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GASES DE REFRIGERAÇÃO SÃO 23 MIL VEZES PIORES DO QUE CO2, RECICLAGEM É PRECISA, DIZ INVESTIGADORA

Os gases de refrigeração têm um potencial de aquecimento global 23 mil vezes maior do que o dióxido de carbono e ficam na atmosfera 50 mil anos, alertou hoje a investigadora Ana Pereiro, que salienta a importância da reciclagem.

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Os gases de refrigeração têm um potencial de aquecimento global 23 mil vezes maior do que o dióxido de carbono e ficam na atmosfera 50 mil anos, alertou hoje a investigadora Ana Pereiro, que salienta a importância da reciclagem.

Atualmente a quase totalidade desses gases, os gases fluorados, são libertados para a atmosfera quando se deixam de usar por exemplo automóveis, aparelhos de ar condicionado ou frigoríficos. O projeto de investigação KET4F-Gas, que tem como um dos parceiros a Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade Nova de Lisboa, pretende inverter a situação.

Através do projeto foram, nos últimos três anos, desenvolvidas tecnologias inovadoras para separar e reciclar os gases fluorados no fim do ciclo de vida dos equipamentos e as conclusões do projeto são apresentadas hoje, no ‘webinar’ “Solutions for a Sustainable Management of Fluorinated Greenhouse Gases”. O projeto tem também uma componente de sensibilização para o problema, como explicou Ana Pereiro, investigadora principal da FCT e uma das coordenadoras do projeto.

Os gases fluorados (HFC) substituíram no final da década de 1990 os antigos gases usados nos sistemas de refrigeração, conhecidos como CFC (clorofluorcarbonetos), que eram muito destrutivos da camada de ozono. Os HFC foram na altura considerados ideais, sem serem tóxicos ou inflamáveis, e o seu uso aumentou exponencialmente, lembrou Ana Pereiro, salientando que estes gases fluorados têm afinal um “alto potencial de aquecimento global”.

Por isso, disse, o objetivo do projeto é evitar a libertação desses gases e sensibilizar consumidores, indústria e empresas. Por isso o projeto contempla uma ferramenta ‘online’ e gratuita para, por exemplo, o consumido conhecer melhor que tipo de gás usa o equipamento que está a comprar e poder optar pelos menos poluentes.

“Fizemos uma escala semelhante à etiqueta energética”, explicou, acrescentando que do projeto faz parte também um manual de boas práticas para a indústria.

Ana Pereiro salientou que os compostos em questão são seguros e inofensivos quando estão nos equipamentos, mas que o problema surge quando existem fugas. E a verdade é que só entre 01% e 05% desses gases são recuperados dos equipamentos em fim de vida, ainda que existam unidades de reciclagem.

“Muitas pessoas tiram o cobre dos equipamentos e libertam todo o gás para a atmosfera”, alertou a especialista, acrescentando outro dado: no fim do ciclo de vida dos veículos, por falta de incentivos, o gás é libertado para a atmosfera. “Nenhum veículo chega com gás refrigerante e os ares condicionados chegam também sem esse gás”.

Os gases fluorados têm sido objeto de legislação na União Europeia desde 2015, a emissão para a atmosfera é proibida em Portugal desde 2017, e pretende-se substituí-los por alternativas com menor impacto ambiental até 2030, incentivando-se a investigação e de tecnologias para recuperar, separar e reciclar os gases.

Ana Pereiro alerta para o contrabando de gases fluorados e para o não cumprimento dos regulamentos e a falta de fiscalização, porque não há multas. E diz: “O que propomos é que em vez de se sancionar se incentive as empresas a terem boas práticas, que as empresas que instalem equipamentos com esses gases tenham certificação, que todos percebam que estas boas práticas têm de ser implementadas a nível doméstico e industrial”.

