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PARQUE ARQUEOLÓGICO DO CÔA ASSINALA 25 ANOS E FAZ CONTAS A OLHAR PARA O FUTURO

O Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC) assinala na terça-feira o 25.º aniversário e apresenta uma atividade marcada pela investigação, que sustentou a descoberta de 1.200 rochas com gravuras rupestres, e acolheu 271.626 visitantes.

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O Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC) assinala na terça-feira o 25.º aniversário e apresenta uma atividade marcada pela investigação, que sustentou a descoberta de 1.200 rochas com gravuras rupestres, e acolheu 271.626 visitantes.

“O PACV já recebeu ao longos destes 25 anos de existência 271.626 visitantes e foram descobertas 1.200 rochas sendo 45 visitáveis em quatro núcleos: Penascosa, Fariseu, Canada do Inferno e Ribeira de Piscos”, disse à agência Lusa a presidente Fundação Côa Parque, Aida Carvalho.

Em 10 de agosto de 1996, o então primeiro governo de António Guterres inaugurava formalmente, e com toda a pompa e circunstância, o primeiro parque arqueológico português, assegurando uma virtual proteção legal ao que já então constituía o complexo de arte rupestre do Vale do Côa.

Aida Carvalho destaca os muitos trabalhos em curso, no local, e uma agenda de investigação a decorrer.

“Nos próximos tempos as escavações vão continuar no sítio de arte paleolítico do Fariseu [rocha 9] e na Cardina-Salto do Boi, onde foi evidenciada recentemente uma ocupação pelo Homem de Neanderthal desde 100.000 anos. Alargar-se-á as sondagens e as escavações ao território que fica entre o baixo Côa e Siega Verde [Espanha], para tentar perceber as formas de ocupação humana neste território contíguo”, explicou a responsável.

Para a presidente da Fundação que gere o PAVC, este espaço arqueológico tem um papel fundamental no desenvolvimento do território, na afirmação das suas populações e na criação de serviços, na região, nomeadamente de hotelaria e restauração.

“Assistimos a uma contínua evolução e transformação, ao longo dos 25 anos, e a uma diversificação do perfil dos visitantes”, observou.

Aida Carvalho refere que atualmente, o visitante já não é um mero consumidor de produtos fechados, oferecidos pelas agências de viagens, é muito participativo, quer na programação da sua viagem, quer no tipo de ‘produtos’ que consome, procurando novas ofertas culturais, novos territórios e, acima de tudo, experiências marcantes e desafiantes.

De acordo com a responsável, o PAVC e a Fundação souberam adaptar-se às novas procuras, diversificando as modalidades de visitação: viatura todo-o-terreno, caiaques, passeios a cavalo e, recentemente, através da embarcação eletrosolar.

“Depositámos uma grande esperança na retoma turística, porque acreditamos que existe um enorme potencial de crescimento na procura dos produtos turísticos com base em valores culturais como as ‘Gravura do Côa’”, afirmou.

Já em declarações à Lusa, o antigo diretor do PAVC, António Martinho Batista, disse que, após a revelação pública dos achados rupestres do Vale Côa, em novembro de 1994, a aceleração da história, nascida de um inusitado mediatismo em que se contrapunham a salvação das gravuras rupestres frente à construção de uma barragem no Baixo Côa, levou à identificação de um vasto grupo de sítios, na sua maioria com arte paleolítica, o que desde logo passou a ser uma das grandes descobertas arqueológicas mundiais, em finais do milénio.

Após estas relevantes descobertas, e reconhecidas em todo o mundo, rapidamente também a barragem em construção no Baixo Côa passou à história, em finais de 1995, o que implicou mais tarde a concessão de uma grossa indemnização à empresa construtora.

“Depois desta fase, a sociedade civil e os movimentos de massas que então nasceram, impuseram aos governos uma paragem reflexiva nas políticas expansionistas com base no betão e nas grandes obras que pouco tinham em conta as necessidades de uma população cada vez mais envelhecida, num interior cada vez mais desertificado”, recordou o arqueólogo.

Martinho Batista, lembrou que os primeiros dez anos foram de “brasa”, com inesquecíveis nas batalhas do património que levaram o nome do Vale Côa e do país a todos os cantos do planeta.

Para o arqueólogo, no todo, o PAVC e o Museu do Côa constituem um projeto consolidado e assim deverá continuar nos próximos anos, sem sobressaltos de maior.

“Basta que se continue a gerir bem o que foi conquistado nos últimos 25 anos”, vincou.

