INTERNACIONAL
GUERRA: RÚSSIA GARANTE QUE VAI CUMPRIR OBJETIVOS
A intervenção militar russa na Ucrânia vai continuar “até que os objetivos sejam atingidos”, garantiu hoje o Kremlin, numa altura em que as forças de Moscovo foram obrigadas a recuar após as ofensivas militares de Kiev dos últimos dias.
A intervenção militar russa na Ucrânia vai continuar “até que os objetivos sejam atingidos”, garantiu hoje o Kremlin, numa altura em que as forças de Moscovo foram obrigadas a recuar após as ofensivas militares de Kiev dos últimos dias.
“Aoperação militar especial vai continuar até que os objetivos fixados inicialmente sejam atingidos”, afirmou a imprensa o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, admitindo que, atualmente, “não existem quaisquer perspetivas de negociações” entre Moscovo e Kiev.
Também em Moscovo, o Ministério da Defesa russo indicou ter desencadeado hoje de manhã um conjunto de ataques com mísseis de alta precisão a posições militares ucranianas no leste, centro e sul do país, incluindo a região de Kharkiv, onde decorre uma contraofensiva ucraniana.
“A Força Aeroespaciais e a artilharia da Rússia estão a realizar ataques de alta precisão contra unidades e reservas do Exército Ucraniano na região de Kharkiv, disse o porta-voz do Ministério da Defesa, Igor Konashenkov.
Segundo o porta-voz, os ataques foram dirigidos contra tropas e equipamentos de guerra das unidades nacionalistas Kraken, da 113.ª Brigada de Defesa Territorial e da 93.ª Brigada Mecanizada, localizadas nas cidades de Kupiansk e Izium, recentemente recuperadas pela Ucrânia.
“As perdas do inimigo somaram 250 soldados e mais de 20 equipas de combate”, declarou.
Nas regiões de Zaporijia e de Donetsk, prosseguiu Konashenkov, o exército russo atacou quatro postos de comando ucranianos, 36 unidades de artilharia, 125 áreas de montagem militar e de equipamentos e uma oficina de reparos para vários sistemas de lançadores.
Além disso, o porta-voz do comando russo afirmou que as Forças Aeroespaciais atacaram um alvo militar na cidade de Rogui, região de Cherkasy, no centro do país.
Horas antes, em Kiev, o Exército ucraniano anunciou que retomou “mais de 20 localidades” em 24 horas, no quadro da contraofensiva contra o exército russo, nomeadamente no leste da Ucrânia.
“A libertação de localidades dos invasores russos continua nas regiões de Kharkiv e Donetsk” (leste). Em toda a linha de frente, as forças ucranianas conseguiram expulsar o inimigo de mais de 20 localidades” em 24 horas, referiu o Exército ucraniano no seu relatório matinal.
“Durante a retirada, as tropas russas abandonaram as suas posições à pressa e fugiram”, segundo o Exército.
Domingo, a Ucrânia afirmou ter recuperado cerca de 3.000 quilómetros quadrados do território, sobretudo na região de Kharkiv, desde o início de setembro.
Na noite de domingo, várias regiões do leste, norte, sul e centro do país sofreram extensos cortes de energia, atribuídos pelas autoridades ucranianas aos ataques russos. Perto de Kharkiv, a central termoelétrica número 5, a segunda do país, foi afetada.
Entretanto, numa entrevista ao jornal francês Le Monde, publicada hoje, o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, afirmou que a guerra na Ucrânia entrou na “terceira fase” e que os atuais êxitos militares de Kiev “terão um efeito de bola de neve” que só parará com a derrota russa.
“A campanha de contraofensiva é a terceira fase. A primeira viçava dissuadir os russos, a Segunda consistir em estabelecer um equilíbrio entre eles e nós nas frentes de combate, estabilizá-la e testar a capacidade de resistência russa”, explicou Reznikov.
“O nosso Estado-maior concebeu um plano em função do armamento que recebemos dos nossos parceiros. Começamos a utilizar os sistemas de artilharia móvel Himars para cortar as linhas de apoio logístico do inimigo, a destruir os depósitos de combustíveis e de munições. E esta é terceira fase da guerra, que começou no sul e no norte, nos distritos de Kherson e de Kharkiv”, acrescentou.
Os objetivos da Ucrânia, frisou Reznikov, são a libertação de todos os territórios ocupados, “incluindo a Crimeia, Luhansk e Donetsk”, e o estabelecimento dos postos de fronteira nos pontos em que se encontravam em 1991.