O projeto KET4F-Gas, financiado com dinheiros de Bruxelas e com a participação de 13 sócios e seis entidades associadas de quatro países, Portugal incluído, desenvolveu também tecnologias inovadoras para separar e reciclar os gases fluorados no fim do ciclo de vida dos equipamentos. São, nas palavras de Ana Pereiro, dois protótipos “únicos a nível mundial”, que em outubro devem ser implementados em ambiente real numa empresa gestora de resíduos.

Estima-se que em 2050 até 12% do total de emissões globais de gases com efeito de estufa poderão ter a sua origem em HFC, já que se espera que a procura mundial de energia para equipamentos de refrigeração triplique devido ao aumento da temperatura.

Ana Pereiro salientou a importância de um novo olhar para o problema, incentivando-se a recuperação dos gases fluorados (que são inofensivos para quem os maneja e liberta para a atmosfera). Mas também adiantou que para o setor “não há uma solução perfeita”.

Não havendo o refrigerante perfeito, as misturas que dão os gases fluorados são para já a solução, e “se forem usadas de maneira correta são inofensivas”.

Mas é preciso, salienta, explicar tudo isto às pessoas, porque “as pessoas quando pensam em aquecimento global só pensam no dióxido de carbono”.

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CIENTISTAS CRIAM CÉLULAS PARA TRATAMENTO DA DOENÇA DE MACHADO-JOSEPH

Uma equipa de cientistas liderada pela Universidade de Coimbra conseguiu criar células estaminais humanas, a partir de células da pele, que têm potencial para o tratamento de longa duração da doença de Machado-Joseph, segundo um estudo hoje divulgado.

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Uma equipa de cientistas liderada pela Universidade de Coimbra conseguiu criar células estaminais humanas, a partir de células da pele, que têm potencial para o tratamento de longa duração da doença de Machado-Joseph, segundo um estudo hoje divulgado.

A Universidade de Coimbra referiu que esta investigação abre caminho para o desenvolvimento de células que possam vir a ser usadas no tratamento desta doença neurodegenerativa que afeta, nomeadamente, os movimentos e a articulação verbal, e que tem grande incidência em Portugal.

A líder do estudo, Liliana Mendonça, explicou que a descoberta feita pela equipa de investigação demonstra a viabilidade da aplicação de terapias personalizadas a pessoas portadoras desta doença, através da criação de células estaminais dos doentes que se pretendem tratar.

Isto irá traduzir-se numa maior aceitação do transplante, frisou a investigadora do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC) e do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (CIBB).

Consideradas muito versáteis, as células estaminais permitem dar origem a células especializadas de vários tecidos e órgãos do corpo humano.

A doença de Machado-Joseph ainda não tem tratamento. O cerebelo é uma das regiões do cérebro mais afetadas, levando a extensa morte neuronal, dificuldades de coordenação motora, de deglutição e de articulação do discurso.

“Tem uma grande prevalência nos Açores, especialmente na ilha das Flores, que regista a maior incidência da doença a nível mundial”, contou a investigadora.

A equipa de investigação criou células que demonstraram ter capacidade de originar neurónios em culturas celulares (conjunto de técnicas para testar o comportamento de células num ambiente artificial) e também em organóides cerebrais (tecidos gerados ‘in vitro’, ou seja, fora de organismos vivos).

Segundo Liliana Mendonça, simultaneamente, os investigadores observaram que as células estaminais humanas sobreviveram até seis meses após transplante no cerebelo do modelo animal, tendo-se diferenciado em células da glia (células do sistema nervoso central que desempenham diversas funções) e neurónios, o que significa que revelaram ter potencial para atuar positivamente no controlo de doenças neurodegenerativas.

“Existe uma elevada necessidade de desenvolver estratégias terapêuticas que possam tratar doenças neurodegenerativas, que, de forma robusta, melhorem a qualidade de vida dos doentes, contribuindo, assim, para reduzir os encargos de saúde dos sistemas de saúde e das famílias destes doentes”, alertou.

Este trabalho, que foi desenvolvido pela equipa do Grupo de Investigação de Terapias Génicas e Estaminais para o Cérebro do CNC-UC, encontra-se a ser aprofundado.

