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ECONOMIA & FINANÇAS

EMPRESAS E BANCOS PREPARAM ‘RENTRÉE’ COM MUDANÇAS NO TELETRABALHO

As restrições no âmbito da pandemia têm vindo a ser levantadas e empresas e bancos estão a preparar-se para aplicar as novas regras do teletrabalho, com mudanças previstas para setembro na maioria dos casos contactados pela Lusa.

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As restrições no âmbito da pandemia têm vindo a ser levantadas e empresas e bancos estão a preparar-se para aplicar as novas regras do teletrabalho, com mudanças previstas para setembro na maioria dos casos contactados pela Lusa.

No início de agosto, o teletrabalho deixou de ser obrigatório nos concelhos de risco, passando a recomendado em todo o território nacional, sempre que as funções em causa o permitam e, no dia 23, o país passou do estado de calamidade para o estado de contingência, após ter alcançado a meta de mais de 70% da população com vacinação completa contra a Covid-19, semanas antes do que previa o Governo.

As empresas e os bancos têm acompanhado o alívio gradual das restrições, estando agora a planear o regresso ao trabalho presencial, apenas para alguns trabalhadores, já que muitas vão optar por um sistema híbrido.

É o caso da EDP que, desde o início da pandemia, ativou um plano de contingência que incluía manter o maior número possível de trabalhadores em todos os serviços em teletrabalho, tendo 79% dos trabalhadores em Portugal neste regime.

A partir de setembro, com a atual situação de contingência e o patamar de vacinação de 70% da população portuguesa, será possível avaliar a possibilidade de um regresso voluntário e rotativo aos escritórios, mediante o cumprimento de todas as medidas de segurança e saúde previstas no plano de contingência”, diz fonte oficial da EDP.

A empresa acrescenta que, num cenário pós-pandemia, irá testar “um novo modelo híbrido de trabalho” com um “sistema rotativo e flexível que conjugue o trabalho presencial e remoto, permitindo aos trabalhadores com funções compatíveis realizarem até dois dias por semana em trabalho remoto”. Segundo a EDP, nos Estados Unidos a empresa já efetivou o regresso ao local de trabalho e, em Espanha, esse passo está a ser preparado.

A Galp, que tem 54% dos seus trabalhadores em Portugal em trabalho remoto (perto de 2.000 trabalhadores), afirma que encara o futuro “com algum otimismo” quanto à evolução da pandemia e decidiu avançar para “um modelo híbrido” nos países “em que a restrição à presença física nos escritórios tenha terminado e em que o enquadramento legal e funcional o permitam”.

“A presença regular no escritório será encorajada para uma média de dois dias por semana, devendo o trabalho presencial ser preferencialmente considerado para atividades que envolvam o trabalho colaborativo”, revela fonte oficial da Galp à Lusa.

Segundo a empresa, este modelo prevê que a adesão ao trabalho remoto seja “voluntária e diferenciada, podendo depender das circunstâncias pessoais e familiares de cada colaborador”.

Já a Vodafone vai manter o regime de teletrabalho até ao dia 27 de setembro e, “nessa data, havendo condições para um regresso ao escritório em segurança, a empresa passará a adotar um modelo de trabalho híbrido, ou seja, remoto e presencial”, afirma fonte oficial da empresa.

Por sua vez, a Microsoft mantém por enquanto a totalidade dos seus 1.200 trabalhadores em Portugal a trabalhar remotamente e está “neste momento a avaliar os moldes de uma possível volta ao escritório tendo em conta a evolução do contexto em geral”. A empresa de tecnologia não revelou, no entanto, se o regresso ao escritório ocorrerá ainda este ano.

Também a REN – Redes Energéticas Nacionais “está a ponderar diversas possibilidades relativamente ao regime de teletrabalho e de desfasamento de horários”, uma decisão que, segundo fonte oficial, está prevista acontecer “durante o mês de setembro”.

