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COVID-19: PANDEMIA FEZ DISPARAR RELATOS DE FOME NAS LINHAS DE APOIO EM CRISE

A pandemia de covid-19 fez disparar os pedidos de ajuda a várias linhas de apoio em crise, mas entre situações de ansiedade, problemas psicológicos e solidão, há um novo fenómeno a surgir: os relatos de fome.

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A pandemia de covid-19 fez disparar os pedidos de ajuda a várias linhas de apoio em crise, mas entre situações de ansiedade, problemas psicológicos e solidão, há um novo fenómeno a surgir: os relatos de fome.

Foi um traço comum na linha SOS Voz Amiga, na linha Conversa Amiga, da Fundação Inatel, e no Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise (CAPIC) do INEM. Em todas houve um aumento do número de chamadas desde março de 2020, quando começou a pandemia de covid-19.

O desemprego, as dificuldades económicas e a fome são problemas já conhecidos de algumas destas linhas de crise e que tiveram maior evidência durante a crise financeira que Portugal viveu a partir de 2010 e durante a intervenção da ‘troika’, cujo programa deixou como resultado uma taxa de desemprego que superou os 15% no auge da sua aplicação.

Anos depois, e em plena crise sanitária, estas linhas voltam a locais de desabafos para muitos que face aos constrangimentos provocados pela pandemia, com a perda de emprego ou o encerramento de negócios, ligam em busca de um consolo, de um aconselhamento ou até mesmo de um encaminhamento para estruturas mais vocacionadas para o efeito.

Se no início da pandemia os alertas estavam focados em aspetos emocionais, aumentando o número de chamadas relacionadas com a depressão, ansiedade, solidão, de ideias suicidárias e de problemas famílias, à medida que a pandemia se vai mantendo começam a chegar também outras angústias relacionadas com problemas económicos.

Joaquim Paulino, presidente da Linha SOS Voz Amiga, explica em declarações à agência Lusa que os voluntários deste serviço têm recebido chamadas de pessoas em desespero. São pessoas de várias profissões e áreas de atividade, incluindo da cultura, o que não era tão usual.

Os contactos são anónimos, explica, não existindo assim a vergonha de se expor.

“Há uma situação nova de há já alguns meses, quatro a cinco meses, que é de chamadas de pessoas a relatarem que estão a passar fome, e que tem vergonha de o admitir e este sofrimento é incrível”, explicou.

O desespero, adianta, é ainda mais vincado em famílias com crianças.

“Um pai ou uma mãe que não consegue dar sustento para os filhos é uma situação desesperante”, disse, adiantando que face a estas chamadas a linha escuta as angústias e indica algumas entidades que estão no terreno e que podem ajudar as famílias nestas situações.

Desde o início da pandemia, em março de 2020, a linha SOS Voz Amiga mantida com 35 voluntários, recebeu uma média de mil chamadas por mês, mais 400 em relação a anos anteriores.

O aumento da procura levou a uma necessidade de reforço de meios, estando previsto que em abril a equipa passe a ter 50 voluntários distribuídos por turnos, num horário de atendimento que passará a ser das 15:30 às 0:30.

Relatos idênticos têm chegado à linha Conversa Amiga, da Fundação Inatel, que tem vindo a receber chamadas relacionadas com a carência de produtos alimentares, insuficiência económica causada pelo desemprego ou diminuição de rendimentos, a par da violência doméstica, ocasionada pelos confinamentos, e da ideação suicida.

Segundo a Fundação Inatel, a linha cresceu 39% em termos de chamadas atendidas e de fevereiro a abril esse crescimento foi de 269 por cento.

Já no caso do Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise (CAPIC) do INEM, foi registada uma variação de 88,9 % entre 2019 e 2020 no que respeita às chamadas relacionadas com carências económicas.

Sónia Cunha, responsável do Capic explicou em declarações à agência Lusa que as pessoas recorrem à linha 112 por saberem que têm sempre uma resposta e porque precisa e falar.