Um dos objetivos é estudar de que forma é que estas células conseguem melhorar os problemas de coordenação motora da doença, com recurso a um modelo animal.

A coordenadora da investigação avançou que os cientistas vão também desenvolver estratégias para melhorar a migração das células e, seguidamente, a sua diferenciação em neurónios cerebelares, após o seu transplante para o cérebro, algo que pode aumentar significativamente os efeitos terapêuticos destas células.

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IDENTIFICADAS CÉLULAS-CHAVE PARA PREVENIR A ATEROSCLEROSE NO SÍNDROME DA PROGÉRIA

Uma equipa internacional de investigadores identificou as células-chave para prevenir a aterosclerose em pessoas que sofrem do síndrome de progéria, uma doença muito rara que causa envelhecimento prematuro e acelerado de quem a sofre.

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Uma equipa internacional de investigadores identificou as células-chave para prevenir a aterosclerose em pessoas que sofrem do síndrome de progéria, uma doença muito rara que causa envelhecimento prematuro e acelerado de quem a sofre.

A síndrome de Progéria é uma doença genética extremamente rara que afeta 1 em 20 milhões de pessoas, e estima-se que afete cerca de 400 crianças em todo o mundo. A doença é caracterizada por induzir envelhecimento acelerado, aterosclerose grave e morte prematura em idade média de aproximadamente 15 anos.

Os resultados da nova investigação foram publicados esta segunda-feira no The Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) e participaram no estudo cientistas do Centro Nacional de Investigação Cardiovascular (CNIC) do Instituto de Saúde Carlos III, do Centro de Investigação em Rede de Doenças Cardiovasculares, do Centro de Investigação Biológica Margarita Salas do Conselho Superior de Investigação Científica, da Universidade de Oviedo (todos em Espanha) e da Universidade Queen Mary de Londres (Reino Unido).

As doenças raras representam um grande problema social e de saúde, uma vez que se estima que existam perto de 7.000 e que afetem sete por cento da população mundial, recordou o CNIC, citado pela agência Efe.

Embora os pacientes com este síndrome normalmente não apresentem os fatores de risco cardiovasculares típicos (hipercolesterolemia, obesidade ou tabagismo), a sua principal causa de morte são as complicações da aterosclerose, como enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral ou insuficiência cardíaca.

Atualmente não há cura para a progéria, observou o CNIC, e enfatizou a urgência do desenvolvimento de novas terapias que previnam a aterosclerose e outras alterações vasculares associadas à doença para aumentar a expectativa de vida dos pacientes.

A causa genética da doença é uma mutação num gene (LMNA) que provoca a expressão da progerina, uma versão mutante da proteína nuclear “lamina A” que induz numerosos efeitos nocivos a nível celular e do organismo, explicou o CNIC, em comunicado.

Estudos recentes desta síndrome realizados em modelos animais mostraram que é possível corrigir esta mutação através da edição genética, e que a consequente eliminação da progerina e recuperação da expressão da “lâmina A” melhora as alterações características do doenças e prolonga a expectativa de vida.

Para otimizar a terapia genética para o potencial tratamento de pacientes com progéria, é importante identificar os tipos de células nos quais a deleção da progerina produz mais benefícios.

Para responder a esta questão, o laboratório do investigador Vicente Andrés (CNIC) gerou ratos com esta síndrome e os investigadores apontaram as células musculares lisas vasculares como um possível alvo terapêutico para combater a aterosclerose prematura na progéria.

No novo trabalho publicado pela PNAS e utilizando os mesmos tipos de ratos, os investigadores estudaram se a aterosclerose associada a esta síndrome pode ser evitada suprimindo a progerina e restaurando a “lâmina A” nas células “endoteliais” ou em células musculares lisas vasculares.

Os cientistas descobriram assim que a eliminação da progerina nas células endoteliais não trazia nenhum benefício, mas trazia quando era eliminada nas células musculares lisas vasculares.

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