Na Sonae, “a maioria” dos trabalhadores com funções compatíveis está parcialmente a trabalhar a partir de casa”, conta fonte oficial. “A pandemia mostrou que era possível manter a atividade laboral com a maioria das equipas em ‘homeoffice’” e “esta evidência terá impacto nos futuros modelos de organização do trabalho a ser desenhados numa fase pós-pandémica”, indica a Sonae.

A empresa refere que está ainda a estudar diferentes cenários e possibilidades para um “novo normal” e diz ser “expectável” que o resultado seja “a adoção de múltiplas soluções dada a diversidade de negócios e funções no grupo e a necessidade de assegurar as suas especificidades”.

No setor da banca, o BPI já tem um plano traçado. Fonte oficial do banco diz que atualmente as redes comerciais estão em funcionamento presencial, mas nos serviços centrais, “cerca de 90% dos colaboradores mantêm-se em teletrabalho”.

A partir de 6 de setembro está previsto “um regresso gradual e progressivo” destes trabalhadores ao serviço presencial e no âmbito deste plano “está também previsto o desfasamento de horários, como medida de proteção adicional”, refere o BPI.

Por sua vez, o fonte oficial do Millennium bcp explica que o modelo em vigor no banco contempla o teletrabalho para as funções compatíveis com este regime, não se perspetivando que haja alterações relevantes “até final de setembro.”

Fonte oficial da Caixa Geral de Depósitos (CGD) refere, por seu lado, que as agências do banco “estiveram sempre a funcionar durante a pandemia e que, “por enquanto” estão em teletrabalho 25% dos seus trabalhadores, sobretudo nos serviços centrais.

A CGD sublinha que o tema “está agora em análise” e que “as regras da implementação de um plano de reforço do trabalho presencial nos serviços centrais será comunicada, em primeira mão, aos colaboradores”.

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SETE EM CADA DEZ EMPRESAS DISCORDAM DA SEMANA DE QUATRO DIAS

Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.

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Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.

Elaborado pela Associação Industrial Portuguesa — Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI) e referente ao quarto trimestre de 2024, o “Inquérito de Contexto Empresarial sobre o Mercado Laboral” indica ainda que 70% das empresas defendem que matérias laborais como carreiras, benefícios, remunerações complementares ou limites de horas extraordinárias deveriam ser concertadas no interior das empresas e não em sede de Contrato Coletivo de Trabalho (CCT).

Relativamente ao banco de horas individual, 71% das empresas inquiridas dá parecer favorável e, destas, 74% entende que deveria ser fixado por acordo dentro da empresa, em vez de nas convenções coletivas de trabalho.

Segundo nota a AIP, entre as empresas que mais defendem esta concertação interna estão as pequenas e médias empresas.

Já em termos de modelo de trabalho, 81% das 523 empresas participantes dizem praticar trabalho presencial, 17% um modelo híbrido e 2% teletrabalho. Entre as que adotaram um modelo híbrido ou remoto, 73% afirmam que tal contribuiu para uma melhoria da produtividade e 84% consideram manter este modelo.

Quando questionadas sobre o Salário Mínimo Nacional (SMN), 83% das empresas concordam com a sua existência, ainda que 65% entendam que não deve ser encarado como um instrumento de redistribuição de riqueza.

Entre as que consideram que o SMN deve ser um instrumento com este fim, 45% diz que deveria ser a sociedade a suportá-lo, através de impostos negativos nos rendimentos mais baixos, enquanto as restantes 55% defendem que deveria ser suportado pelos custos de exploração das empresas.

Relativamente ao valor de 1.020 euros mensais projetados para o SMN até ao final da atual legislatura, mais de metade (56%) das empresas inquiridas apontam que é suportável pela conta de exploração das empresas, embora 95% desconheça algum estudo que aponte o seu setor de atividade como tendo capacidade para o financiar.

Para 65% das empresas, a fixação anual do salário mínimo deveria estar dependente da evolução da produtividade.