Por seu lado, o também arqueólogo João Zilhão, outro nome incontornável ligado à criação do PACV, ex-diretor do antigo Instituto Português de Arqueologia, primeiro diretor do parque, que foi responsável pela elaboração do processo de candidatura à classificação de Património Mundial, garantiu à Lusa que não há hoje qualquer dúvida sobre o grande significado científico e valor patrimonial da arte rupestre do Vale do Côa.

“Há 25 anos, discutia-se sobre a importância que ela podia ter, ou não, para o desenvolvimento da região”, sublinhou.

“Hoje, chegamos a Vila Nova de Foz Côa e a primeira coisa que vemos são os cartazes do município e de outras entidades proclamando com orgulho que Foz Côa é o único concelho do país com dois monumentos do património mundial, o Douro vinhateiro e a sua arte paleolítica. Acho que isso diz tudo sobre o quão de bom senso foi a decisão de abandonar o projeto de construção da barragem, e conservar as gravuras como Parque Arqueológico”, vincou.

Para João Zilhão, as vicissitudes políticas dos últimos anos, nomeadamente as políticas de austeridade, tiveram “um impacto muito negativo sobre a capacidade do PAVC, hoje Museu/Fundação, para prestar um serviço de qualidade tanto no que respeita à organização das visitas, como à conservação e estudo do património a seu cargo”.

“Nos últimos anos, tem-se assistido a um melhoramento consistente da situação, mas, para se reporem níveis adequados de serviço, é necessário que esse investimento continue de forma sustentada”, disse o investigador.

O arqueólogo defende que é crucial que seja elaborado e entre em vigor um plano de ordenamento da área do Parque, sem o qual a paisagem que enquadra as gravuras corre o risco de, a prazo, ser profundamente alterada.

“É especialmente importante que o Estado conclua o processo de aquisição de propriedades em que há núcleos importantes de gravuras (por exemplo, a Quinta da Barca), tanto por razões de conservação, como para alargar o âmbito da oferta de sítios visitáveis pelo público”, vincou.

A criação do referido plano de ordenamento, agora conhecido por Programa Especial do Parque Arqueológico (PEPA) do Vale do Côa, está em curso para preencher uma “necessidade há muito identificada”, e já publicada em Diário da República.

A arte do Côa foi classificada como Monumento Nacional em 1997 e, em 1998, como Património da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

Como uma imensa galeria ao ar livre, o Vale do Côa apresenta mais de 1.200 rochas, distribuídas por 20 mil hectares de terreno com manifestações rupestres, sendo predominantes as gravuras paleolíticas, executadas há mais de 25.000 anos, e distribuídas por quatro concelhos: Vila Nova de Foz Côa, Figueira de Castelo Rodrigo, Pinhel e Meda.

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PÓVOA DE VARZIM: LIPOR ABRE NOVO EQUIPAMENTO PARA COMPOSTAGEM DE RESÍDUOS VERDES

A Lipor, empresa intermunicipal de tratamento de resíduos do Grande Porto, vai inaugurar na segunda-feira, na Póvoa de Varzim, um novo equipamento para a reciclagem de biorresíduos.

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A Lipor, empresa intermunicipal de tratamento de resíduos do Grande Porto, vai inaugurar na segunda-feira, na Póvoa de Varzim, um novo equipamento para a reciclagem de biorresíduos.

A infraestrutura, localizada na freguesia de Laúndos, servirá como um parque de compostagem de resíduos verdes, provenientes da recolha seletiva, que serão transformados numa espécie de adubo que pode ser utilizado como corretivo agrícola.

O equipamento, que representa um investimento de cerca de dois milhões de euros, apoiado por fundos comunitários, insere-se na estratégia de valorização orgânica de biorresíduos, recolhidos seletivamente, e pretende contribuir para o cumprir da meta de preparação para reutilização e reciclagem, que em 2030 terá de atingir 60% do total de resíduos produzidos.

“Este tipo de infraestrutura já existe muito em França e nos Países Baixos, mas será a primeira de algumas que a Lipor pretende construir. Neste momento, a fábrica, em Ermesinde [Valongo], não consegue valorizar estes resíduos verdes, e com este parque estamos a contribuir para a melhoria do ambiente”, explicou Aires Pereira, presidente da Câmara da Póvoa de Varzim.

O autarca e também administrador da Lipor explicou que o parque vai aceitar, por exemplo, resíduos de jardins e outros materiais orgânicos, e que, através de um processo de compostagem, vai transformá-los em adubos que serão distribuídos gratuitamente à população.

“A recolha dos resíduos será feita através dos sacos que já existem para a recolha seletiva na cidade, ou, caso se tratem de profissionais, podem ser depositados no local. Depois de tratados, esses resíduos dão lugar a um adubo que qualquer um pode levantar, gratuitamente, para aplicar nos seus jardins”, explicou Aires Pereira.

