REGIÕES
CIM DOURO: AUTARCAS PEDEM “TAXA TURÍSTICA” PARA AJUDAR OS VITICULTORES
Os autarcas da Comunidade Intermunicipal do Douro (CIM Douro) defenderam hoje, no Parlamento, a criação de uma taxa de sustentabilidade territorial a aplicar em hotéis, barcos ou comboios turísticos entre março e outubro.
Os autarcas da Comunidade Intermunicipal do Douro (CIM Douro) defenderam hoje, no Parlamento, a criação de uma taxa de sustentabilidade territorial a aplicar em hotéis, barcos ou comboios turísticos entre março e outubro.
O desafio foi deixado aos deputados da Comissão de Agricultura e Pescas pelo presidente da Câmara do Peso da Régua, distrito de Vila Real.
“Queremos lançar-vos o desafio para que possam pensar numa taxa de sustentabilidade territorial. Taxa essa que tem que ser cobrada a todos que usufruem do Património da Humanidade e uma taxa que possa servir para ajudar os viticultores e para valorizar as suas propriedades e aumentar o rendimento”, afirmou José Manuel Gonçalves (PSD).
Na opinião dos autarcas da CIM Douro, que agrega 19 municípios, esta taxa seria sazonal, entre 01 de março e 31 de outubro, e seria aplicada aos clientes das unidades hoteleiras, nos comboios históricos e turístico, nos barcos turísticos, nas empresas de animação turísticas e na restauração.
“Era uma forma de darmos um sinal aos nossos viticultores que estamos preocupados”, frisou.
José Manuel Gonçalves indicou ainda o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) como a entidade reguladora que podia arrecadar essa receita e ajudar a valorizar o território.
“A região que tem a sua base económica na agricultura, na vinha e no vinho, vê o turismo como uma grande oportunidade também. Os grandes investimentos que aparecem no Douro são uma oportunidade para diversificar a nossa atividade comercial, mas ela vai estar sempre assente na vinha e no vinho”, afirmou.
Uma delegação de quatro autarcas durienses foi hoje ouvida na Comissão de Agricultura sobre a crise instalada no setor vitícola e a Casa do Douro, reinstituída como associação pública de inscrição obrigatória e as eleições marcadas para 19 de dezembro.
No Douro, invocando quebras nas vendas e ‘stocks’ cheios, operadores não estão a comprar uvas ou estão a comprar em menos quantidade.
Os agricultores alegam também que têm vindo a receber cada vez menos pelas suas uvas, enquanto os custos de produção são cada vez maiores.
“A região não produz vinho suficiente para aquilo que é a sua única dinâmica económica. E essa mesma região que não produz vinho suficiente é a mesma que chega às vindimas e tem um excedente de ‘stocks’ de vinhos e há produtores sem terem a quem entregar as uvas”, referiu José Manuel Gonçalves.
O autarca apontou como uma das causas para esta situação as importações de vinhos de fora da região e defendeu que os excedentes do Douro deviam ser usados na produção de aguardente a incorporar no vinho do Porto.
O presidente da CIM Douro, Luís Machado, realçou a necessidade de uma maior fiscalização nesta vindima, mas apontou a falta de recursos por parte do IVDP e lembrou as cativações das taxas pagas pelos viticultores, defendendo que esta receita deve ficar na região e ser aplicada na promoção do território e do seu vinho.
Quanto à Casa do Douro, o também presidente da Câmara de Santa Marta de Penaguião (PS), frisou que “os 19 autarcas do Douro se sentem confortáveis com os atuais diplomas”, aprovados em janeiro, considerando que eles representam “a vontade da maioria esmagadora dos 19 viticultores que se espalham pela região”.
“É a oportunidade de nós conseguirmos equilibrar o conselho interprofissional do IVDP”, defendeu, lembrando que o conselho junta as duas profissões: comércio e produção.
O autarca da Régua frisou também que a Casa do Douro é “uma vontade dos durienses”.
“Há gente que invoca que esta organização vem do Estado Novo, o que é para mim uma novidade porque foi nos governos do professor Cavaco Silva que a inscrição obrigatória aconteceu e eu não sabia que nessa altura estávamos no Estado Novo”, referiu.
O parlamento aprovou em janeiro a restauração da Casa do Douro como associação pública de inscrição obrigatória.
REGIÕES
VILA REAL: CONCURSO PARA CONCLUSÃO DO PAVILHÃO DA ESCOLA DIOGO CÃO
O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.
O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.
O anúncio do concurso público para a conclusão da empreitada de requalificação e beneficiação do pavilhão da Escola Diogo Cão foi publicado esta quinta-feira em Diário da República (DR).
O preço base do procedimento é de cerca de 900 mil euros, o prazo para entrega de propostas decorre até 13 de fevereiro e, depois de adjudicada, a obra deve ser concluída em 270 dias.
Em abril, a Câmara de Vila Real informou que tomou posse administrativa da obra de requalificação deste pavilhão desportivo, localizado na cidade, por alegado incumprimento do empreiteiro que terá suspendido e abandonado a empreitada.
O processo encontra-se, neste momento, em tribunal.
Em março de 2022, a Câmara de Vila Real anunciou um investimento 1,2 milhões de euros na reabilitação do pavilhão desportivo da Escola Diogo Cão e, na altura, foi referido que a intervenção demoraria cerca de um ano.
O objetivo da intervenção era dotar o pavilhão, já com mais de 50 anos, de “condições de segurança” para a prática educativa e a formação desportiva, servindo a escola e, após o horário letivo, a comunidade.
A autarquia explicou que a empreitada foi organizada em duas fases distintas, adjudicadas a duas empresas e que, ambas as fases, resultaram de candidaturas apresentadas ao Norte 2020 e tiveram uma comparticipação financeira de 85%.
No entanto, segundo explicou, a “existência de duas fases ao mesmo tempo veio a revelar-se de muito difícil compatibilização exacerbando o comportamento, já de si, pouco consensual” do empreiteiro em causa, tendo mesmo esta empresa “suspendido de forma unilateral a sua empreitada e abandonado a empreitada, obrigando o município a agir em conformidade e em defesa do interesse público municipal”.
Para efeito, a câmara avançou com a aplicação de sanção contratual no valor de cerca de 217 mil euros (mais IVA), “por atraso reiterado no cumprimento das obrigações decorrentes do contrato”, e procedeu “à resolução do contrato a título sancionatório, tomando a posse administrativa da obra, bem como dos bens móveis e imóveis à mesma afetos, procedendo aos inventários, medições e avaliações necessárias”.
O município referiu que vai conseguir recuperar parte do financiamento comunitário desta obra, já no âmbito do novo quadro comunitário.
REGIÕES
MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.
“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.
E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.
A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.
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