Quando questionadas sobre a autodeclaração de doença, 55% das empresas manifestou-se contra, apesar de 89% assinalar que nunca registou um caso destes ou que estes são muito pouco frequentes.

No que respeita ao designado “direito a desligar”, metade das empresas defende-o e outras tantas discordam, sendo que entre as que apresentam maior taxa de rejeição à implementação desta medida estão, sobretudo, as médias e microempresas.

Já quanto a sua comunicação à ACT, 86% das empresas discordam deste procedimento.

O inquérito da AIP-CCI foi realizado entre 12 de outubro e 11 de novembro de 2024 junto de 523 sociedades comerciais de todo o país (24% do Norte, 32% do Centro, 26% da Área Metropolitana de Lisboa, 12% do Alentejo, 3% do Algarve e 3% das ilhas).

A indústria representou 47% da amostra, seguida pelos serviços (26%), comércio (14%), construção (7%), agricultura (3%), alojamento e restauração (2%) e transportes e armazenagem (1%), sendo que 3% eram grandes empresas, 8% médias, 45% pequenas e 44% microempresas.

Da totalidade da amostra, 49,01% são empresas exportadoras.

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ERC: APENAS 4% DOS MEDIA PORTUGUESES FATURAM ACIMA DE 10 MILHÕES

As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.

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As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.

Esta é uma das conclusões do estudo de análise económica e financeira sobre os media em Portugal da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) relativo ao exercício de 2023, que tem por base dados reportados pelos regulados, no âmbito da Lei da Transparência da Titularidade dos Meios de Comunicação Social (Lei nº 78/2015, de 29 de julho).

“A análise conduzida pela ERC apurou que os ativos totais das empresas de comunicação social ascenderam a 1.123.063 euros e os rendimentos totais da atividade a 1.166.911 euros”, lê-se no comunicado do regulador.

Constatou-se “que as empresas com rendimentos superiores a 10 milhões de euros apenas representaram 4% da totalidade de entidades, mas 86% dos ativos, 84% dos capitais próprios do setor e 89% dos rendimentos”, prossegue a ERC.

O regulador refere que sobressai “o facto de não se ter assistido, em 2023, a uma melhoria dos rendimentos das empresas de comunicação social em Portugal, mantendo-se em 53% a percentagem de empresas que registam crescimento dos rendimentos”.

No período em análise, “o número de empresas com resultados líquidos positivos, resultados operacionais ou EBITDA positivos, e capitais próprios positivos situou-se em proporções inferiores a 2022”.

O estudo caracteriza o setor dos media português de “granular, composto por muitas pequenas empresas, em especial nos segmentos mais tradicionais, como as publicações periódicas e as rádios hertzianas”.

Aliás, “são as pequenas empresas que enfrentam maiores dificuldades face à alteração paradigmática da forma como os conteúdos são consumidos e dos interesses e composição dos consumidores, limitando ou inibindo a capacidade de crescimento”.

A publicidade continuou a ser a principal fonte de receitas do setor em 2023, “mas a sua evolução apresentou um comportamento misto entre as principais instituições”.

De acordo com a análise, “verificou-se um aumento das receitas de publicidade do segmento de televisão, mas mais centrado nos canais de televisão por subscrição (STVS) em detrimento do ‘free-to-air’ [canais gratuitos]”.

O consumo de notícias “é cada vez mais fragmentado entre diferentes plataformas comunicacionais e que a utilização do vídeo como fonte noticiosa tem vindo a crescer, especialmente entre os mais jovens”, refere a análise, que adianta que como “principal fonte de conteúdos de vídeo noticiosos surgem as plataformas de partilha de vídeo em detrimento dos ‘sites’ dos editores, o que aumenta os desafios de monetização de produção de conteúdos e conexão destes últimos”.

O estudo completo da ‘Análise Económica e Financeira ao Setor de Media em Portugal no ano 2023’ pode ser consultado na página da ERC.

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