“Nestas circunstâncias são encaminhadas. A primeira triagem é mesmo em relação ao potencial risco que a pessoa possa representar para ele e para os outros. Se esta em situação de crise pode colocar-se em risco ou aos outros e nós avaliamos a situação”, frisou.

Após a avaliação, se se perceber que é emergente e requer uma resposta imediata contactamos a linha de emergência social 144.

Contudo, adiantou, se a situação não for considerada emergente, a equipa pode fazer um contacto com a Segurança Social local para referenciar a situação ou sinalizar o caso para as instituições de cariz social.

Em alguns casos pode também ser feito um contacto com centro de saúde local ou com o município.

Uma outra linha de crise, a Vozes de Esperança, que existe há 10 anos, destacou a solidão como um dos principais problemas que leva as pessoas a procurar ajuda ao ponto de ter sentido necessidade de criar, durante o primeiro confinamento em 2020, um acompanhamento de proximidade complementar à linha.

Através do Porto Escuta, 20 voluntários acompanham cerca de 50 pessoas, em particular idosos, ligando-lhes diariamente e auxiliando no que for necessário.

Milhares de pessoas recorreram à Segurança Social entre março e setembro para requerer uma prestação social, havendo quase 12 mil novos beneficiários do Rendimento Social de Inserção, uma tendência “expectável” perante um possível agravamento da situação de pobreza.

De acordo com os últimos dados do Instituto de Segurança Social (ISS), entre março (quando foi decretado o estado de emergência por causa da pandemia provocada pela covid-19) e setembro, 32.036 pessoas pediram à segurança social para receber o Rendimento Social de Inserção (RSI), uma prestação social para quem está em situação de pobreza extrema.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.570.291 mortos no mundo, resultantes de mais de 115,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.486 pessoas dos 808.405 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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CAMPANHA “DÊ TROCO A QUEM PRECISA” ARRANCA HOJE NAS FARMÁCIAS PORTUGUESAS

A campanha “Dê troco a quem precisa” arranca esta segunda-feira em cerca de 600 farmácias de todo o país que vão “convidar os utentes” a doar o troco das suas compras para ajudar quem mais precisa a comprar medicamentos.

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A campanha “Dê troco a quem precisa” arranca esta segunda-feira em cerca de 600 farmácias de todo o país que vão “convidar os utentes” a doar o troco das suas compras para ajudar quem mais precisa a comprar medicamentos.

A 11.ª edição desta iniciativa solidária decorre até 29 de maio e, durante este período, qualquer cidadão poderá dar um donativo ao Programa abem: Rede Solidária do Medicamento, da Associação Dignitude, que já apoiou mais de 36.00 beneficiários.

Em declarações à agência Lusa, a diretora executiva da Associação Dignitude, Maria João Toscano, adiantou que a adesão da população a esta campanha se tem mantido “muito constante”, com o valor médio do donativo a aumentar ligeiramente para os 70 cêntimos (mais cerca de 10 cêntimos) do que na última campanha em dezembro de 2023 e relativamente aos anos anteriores.

Na última campanha foram angariados cerca de 21 mil euros, adiantou, explicando que todos os donativos são agregados no fundo solidário Abem:, que é “auditado com toda a transparência”, e que tem apenas tem como missão comparticipar os medicamentos a quem necessita.

A associação salienta que o programa Abem: visa permitir “o acesso de forma digna aos medicamentos prescritos a quem não tem capacidade financeira para os adquirir, cobrindo, no receituário, o valor não comparticipado pelo Estado.

Para isso, o beneficiário tem acesso ao Cartão abem:, bastando apresentá-lo numa farmácia para poder adquirir os medicamentos comparticipados que lhe forem prescritos, sem custos para si.

“Às vezes uns cêntimos são o suficiente para nós conseguirmos que estas pessoas mais vulneráveis possam aceder aos seus medicamentos, controlar o seu estado de doença e terem de facto mais dignidade e mais saúde”, realçou.

