se acumular na atmosfera durante milhões de anos.

“Identificámos escalas de tempo para todas estas alternâncias. E descrevemos todas as peças no mesmo modelo fotoquímico”, sublinhou Adams.

O trabalho de modelação fornece novas perspetivas potenciais sobre as condições que sustentaram a química prebiótica (os fundamentos da vida posterior como a conhecemos) durante os períodos quentes, e os desafios para a persistência dessa vida durante os intervalos frios e oxidativos.

Adams e outros cientistas estão a começar a trabalhar para encontrar evidências destas alternâncias utilizando modelos químicos isotópicos e planeiam comparar estes resultados com rochas da próxima missão Mars Sample Return (MRS).

Como Marte não possui placas tectónicas, ao contrário da Terra, a superfície visível atualmente é semelhante à de antigamente, tornando a sua história dos lagos e rios muito mais intrigante, realçou ainda.

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ASTEROIDE BENNU REVELOU EXISTÊNCIA DE MOLÉCULAS DE ADN

Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

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Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

De acordo com o trabalho publicado esta quarta-feira na revista científica Nature Astronomy, as amostras analisadas revelaram a presença das cinco bases nitrogenadas — adenina, guanina, citosina, timina e uracilo — necessárias para a construção de ADN e ARN.

Foram igualmente identificados pelos investigadores da Universidade Hokkaido, no Japão, os compostos xantina, hipoxantina e ácido nicotínico (vitamina B3).

Uma amostra de 121,6 gramas do asteroide Bennu chegou à Terra em 2023 à “boleia” da missão Osiris-Rex, da agência espacial norte-americana (NASA).

Tratou-se da maior amostra extraterrestre recolhida e enviada para a Terra.

Segundo uma das teses, os asteroides (corpos rochosos do Sistema Solar) contribuíram com água e componentes químicos essenciais para a vida na Terra há milhares de milhões de anos.

Embora os meteoritos na Terra provenham de asteroides, a interpretação dos seus dados “é desafiante” face à “exposição à humidade” da atmosfera e a “uma biosfera descontrolada”, refere a Universidade Hokkaido em comunicado, assinalando que “amostras imaculadas recolhidas de asteroides no espaço são os candidatos ideais”.

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