REGIÕES
VILA FLOR: AUTARQUIA LANÇA “RADAR SOCIAL” PARA DIAGNOSTICAR CARÊNCIAS
O município de Vila Flor, no distrito de Bragança, tem um novo projeto para fazer um diagnóstico das carências da população.
O município de Vila Flor, no distrito de Bragança, tem um novo projeto para fazer um diagnóstico das carências da população.
Chama-se Radar Social, é a mais recente vertente da Unidade de Envelhecimento Ativo e quer identificar “pessoas, famílias e grupos em situações de vulnerabilidade social e/ou em risco de pobreza e exclusão social”, lê-se num dos panfletos distribuídos na primeira sessão de apresentação à população, em Vale Frechoso e onde a Lusa esteve presente.
Pouco depois das 14:00, começou a concentrar-se na junta de freguesia o grupo de idosos que participa nas aulas semanais de educação física, a quem foi pedido que viesse um pouco mais cedo para ouvirem a equipa responsável, composta por uma socióloga e uma assistente social.
Juntou-se cerca de uma dezena, entre eles o presidente da junta de freguesia da localidade que ronda os 150 moradores, ele que estima que pelo menos 70% sejam idosos.
“Penso que deve ser das aldeias do concelho de Vila Flor que tem mais pessoas para sinalizar. É uma população bastante envelhecida, há muitas pessoas que vivem sozinhas ou que são viúvas. E muitas têm o Complemento Solidário para Idoso, o que significa que têm um rendimento muito baixo”, contou José António Ferreira.
Pelas contas que fez rapidamente, José conta ter, pelo menos, 10 casos a precisar de intervenção.
Foram distribuídas fichas, para que todos possam sinalizar situações que considerem que precisam de intervenção. Nos itens com motivos para dar um alerta estão se aparenta viver sozinho ou isolado, ser vítima de violência, ter dificuldades em realizar tarefas simples da vida diária, ter adições, necessidades habitacionais ou carência económica e alimentar.
A Maria Cândida Ramires, de 78 anos, a iniciativa pareceu-lhe “muito bem”.
“Estas coisas fazem muito bem às populações, que estamos isoladas praticamente. Éramos uma aldeia com muita gente. Agora, só somos os velhos”, desabafou.
É uma das participantes assíduas das aulas de atividade física e também alinha no croché, que começou a ser ensinado a 7 de outubro do ano passado.
“Até fizemos uma árvore de Natal em croché em Vila Flor, não sei se viram”, partilhou, orgulhosa, Maria Cândida.
Disse à Lusa que estes momentos de convívio são os melhores dias da semana, isso e os passeios que às vezes lhes arranjam.
Ilídia Gonçalves, 83 anos, é outra das que está presente em tudo o que acontece em Vale Frechoso. Só não vai quando a memória já não colabora a fixar datas.
Quanto ao que foi explicado sobre o Radar Social, considerou que “foram umas palavras bem ditas”. Recebe uma reforma de pouco mais de 300 euros, vive sozinha com o marido e não tem nenhum suporte.
Apesar de não se destinar somente a pessoas idosas, Pedro Lima, o presidente do município, lançou os números que apontam para que seja esta faixa etária que vá aparecer com mais frequência.
“A nossa demografia fala por si. Mais de 30% da nossa população tem acima dos 65 anos. (…) Faz sentido, como somos um concelho pequeno, temos 6300 habitantes sensivelmente, ter todos os movimentos da intervenção social de uma forma coordenada e complementar”, explicou o autarca.
Isto porque, na descrição de Pedro Lima, esta é uma unidade orgânica e a ideia é cruzar as informações recolhidas por outros projetos, instituições e pela ação social do concelho, para dar uma melhor resposta ao que encontrarem.
“Espero que consigamos identificar os que precisam, do que precisam e onde precisam, de uma forma estruturada. (…) Espero encontrar com este diagnóstico aqueles que não se revelam e que nunca pediram”, afirmou o presidente da câmara.
O Radar Social vai andar pelas 26 aldeias e pela sede de concelho. Daqui a seis meses deverá haver um estudo preliminar com os dados recolhidos.
Este projeto é financiado em perto de 300 mil euros pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
REGIÕES
MACEDO DE CAVALEIROS: SUSPEITO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA DETIDO PELA GNR
A Guarda Nacional Republicana (GNR) deteve um homem de 54 anos suspeito de exercer violência doméstica contra a mulher e que tinha uma arma de fogo em casa, informou hoje a autoridade em comunicado.