Maria João Toscano adiantou que o programa está disperso por todo o país, mas explicou que só entra numa determinada região do país com o apoio de parceiro local que pode ser uma instituição particular de solidariedade social (IPSS) ou uma autarquia.

“Neste momento estamos em 169 concelhos e temos 191 entidades locais que são nossas parceiras, que são as entidades que, em proximidade, conseguem identificar as famílias mais vulneráveis que integram o programa Abem:”, adiantou.

A diretora executiva da associação apelou aos portugueses para que participem nesta campanha, fazendo um donativo na sua farmácia ou por MB WAY ou transferência bancária.

Segundo o Índice de Saúde Sustentável desenvolvido pela Nova Information Management School, um em cada 10 portugueses não comprou os medicamentos prescritos porque não tem dinheiro para os pagar.

Os beneficiários deste programa são cidadãos que se encontram em situação de comprovada carência socioeconómica, referenciados por entidades parceiras locais, como autarquias, IPSS, Cáritas e Misericórdias que integram uma rede colaborativa.

O abem: está presente em todo o país, incluindo regiões autónomas, e assenta numa rede de parcerias que assegura o circuito solidário do medicamento.

Foram associados fundadores da Dignitude António Arnaut, António Ramalho Eanes, Francisco Carvalho Guerra, João Gonçalves da Silveira, João Cordeiro, Maria de Belém Roseira, Odette Santos Ferreira e Ana Paula Martins.

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EDUCAÇÃO: ESCOLAS ENCERRADAS DEVIDO À GREVE DA FUNÇÃO PÚBLICA

A greve dos trabalhadores da administração pública, que teve início hoje às 07:00, levou já ao encerramento de várias escolas de norte a sul do país, disse à agência Lusa o coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana.

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A greve dos trabalhadores da administração pública, que teve início hoje às 07:00, levou já ao encerramento de várias escolas de norte a sul do país, disse à agência Lusa o coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana.

“Às 08:30 tínhamos a indicação de que há muitas escolas encerradas de norte a sul do país, mas ainda não temos dados concretos”, disse o coordenador da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública.

Sebastião Santana disse esperar uma grande adesão à greve também na saúde e nos serviços centrais, nomeadamente tribunais, Segurança Social e repartições de finanças.

“Sabemos também que já há uma grande mobilização de trabalhadores que estão a deslocar-se para Lisboa para a jornada de luta para a concentração de hoje à tarde no Ministério das Finanças, em Lisboa”, disse, acrescentando que são esperados milhares de pessoas.

Os motivos para fazer greve e protestar aumentaram, segundo Sebastião Santana, com a chegada do novo Governo e o conteúdo do seu programa.

”No dia em que soubemos que a tutela da administração pública ia ficar no Ministério das Finanças entregámos o nosso caderno reivindicativo e até agora não tivemos qualquer resposta”, afirmou anteriormente à Lusa o dirigente sindical, referindo que uma das prioridades deste caderno é um aumento intercalar dos salários em pelo menos 15%, com um mínimo de 150 euros por trabalhador, “porque os trabalhadores não podem ficar sem qualquer aumento até 2025”.

Sebastião Santana precisou ainda que se no final de outubro, aquando da aprovação da proposta do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024) havia razões para os trabalhadores fazerem greve, estas razões são agora ainda maiores porque “os problemas só se agudizaram”.

A par dos aumentos salariais, em que inclui a subida, durante o ano de 2024, para os 1.000 do salário mínimo no Estado, a Frente Comum reivindica ainda mudanças nas carreiras e no sistema de avaliação de desempenho, bem como de medidas de reforço dos serviços públicos.

Para Sebastião Santana, “nos serviços públicos o que se perspetiva é de abertura de portas ao setor privado” em setores como a saúde e a Segurança Social, ou seja, um “desfigurar absoluto da administração pública” que os trabalhadores não podem aceitar.

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