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PORTO: INFLAÇÃO PODE JUSTIFICAR MAIOR ABANDONO DE ANIMAIS

O aumento dos preços e a atual condição económica das pessoas podem ser algumas das justificações para o aumento do abandono animal, consideraram associações do Porto, defendendo, no entanto, que esse ato “não tem desculpa”.

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O aumento dos preços e a atual condição económica das pessoas podem ser algumas das justificações para o aumento do abandono animal, consideraram associações do Porto, defendendo, no entanto, que esse ato “não tem desculpa”.

“Não há nenhuma desculpa para o abandono animal”, afirmou, em entrevista à Lusa, a diretora executiva da associação dos Animais de Rua, Sofia Róis, não excluindo, no entanto, que a atual instabilidade económica “tem assustado muito as famílias e os primeiros a serem descartados, como sempre, são os animais”.

Com os centros de recolha oficial e as associações zoófilas a presentar um “‘boom’ de devoluções de animais”, que tinham sido adotados durante a pandemia, Sofia Róis apontou como uma das principais consequências o aumento dos preços.

“As pessoas estão a aperceber-se que as coisas estão todas mais caras, a alimentação, as despesas médico-veterinárias, a lide diária de um animal, no geral. As pessoas sabem que, à partida, ter um animal é ter uma despesa”, referiu a diretora executiva daquela associação, que nasceu no Porto em 2008 e que é de cariz nacional.

Por outro lado, para a presidente da direção da associação MIDAS (Movimento Internacional para a Defesa dos Animais), o abandono animal “raramente é pelo aumento dos preços”, mas acontece “maioritariamente” porque as pessoas “deixam de querer o animal”.

“As desculpas que nos apresentam são facilmente debatidas e as pessoas assumem que nem com ajuda querem ficar com os animais. Ponto final. Quem, de facto, quer ajuda tem-na, faz o que pode e tem de fazer para poder manter os animais”, contou à Lusa a presidente da MIDAS, Lígia Andrade.

Já a fundadora e presidente da direção da associação Cão Viver, Ana Ceriz, associação sediada na Maia, “nunca passou por tantas dificuldades como este ano”, concordando que “existe um maior número de pessoas com dificuldade em encontrar casa para onde levar os animais”.

“A parte monetária é o nosso ‘calcanhar de Aquiles’, porque temos cerca de 30, 40 animais para tratar e nem temos dinheiro para pagar os espaços onde eles estão”, desabafou Ana Ceriz.

A associação Cão Viver, face à falta de apoios, alberga agora “entre 30 a 40”, quando já chegou a ter “cerca de 60” animais.

Tal como a Associação Cão Viver, na MIDAS, quando existem dificuldades, “o acolhimento é bloqueado”, para não “comprometer os cuidados dos animais” já acolhidos.

Segundo a diretora executiva da Animais de Rua, a taxa de abandono, desde “o pós pandemia”, com o regresso ao trabalho presencial, “aumentou 50%” e nas colónias do Porto, como no resto país, nunca foi observado um “movimento tão rápido de abandonos como agora”.

“Nas nossas estatísticas, a diferença de animais que ajudámos e que temos vindo a ajudar, em 2021 e este ano, é duas vezes maior do que aquilo que ajudávamos até à data”, continuou.

Sofia Róis também mencionou que, numa altura em que as coisas estão “muito caras”, até as famílias que têm uma vida estável se “vêm aflitas para manter os animais”.

No Centro de Recolha Oficial de Animais (CROA) do Porto, este ano, foi registado “um aumento do número de animais entregues pelos detentores” e as razões mais invocadas são as “alterações das condições de habitação e de saúde dos detentores”.

Relativamente aos donativos, as associações contactadas pela Lusa afirmaram que “diminuíram muito” e preveem que continue a diminuir, devido à “menor capacidade e disponibilidade” das pessoas para ajudar.

“Com a diminuição de donativos e com a falta de apoio, temos, todos os dias, que fazer chegar pedidos a todo o lado. Ao mesmo tempo, também tentamos estabelecer protocolos com clínicas veterinárias para que estas façam preços mais acessíveis”, explicou Sofia Róis.

No que diz respeito às adoções de animais, no geral, estas “têm-se mantido” e “agora resta esperar para ver como será 2023, por causa da crise”.

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VILA REAL: CONCURSO PARA CONCLUSÃO DO PAVILHÃO DA ESCOLA DIOGO CÃO

O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.

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O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.

O anúncio do concurso público para a conclusão da empreitada de requalificação e beneficiação do pavilhão da Escola Diogo Cão foi publicado esta quinta-feira em Diário da República (DR).

O preço base do procedimento é de cerca de 900 mil euros, o prazo para entrega de propostas decorre até 13 de fevereiro e, depois de adjudicada, a obra deve ser concluída em 270 dias.

Em abril, a Câmara de Vila Real informou que tomou posse administrativa da obra de requalificação deste pavilhão desportivo, localizado na cidade, por alegado incumprimento do empreiteiro que terá suspendido e abandonado a empreitada.

O processo encontra-se, neste momento, em tribunal.

Em março de 2022, a Câmara de Vila Real anunciou um investimento 1,2 milhões de euros na reabilitação do pavilhão desportivo da Escola Diogo Cão e, na altura, foi referido que a intervenção demoraria cerca de um ano.

O objetivo da intervenção era dotar o pavilhão, já com mais de 50 anos, de “condições de segurança” para a prática educativa e a formação desportiva, servindo a escola e, após o horário letivo, a comunidade.

A autarquia explicou que a empreitada foi organizada em duas fases distintas, adjudicadas a duas empresas e que, ambas as fases, resultaram de candidaturas apresentadas ao Norte 2020 e tiveram uma comparticipação financeira de 85%.

No entanto, segundo explicou, a “existência de duas fases ao mesmo tempo veio a revelar-se de muito difícil compatibilização exacerbando o comportamento, já de si, pouco consensual” do empreiteiro em causa, tendo mesmo esta empresa “suspendido de forma unilateral a sua empreitada e abandonado a empreitada, obrigando o município a agir em conformidade e em defesa do interesse público municipal”.

Para efeito, a câmara avançou com a aplicação de sanção contratual no valor de cerca de 217 mil euros (mais IVA), “por atraso reiterado no cumprimento das obrigações decorrentes do contrato”, e procedeu “à resolução do contrato a título sancionatório, tomando a posse administrativa da obra, bem como dos bens móveis e imóveis à mesma afetos, procedendo aos inventários, medições e avaliações necessárias”.

O município referiu que vai conseguir recuperar parte do financiamento comunitário desta obra, já no âmbito do novo quadro comunitário.

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MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO

O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.

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O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.

Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.

“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.

E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.

A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.

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