A Guarda Nacional Republicana (GNR) deteve um homem de 54 anos suspeito de exercer violência doméstica contra a mulher e que tinha uma arma de fogo em casa, informou hoje a autoridade em comunicado.
A detenção aconteceu na terça-feira daquele concelho do distrito de Bragança. A GNR vinha a investigar o caso.
Segundo descreveu a Guarda, os militares “apuraram que o suspeito exerceu violência física, psicológica e verbal contra a vítima, sua mulher de 52 anos”.
No seguimento das diligências policiais, numa busca domiciliária, foi apreendida uma arma de fogo alterada ao suspeito, mais 12 munições.
O homem foi presente a tribunal no dia seguinte, quarta-feira. Como medidas de coação, ficou proibido de ter ou usar armas de fogo, vai ter de frequentar um programa específico para tratar dependência de álcool e não podeo contatar a vítima ou aproximar-se a menos de 200 metros da casa e do trabalho dela.
A GNR lembra que a violência doméstica é um crime público e que denunciar é um dever de todos.A GNR lembra que a violência doméstica é um crime público e que denunciar é um dever de todos.
REGIÕES
BRAGANÇA: ISABEL FERREIRA EX-SECRETÁRIA DE ESTADO É CANDIDATA PELO PS
A deputada e ex-secretária de Estado Isabel Ferreira apresentou esta segunda-feira publicamente a sua candidatura nas autárquicas pelo Partido Socialista (PS) à Câmara de Bragança, município que considera estar a enfrentar as ameaças da demografia a economia.
A deputada e ex-secretária de Estado Isabel Ferreira apresentou esta segunda-feira publicamente a sua candidatura nas autárquicas pelo Partido Socialista (PS) à Câmara de Bragança, município que considera estar a enfrentar as ameaças da demografia a economia.
Em declarações esta segunda-feira aos jornalistas na Pousada de São Bartolomeu, a candidata apontou como três objetivos principais para o concelho transmontano a revitalização demográfica, a diversificação económica e a melhoria das condições sociais.
“Há uma perda de influência de Bragança a diferentes níveis, no distrito, na região e no país (…). O concelho de Bragança enfrenta dois desafios a que é preciso responder, que classifico como ameaças: a demografia e a economia. As políticas de governação local têm de ser adequadas”(…)”, afirmou.
Isabel Ferreira disse que há lacunas nos setores de atividade económica. “Temos essencialmente serviços. Falta-nos o setor secundário, para criar emprego”, considerou.
A atual deputada da Assembleia da República anunciou ainda que criou um conselho estratégico para colaborar na elaboração do programa eleitoral ao município brigantino.
A candidata explicou que essa unidade vai recolher contributos de vários setores, como empresas, instituições de ensino ou socais, mas também a população em geral, que vai poder partilhar as suas opiniões e sugestões através dos meios digitais e em sessões presenciais abertas, que adiantou que vão ser realizadas.
Professora do ensino superior e cientista, desempenhou o cargo de Secretária de Estado da Valorização do Interior do XXII Governo Constitucional e de Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional no seguinte.
Isabel Ferreira afirmou que a passagem pelo Governo, onde lidou com “municípios do interior de norte a sul”, lhe deu experiência e conhecimento sobre qual o modelo de governação autárquica que lhe parece ser de sucesso, com a implementação de “projetos transformadores”.
“Uma boa governação local, completamente articulada com administração central e também com uma visão internacional”, detalhou a candidata.
Isabel Ferreira tem 51 anos, não é militante do partido e atualmente é deputada pelo PS eleita pelo círculo de Bragança e vice-presidente do Grupo Parlamentar do partido.
Questionada nesta apresentação sobre se iria suspender as atuais funções governativas, foi clara: “Esta é a minha profissão atualmente. É isso que eu faço e que farei durante todo o processo. Não pretendo suspender”.
“Quando me comprometo com processo que considero relevantes, no caso para o país, não vou abandonar”, respondeu Isabel Ferreira, acrescentando que terá os dias de lei para a campanha eleitoral, como o normal.
A candidata deu como exemplo processos que pretende concluir, como o novo regime jurídico das instituições de ensino superior, sendo a coordenadora desse grupo de trabalho.
As eleições autárquicas deverão decorrer entre 22 setembro e 14 outubro de 2025.
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