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TROFA: MOVIMENTO CONTESTA PROJETO DE CHEGADA DO METROBUS
O Movimento Metro para a Trofa Já! contestou esta sexta-feira a solução da chegada do Metro do Porto à Trofa em autocarro metrobus, numa altura em que está prevista a extensão em ferrovia até Muro e metrobus até ao centro.
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O Movimento Metro para a Trofa Já! contestou esta sexta-feira a solução da chegada do Metro do Porto à Trofa em autocarro metrobus, numa altura em que está prevista a extensão em ferrovia até Muro e metrobus até ao centro.
“Não compreendemos nem aceitamos, porque o canal já existe. Portanto, o investimento – e comparativamente com o investimento global da Metro do Porto e daquilo que ainda está a ser pensado para as outras linhas que já foram anunciadas em outubro de 2023 – é muito reduzido”, disse à Lusa José Fernando, representante do Movimento Metro para a Trofa Já!.
Está marcada para as 15h00 de sábado uma manifestação do movimento no Largo da Estação de Muro, na Trofa (distrito do Porto), 23 anos depois do fecho da antiga linha de comboio com a promessa da chegada do metro, nunca cumprida.
“A nossa luta é não só que se cumpra com o prometido e não só que se aproveite este programa [metrobus], mas sim que venha o metro em carril até ao centro da Trofa”, vincou o também presidente da junta de Muro.
O responsável vincou que a população não vai permitir que a chegada do metro até Muro seja usada como “argumento para anunciarem que o metro já chegou à Trofa, Trofa concelho”.
A chegada do Metro do Porto até Muro e a subsequente ligação via metrobus à Trofa vão custar 160 milhões de euros, segundo uma estimativa da transportadora presente em documentos consultados pela Lusa.
Em causa está a ligação do Metro do Porto à Trofa, que contempla as estações Ribela, Muro, Serra, Bougado, Pateiras, Trofa Sul e Paradela, num total de 10,22 quilómetros, dos quais cerca de três em metro (até Muro) e 7,20 em metrobus, um autocarro que circulará em via dedicada até Paradela.
“Termos apenas uma estação no concelho com metro em carril, para nós, não é cumprir a promessa de que o metro chegou à Trofa”, vincou, assegurando que “só vai terminar a luta da população quando efetivamente o metro chegar em carril até ao centro urbano da Trofa”.
Por isso, mesmo contestando a solução metrobus atualmente em cima da mesa, que obriga a um transbordo dos passageiros em Muro, o representante reconheceu que “mais vale um pássaro na mão do que dois a voar”.
“Neste momento, foi-nos colocada esta proposta em cima da mesa e nós não queremos desaproveitá-la, por um lado, mas também não daremos a luta por concluída quando chegar a linha neste modelo misto”, referiu.
José Fernando reconheceu que as populações não querem “prolongar mais a discussão” porque na Trofa, aquando da primeira fase de construção do Metro do Porto, discutia-se “se era com uma via ou duas vias mas o que aconteceu é que a obra se desenvolveu noutras zonas do distrito e para a Trofa acabou por não vir nem uma nem duas vias”.
Assim, mesmo com a solução mista com o metrobus, o movimento defende que o metro em carril deverá ir já, pelo menos, até Serra, de forma a ficar próximo da zona industrial de Lantemil, que “tem outras acessibilidades com a Estrada Nacional 14 e Avenida Central de São Gens, que liga a duas outras freguesias”.
“A esperança é que com o metrobus seja mais evidenciada a necessidade deste meio de transporte [metro ligeiro convencional], porque com a utilização mais frequente que esperamos que aconteça com o metrobus, haja depois a necessidade de colocação do metro convencional em carril”, manifestou.
Questionado sobre se ainda acredita ser possível alterar a situação, numa altura em que já foi lançado o aviso para a Metro do Porto se candidatar a fundos europeus para financiar a obra, já com a solução mista definida, José Fernando admitiu que “nesta fase não é possível ter tudo”.
“Deduzimos que será difícil fazer o contrário. Mas como o projeto também ainda está a ser concebido, ainda temos alguma esperança que os estudos levem a que haja uma solução de metro em carril na totalidade da extensão do metro até à Trofa que possa compensar, e que isto seja repensado”, referiu.
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