O Parque de Compostagem de Resíduos Verdes de Laúndos terá uma capacidade estimada de 8.000 toneladas por ano de resíduos verdes provenientes de recolha seletiva dos municípios da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, prevendo-se a produção de mais de 2.000 tonelada por ano de composto.

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ALTO MINHO: EMPRESÁRIOS CONGRATULAM-SE COM FIM DE PORTAGENS NA A28

A Confederação Empresarial do Alto Minho (CEVAL) congratulou-se esta sexta-feira com a aprovação, na generalidade, do projeto de lei do PS que prevê a eliminação de portagens na autoestrada A28, entre pórticos de Viana do Castelo e Esposende.

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A Confederação Empresarial do Alto Minho (CEVAL) congratulou-se esta sexta-feira com a aprovação, na generalidade, do projeto de lei do PS que prevê a eliminação de portagens na autoestrada A28, entre pórticos de Viana do Castelo e Esposende.

A proposta do PS, aprovada na quinta-feira, pretende acabar com as portagens na A4 – Transmontana e Túnel do Marão, A13 e A13-1 -Pinhal Interior, A22 – Algarve, A23 – Beira Interior, A24 – Interior Norte, A25 – Beiras Litoral e Alta e A28 — Minho nos troços entre Esposende e Antas e entre Neiva e Darque.

A proposta foi aprovada com os votos a favor dos socialistas, Chega, BE, PCP, Livre e PAN.

A proposta aprovada, na quinta-feira, na generalidade – que de acordo com os socialistas tem um impacto orçamental de 157 milhões de euros – entrará em vigor em 1 de janeiro de 2025, segundo o projeto de lei do PS.

Esta sexta-feira, em comunicado, a CEVAL, que representa cerca de 5.000 empresas do distrito de Viana do Castelo que empregam mais de 19.000 trabalhadores, sublinha que a decisão “cumpre um velho anseio de transformar o Alto Minho mais competitivo”.

“Fez-se justiça para com o Alto Minho, pois sempre nos mostrámos contra a existência de pórtico junto à zona industrial do Neiva, em Viana do Castelo. Sempre quisemos a eliminação do pórtico para nunca empurrar o problema para o concelho vizinho de Esposende e, depois de tanta luta, finalmente houve uma aprovação que, assim que se concretizar, virá impulsionar o desenvolvimento reforçando a competitividade deste território”, defende o presidente da CEVAL, Luís Ceia, citado na nota.

Segundo a CEVAL, “o Alto Minho perdeu capacidade competitiva com a introdução de portagens nesta ex-SCUT (vias sem custo para o utilizador), em 2011, que obrigou as empresas e empresários a reinventarem-se em busca de soluções para fazer face às dificuldades”.

“Os constrangimentos causados pela existência do pórtico do Neiva sempre foram muitos, condicionando a mobilidade de quem diariamente precisa circular na A28 e, obrigando as empresas a maiores despesas de deslocação, uma vez que esta é uma via de comunicação essencial para Viana do Castelo, sem que existam outras vias capazes de facilitar as deslocações rodoviárias”.

A CEVAL espera que “a medida possa ser aplicada o quanto antes para que seja reposta a justiça que este território merece”.

Desde a implementação da cobrança de portagens, a luta pela sua eliminação tem mobilizado movimentos cívicos e partidos políticos, e resultou, em 2021, por proposta do PSD, na aplicação de um desconto de 50% no valor da taxa.

Em fevereiro de 2020, uma recomendação do BE ao Governo para a abolição do pagamento de portagens na Autoestrada 28 (A28), entre Viana do Castelo e o Porto, foi chumbada no parlamento, com os votos contra do PS.

PSD, CDS-PP e Iniciativa Liberam abstiveram-se, enquanto BE, PCP, PAN, PEV e a deputada não inscrita Joacine Katar Moreira votaram a favor.

A eliminação ou relocalização do pórtico de Neiva da A28, outra batalha de empresários, autarquias e partidos políticos, ganhou forma de recomendação ao Governo, também em 2021, após a aprovação de um projeto de resolução do PSD.

Já antes, em 2017, a petição “Pela eliminação do pórtico de Neiva, pórtico 4 da A28, entre Neiva e Darque”, promovida pela Confederação Empresarial do Alto Minho (CEVAL), falhou o objetivo.

Situado junto à zona industrial de Neiva, em Viana do Castelo, aquele pórtico tem sido considerado um entrave à atividade empresarial do distrito.

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