INTERNACIONAL
BIDEN DIZ QUE PUTIN DEVE SER JULGADO POR CRIMES DE GUERRA DEVIDO A MORTES EM BUCHA
O Presidente norte-americano, Joe Biden, pediu esta segunda-feira um julgamento por crimes de guerra contra o seu homólogo russo, Vladimir Putin, e afirmou que procurará reforçar sanções, após relatos de atrocidades russas na cidade ucraniana de Bucha.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, pediu esta segunda-feira um julgamento por crimes de guerra contra o seu homólogo russo, Vladimir Putin, e afirmou que procurará reforçar sanções, após relatos de atrocidades russas na cidade ucraniana de Bucha.
“Vocês viram o que aconteceu em Bucha”, disse Biden, acrescentando que Putin “é um criminoso de guerra”.
Os comentários de Biden a jornalistas surgiram após o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ter visitado Bucha, cidade vizinha da capital Kiev, onde autoridades ucranianas dizem que foram encontrados cadáveres de civis, incluindo em valas comuns.
Zelensky classificou as ações russas de “genocídio” e pediu que o Ocidente aplique sanções mais duras contra a Rússia.
Biden, no entanto, não chegou a qualificar as ações de genocídio.
Dezenas de civis mortos foram encontrados em Bucha, uma cidade a 60 quilómetros de Kiev, espalhados na rua, nalguns casos com as mãos amarradas nas costas e atirados em valas comuns, tendo as autoridades ucranianas e os seus aliados acusado os soldados russos de terem cometido esses crimes.
Moscovo rejeitou em absoluto qualquer responsabilidade e disse que foi feita uma encenação por Kiev.
Algumas imagens foram mostradas depois de as autoridades terem admitido estarem a fazer vídeos para documentar provas dos alegados crimes de guerra, provocando uma condenação internacional quase unânime.
O conselheiro do Presidente ucraniano Oleksiy Arestovych considerou as imagens como uma “cena de um filme de terror”, referindo que algumas pessoas estavam amarradas e baleadas na cabeça e que os corpos mostravam sinais de tortura, existindo ainda relatos de violações.
“Temos que continuar a fornecer à Ucrânia as armas necessárias para continuar a luta e temos que reunir todos os detalhes para que isso possa ser real — ter um julgamento por crimes de guerra”, disse Biden.
O que está a acontecer em Bucha é ultrajante e todo o mundo é testemunha disso”, acrescentou o chefe de Estado norte-americano.
Biden observou que enfrentou reações negativas no mês passado quando descreveu Putin como um criminoso de guerra pelo ataque em curso na Ucrânia, depois de hospitais e maternidades terem sido bombardeados. Nas suas declarações desta segunda-feira, Biden deixou claro que o rótulo ainda se aplica.
“Esse homem é brutal e o que está a acontecer com Bucha é ultrajante, e todo mundo viu”, disse Biden.
As investigações sobre as ações de Putin começaram antes das novas alegações de atrocidades fora de Kiev.
Também a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, escreveu esta segunda-feira na rede social Twitter que a União Europeia enviará investigadores à Ucrânia para ajudar o procurador-geral local a “documentar crimes de guerra”.
Os Estados Unidos da América e mais de 40 outros países estão a trabalhar conjuntamente para investigar possíveis violações e abusos, após a aprovação de uma resolução do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas para estabelecer uma comissão de inquérito.
Há outra investigação em curso no Tribunal Penal Internacional, um órgão independente com sede em Holanda.
Enquanto isso, a principal enviada de Biden às Nações Unidas, a embaixadora Linda Thomas-Greenfield, anunciou esta segunda-feira que os EUA procuram suspender Rússia do seu assento no principal órgão de direitos humanos das Nações Unidas, na sequência de mais indicações de que as forças russas podem ter cometido crimes de guerra na Ucrânia. Isso exigiria uma decisão da Assembleia-Geral da ONU.
A Rússia e os outros quatro membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas — Reino Unido, China, França e Estados Unidos — atualmente têm assentos neste conselho de 47 estados-membros, com sede em Genebra. Os Estados Unidos voltaram ao conselho este ano.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.276 civis, incluindo 115 crianças, e feriu 1.981, entre os quais 160 crianças, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,21 milhões de refugiados para os países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
INTERNACIONAL
BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.
A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).
“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.
“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.
Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.
Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.
A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.
Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.
Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.
Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.
Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.
Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.
A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.
“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.
“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
INTERNACIONAL
PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.
Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.
“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.
Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.
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