REGIÕES
JOSÉ ORNELAS: SUSPEITAS DE ENCOBRIMENTO DE ABUSOS AINDA EM INVESTIGAÇÃO
O inquérito do Ministério Público a suspeitas de encobrimento do bispo José Ornelas de abusos sexuais na igreja Católica continua em investigação, de acordo com a informação hoje disponibilizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
O inquérito do Ministério Público a suspeitas de encobrimento do bispo José Ornelas de abusos sexuais na igreja Católica continua em investigação, de acordo com a informação hoje disponibilizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Numa atualização da informação sobre denúncias de casos de abusos sexuais na igreja católica, por clérigos ou outras pessoas ligadas à instituição, a PGR esclareceu que o inquérito instaurado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Braga, na secção de Guimarães, e no DIAP de Lisboa “na sequência de cópia de uma participação apresentada por particular e recebida da Presidência da República, o que corre termos no DIAP de Lisboa permanece em investigação”.
“O processo de Guimarães conheceu despacho final, com arquivamento, numa parte, e extração de certidão para ulteriores investigações. Esta certidão deu origem a inquérito que se encontra em investigação”, acrescenta a PGR.
O Ministério Público (MP) confirmou em outubro de 2022 estar a investigar o bispo José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, por alegado encobrimento de abusos sexuais, revelando que já houve uma investigação com possíveis ligações a este caso em 2011.
De acordo com o jornal Público, que avançou a notícia do alegado encobrimento, o bispo da Diocese de Leiria-Fátima liderava em 2011 a Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus, quando foi confrontado por um professor com supostos casos de abusos sexuais cometidos no Centro Polivalente Leão Dehon, um orfanato em Moçambique dirigido por um padre dehoniano, sendo José Ornelas o alto representante dos dehonianos junto do Vaticano e líder mundial desta congregação.
João Oliveira terá dado conhecimento do caso a José Ornelas, tendo recebido duas cartas “a agradecer ‘os alertas’, dizendo que o padre Cominotti não estava sob sua autoridade, mas da diocese, e que contra o padre Ilario Verri (diretor da escola) não existiam quaisquer indícios”, referia o Público.
Além da investigação iniciada no final de setembro de 2022 pelo DIAP de Lisboa, a PGR adiantou na altura também que já existiu um inquérito em 2011 com possíveis ligações a este caso, mas remeteu mais informações para a consulta do respetivo processo.
Em comunicado, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) assegurou que o seu presidente, José Ornelas, “deu indicações” em 2011 para que suspeitas de abuso sobre crianças num orfanato em Moçambique fossem investigadas, não tendo sido encontradas evidências de “possíveis abusos”.
José Ornelas, de 68 anos, preside à CEP desde 16 de junho de 2020, tendo sido reconduzido há cerca de um ano para o triénio de 2023-2026. É bispo de Leiria-Fátima desde 13 de março de 2022. Ocupou o cargo de superior geral dos Dehonianos entre 27 de maio de 2003 e 06 de junho de 2015.
Especialista em Ciências Bíblicas, doutorado em Teologia Bíblica pela Universidade Católica Portuguesa, José Ornelas chegou a fazer formação missionária em Moçambique.
Foi José Ornelas que, no final de 2021, anunciou a criação de uma comissão independente para o estudo dos abusos na Igreja Católica em Portugal, coordenada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht e cujo relatório final revelou o envio de 25 denúncias para o MP, em 512 testemunhos validados entre os 564 recebidos, que apontavam para um universo potencial de 4.815 vítimas.
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MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.
“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.
E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.
A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.
REGIÕES
OVAR: PENA SUSPENSA PARA EX-FUNCIONÁRIA QUE DESVIO DINHEIRO DA AUTARQUIA
O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.
O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.
Durante a leitura do acórdão, a juíza presidente disse que ficaram demonstrados os factos que eram imputados à arguida, ocorridos entre 2014 e 2017.
A arguida foi condenada a três anos de prisão, por um crime de peculato na forma continuada, e dois anos e dois meses, por um crime de falsidade informática.
Em cúmulo jurídico, foi-lhe aplicada uma pena única de três anos e nove meses de prisão, suspensa na sua execução por igual período.
O tribunal julgou ainda totalmente procedente o pedido cível deduzido pelo município de Ovar, pelo que a arguida terá de restituir a quantia de que se apropriou.
O caso teve origem em 2017, após uma auditoria da Inspeção-Geral de Finanças ter detetado irregularidades relativas à arrecadação de receita.
Na altura, o executivo então liderado pelo social-democrata Salvador Malheiro ordenou a instauração de um inquérito para apuramento dos factos, que deu origem à abertura de um processo disciplinar de que resultou o despedimento da funcionária acusada e a participação dos factos ao Ministério Público (MP).
O caso está relacionado com um esquema de atribuição de notas de crédito, em que a funcionária registava como recebidas verbas que na verdade não chegavam a entrar nos cofres da autarquia.
Segundo a acusação do MP, a arguida terá procedido à emissão de notas de crédito, mediante as quais se terá procedido à anulação de faturas emitidas, sem que fosse emitida nova fatura, ficando para si com o dinheiro cobrado.
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