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BARCELOS: DOIS “VIDENTES” CONDENADOS POR BURLAS DE QUASE 300 MIL EUROS

O Tribunal de Braga condenou hoje a penas suspensas dois alegados videntes que burlaram um homem e uma mulher de Barcelos em cerca de 290 mil euros.

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O Tribunal de Braga condenou hoje a penas suspensas dois alegados videntes que burlaram um homem e uma mulher de Barcelos em cerca de 290 mil euros.

Um dos arguidos foi condenado a cinco anos de prisão e o outro a quatro anos e 11 meses.

Os dois, que estavam em prisão preventiva desde abril de 2023, foram hoje restituídos à liberdade.

Ficam sujeitos a apresentações em posto policial duas vezes por semana e proibidos de se ausentarem do país, tendo de entregar os respetivos passaportes.

Cada um deles terá ainda de pagar 19 mil euros ao homem lesado.

Na leitura do acórdão, a juiz presidente disse que os arguidos se aproveitaram da “fragilidade e da crendice” das vítimas.

Em favor deles, o tribunal teve em conta a sua boa inserção social, familiar e profissional.

A mulher lesada poderá ser acusada, também ela, de burla às pessoas a quem pediu dinheiro emprestado para satisfazer as “exigências” dos videntes.

O tribunal deu como provada quase toda a acusação, tendo apenas reduzido o montante da burla, de 339.500 euros para perto de 290 mil.

A história começou em 2017 ou 2018, quando Maria, uma pessoa “frágil e vulnerável a nível psicológico” e “profundamente religiosa e ingénua”, conheceu os arguidos e passou a recorrer aos seus serviços de astrologia.

Nessas circunstâncias, Maria comunicou aos arguidos que em 2012 tinha jogado no Euromilhões em França, juntamente com outras pessoas, e que acreditava ter ganhado um prémio no valor de 30 milhões de euros, sem que alguma vez tivesse reclamado a sua parte do mesmo.

Os arguidos logo se prontificaram a ajudá-la, dizendo que, com a “invocação de espíritos”, conseguiriam não só que ela recebesse o prémio, mas também multiplicar dinheiro.

Para isso, teriam de fazer “puxadas de dinheiro”, uma “empreitada” só possível se Maria fosse ajudando com a disponibilização de sucessivas quantias.

Diziam que dinheiro puxava dinheiro e que quanto mais dinheiro a Maria disponibilizasse, mais dinheiro ganharia.

Maria levantou das suas contas bancárias 102.500 euros e entregou-os aos videntes, mas estes disseram que era preciso mais e aconselharam-na a pedir dinheiro a pessoas das suas relações.

Conselho acatado, Maria foi então pedindo as verbas solicitadas, até que um amigo cometeu o “pecado capital” de lhe entregar 20 mil euros em fotocópias de notas de 500, que seriam entregues aos arguidos.

Nessa altura, o amigo de Maria foi notificado de que os “espíritos ficaram furiosos” e que sobre ele e sua família impendia uma “maldição” que só poderia ser limpa com a entrega de 20 mil euros verdadeiros.

O homem acabou por entregar os 20 mil euros, mas recebeu uma má notícia dos arguidos: os espíritos não tinham acalmado e só com mais 50 mil euros é que o conseguiriam “safar”.

Mais tarde, os arguidos contactaram-no e disseram que tinham conseguido negociar com os espíritos, dando conta de que com 30 mil euros tudo ficaria resolvido.

O homem entregou os 30 mil, mas nem mesmo assim teve descanso, já que posteriormente um dos arguidos lhe ligou a dizer que eram precisos mais 50 mil euros.

O homem acabou por denunciar o caso às autoridades policiais, que detiveram os arguidos.

Para o Ministério Público (MP), os arguidos agiram sempre “livre, deliberada e conscientemente, em comunhão de esforços e em execução de plano que previamente delinearam”, para fazerem suas as quantias que lhes eram entregues pelas vítimas, cujas “características de personalidade” conheciam.

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MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO

O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.

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O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.

Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.

“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.

E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.

A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.

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OVAR: PENA SUSPENSA PARA EX-FUNCIONÁRIA QUE DESVIO DINHEIRO DA AUTARQUIA

O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.

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O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.

Durante a leitura do acórdão, a juíza presidente disse que ficaram demonstrados os factos que eram imputados à arguida, ocorridos entre 2014 e 2017.

A arguida foi condenada a três anos de prisão, por um crime de peculato na forma continuada, e dois anos e dois meses, por um crime de falsidade informática.

Em cúmulo jurídico, foi-lhe aplicada uma pena única de três anos e nove meses de prisão, suspensa na sua execução por igual período.

O tribunal julgou ainda totalmente procedente o pedido cível deduzido pelo município de Ovar, pelo que a arguida terá de restituir a quantia de que se apropriou.

O caso teve origem em 2017, após uma auditoria da Inspeção-Geral de Finanças ter detetado irregularidades relativas à arrecadação de receita.

Na altura, o executivo então liderado pelo social-democrata Salvador Malheiro ordenou a instauração de um inquérito para apuramento dos factos, que deu origem à abertura de um processo disciplinar de que resultou o despedimento da funcionária acusada e a participação dos factos ao Ministério Público (MP).

O caso está relacionado com um esquema de atribuição de notas de crédito, em que a funcionária registava como recebidas verbas que na verdade não chegavam a entrar nos cofres da autarquia.

Segundo a acusação do MP, a arguida terá procedido à emissão de notas de crédito, mediante as quais se terá procedido à anulação de faturas emitidas, sem que fosse emitida nova fatura, ficando para si com o dinheiro cobrado.

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