Ligue-se a nós

REGIÕES

CASTANHA: PRODUTORES DE MURÇA E VALPAÇOS QUEIXAM-SE DE PREJUÍZOS

Alguns produtores de castanha queixaram-se esta segunda-feira de “quebras de produção” naquele fruto e um “grande prejuízo” devido ao incêndio que, em julho, deflagrou em Murça e se estendeu aos concelhos de Valpaços e Vila Pouca de Aguiar.

Online há

em

Alguns produtores de castanha queixaram-se esta segunda-feira de “quebras de produção” naquele fruto e um “grande prejuízo” devido ao incêndio que, em julho, deflagrou em Murça e se estendeu aos concelhos de Valpaços e Vila Pouca de Aguiar.

Por estes dias intensifica-se a apanha da castanha pelos soutos da zona da Padrela, onde se situa a maior mancha de castanha judia da Europa e onde este fruto é uma importante fonte de rendimento para muitas famílias desta região do distrito de Vila Real.

Mas, neste território, o ano de 2022 fica marcado pelos incêndios que lavraram no verão e também pela seca.

“Arderam-me castanheiros que tinham 30 anos e outros com 5, 6 anos que estavam a começar a dar castanha. Uma grande parte foi embora, ardeu”, afirmou Ernesto Eira, de 70 anos e agricultor em Curros, aldeia do concelho de Valpaços.

O produtor recordou o incêndio que deflagrou no concelho vizinho de Murça, a 17 de junho, que foi considerado o segundo maior do país e que queimou 7.184 hectares.

“Foi a primeira vez que eu vi o diabo à minha frente. Não foi fácil para quem viveu isto aqui”, contou.

Naquele dia a noite fez-se mais cedo por causa do fumo, a população de Curros juntou-se para salvar as casas e os bombeiros, com um único carro, que ali estavam, “trabalharam mais do que o que podiam”.

“Não havia nada que pudesse combater aquele fogo, nem que aqui estivessem 20 carros de bombeiros”, afirmou o produtor.

O fogo atingiu-lhe 1.100 castanheiros do total de 2.300, mas salientou que a maior parte das árvores afetadas eram já adultas e já estavam a dar castanha. “É um prejuízo bastante grande”, lamentou.

O incêndio destruiu muito trabalho feito nos últimos anos, como novas plantações, de onde esperava, nos próximos dois a três anos, colher “30 mil a 40 mil euros de castanha”.

Ernesto Eira espera, agora, poder vir a ter uma “ajuda do Governo” para “plantar novamente os soutos”. “Espero que o Estado ajude em pelo menos algumas despesas”, apontou.

A poucos quilómetros de distância, na aldeia de Jou, concelho de Murça, Gualberto Costa, disse que também perdeu “cerca de 300 castanheiros dos 700” para o incêndio, árvores que “estavam “em plena produção”.

“Este é um bom ano em qualidade, em quantidade é que é muito, muito reduzido em função também dos incêndios que houve e de outras situações, por causa das alterações climáticas e por tudo isso, realmente, a produção é bastante mais reduzida”, salientou, frisando que estas são situações que se “têm que ultrapassar com resiliência”.

O produtor disse que as alterações climáticas neste território já são uma realidade e que têm tido “uma influência muito grande nas produções”.

O ano fica também marcado pela seca e calor intenso, embora a chuva, que caiu em setembro e nestes últimos dias, tenha vindo dar uma ajuda ao fruto e à árvore.

“Normalmente temos entre duas a três castanhas por ouriço e, neste caso, é uma e o resto não vingou, não houve possibilidade de elas se poderem dinamizar como deveria ser”, salientou.

O produtor fez questão de salientar que a castanha que se está a colher é “de boa qualidade”, destacando as características da judia desde a “apresentação ao sabor”.

“Em termos de quantidade não é aquela que desejamos, também devido muito a fatores climáticos, principalmente, mas em termos de qualidade, em termos de calibre, penso que será um ano bastante bom. O calibre está lá, o brilho da judia está lá, o descasque está lá e o único senão poderá ser mesmo a nível da quantidade de castanha”, afirmou Jorge Espírito Santo, técnico da Associação Agricultores para Valorizar o Futuro (Agrifuturo).

Este responsável disse que, por se estar no início da campanha, não lhe é possível dizer “qual será a quebra” de produção neste território.

DEIXE O SEU COMENTÁRIO

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

REGIÕES

VILA REAL: CONCURSO PARA CONCLUSÃO DO PAVILHÃO DA ESCOLA DIOGO CÃO

O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.

Online há

em

O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.

O anúncio do concurso público para a conclusão da empreitada de requalificação e beneficiação do pavilhão da Escola Diogo Cão foi publicado esta quinta-feira em Diário da República (DR).

O preço base do procedimento é de cerca de 900 mil euros, o prazo para entrega de propostas decorre até 13 de fevereiro e, depois de adjudicada, a obra deve ser concluída em 270 dias.

Em abril, a Câmara de Vila Real informou que tomou posse administrativa da obra de requalificação deste pavilhão desportivo, localizado na cidade, por alegado incumprimento do empreiteiro que terá suspendido e abandonado a empreitada.

O processo encontra-se, neste momento, em tribunal.

Em março de 2022, a Câmara de Vila Real anunciou um investimento 1,2 milhões de euros na reabilitação do pavilhão desportivo da Escola Diogo Cão e, na altura, foi referido que a intervenção demoraria cerca de um ano.

O objetivo da intervenção era dotar o pavilhão, já com mais de 50 anos, de “condições de segurança” para a prática educativa e a formação desportiva, servindo a escola e, após o horário letivo, a comunidade.

A autarquia explicou que a empreitada foi organizada em duas fases distintas, adjudicadas a duas empresas e que, ambas as fases, resultaram de candidaturas apresentadas ao Norte 2020 e tiveram uma comparticipação financeira de 85%.

No entanto, segundo explicou, a “existência de duas fases ao mesmo tempo veio a revelar-se de muito difícil compatibilização exacerbando o comportamento, já de si, pouco consensual” do empreiteiro em causa, tendo mesmo esta empresa “suspendido de forma unilateral a sua empreitada e abandonado a empreitada, obrigando o município a agir em conformidade e em defesa do interesse público municipal”.

Para efeito, a câmara avançou com a aplicação de sanção contratual no valor de cerca de 217 mil euros (mais IVA), “por atraso reiterado no cumprimento das obrigações decorrentes do contrato”, e procedeu “à resolução do contrato a título sancionatório, tomando a posse administrativa da obra, bem como dos bens móveis e imóveis à mesma afetos, procedendo aos inventários, medições e avaliações necessárias”.

O município referiu que vai conseguir recuperar parte do financiamento comunitário desta obra, já no âmbito do novo quadro comunitário.

LER MAIS

REGIÕES

MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO

O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.

Online há

em

O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.

Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.

“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.

E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.

A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.

LER MAIS

MAIS LIDAS