Além da “libertação total” dos territórios ucranianos, Kiev pede um “roteiro absolutamente claro sobre o pagamento de reparações pelos russos e o estabelecimento da responsabilidade de Moscovo pelos crimes de guerra” cometidos desde o início da invasão, a 24 de fevereiro passado.
Questionado sobre a possibilidade de uma longa guerra, Reznikov escusou-se a fazer previsões, defendendo, porém, que a Ucrânia irá sair vencedora.
“Será como uma bola de neve. Começará a rolar, rolar, rolar e ficará cada vez maior, maior e maior… E vamos ver o segundo exército do mundo a bater em retirada”, terminou.
INTERNACIONAL
GUERRA: RÚSSIA VAI FAZER EXERCÍCIOS NUCLEARES PERTO DA UCRANIA
O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou exercícios nucleares que serão realizados num futuro próximo e envolverão tropas localizadas perto da Ucrânia, em resposta a alegadas ameaças de líderes ocidentais contra Moscovo, anunciou hoje o Ministério da Defesa russo.
O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou exercícios nucleares que serão realizados num futuro próximo e envolverão tropas localizadas perto da Ucrânia, em resposta a alegadas ameaças de líderes ocidentais contra Moscovo, anunciou hoje o Ministério da Defesa russo.
“Durante o exercício, será tomada uma série de medidas para treinar a preparação e a utilização de armas nucleares não estratégicas”, afirmou o Ministério russo num comunicado publicado na rede social Telegram.
Acrescentou que essa medida foi tomada “por instrução do comandante-em-chefe supremo das forças armadas da Federação Russa”, Vladimir Putin.
Esse treino pretende “manter a prontidão” do exército para proteger o país, “em resposta às declarações com provocações e ameaças feitas contra a Rússia por certos responsáveis ocidentais”, acrescentou o ministério russo.
Os exercícios envolverão a força aérea, a marinha e as forças do distrito militar do sul, que se localiza muito perto da Ucrânia e cobre as regiões que Moscovo anexou.
A data e o local desses exercícios não foram anunciados.
Em outubro de 2023, a Rússia anunciou que Vladimir Putin supervisionou lançamentos de mísseis balísticos durante manobras militares destinadas a simular um “ataque nuclear massivo” a Moscovo.
Durante estes exercícios, um míssil balístico intercontinental Iars foi disparado da base espacial de Plesetsk, no norte da Rússia, e outro míssil balístico Sineva foi lançado a partir de um submarino no Mar de Barents.
A sua organização foi tornada pública no mesmo dia que a câmara alta do Parlamento Russo, o Conselho da Federação, aprovou a revogação da ratificação do Tratado de Proibição de Testes Nucleares (CTBT).
Desde o início do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022, o presidente russo tem falado sobre um possível uso de armas nucleares.
A Rússia implantou armas nucleares táticas na Bielorrússia, o seu aliado mais próximo e vizinho da União Europeia, no verão de 2023.
A doutrina nuclear russa prevê um uso “estritamente defensivo” de armas atómicas, no caso de um ataque à Rússia com armas de destruição em massa ou em caso de agressão com armas convencionais “que ameacem a própria existência do Estado”.
INTERNACIONAL
ARPÃO É PRIMEIRO SUBMARINO PORTUGUÊS A NAVEGAR DEBAIXO DE GELO NO ÁRTICO
O submarino Arpão navegou durante quatro dias debaixo da placa de gelo do Ártico, tornando-se no primeiro navio português a fazê-lo, informou hoje a Marinha.
O submarino Arpão navegou durante quatro dias debaixo da placa de gelo do Ártico, tornando-se no primeiro navio português a fazê-lo, informou hoje a Marinha.
“O NRP Arpão tornou-se, se não no primeiro, num dos muito poucos submarinos convencionais a navegar debaixo do gelo, uma área normalmente reservada aos submarinos de propulsão nuclear. Permaneceu debaixo da placa de gelo num total de cerca de quatro dias, tendo também explorado a operação na Marginal Ice Zone, com grande densidade de gelo solto, zona essa com elevado valor tácito, área em que nenhum outro submarino do ocidente se atreveu a operar, desde a II grande Guerra, com total sucesso”, indica aquele ramo.
O submarino ‘Arpão’ partiu da Base Naval de Lisboa no dia 03 de abril, com 36 militares a bordo, para participar na operação ‘Brilliant Shield’, da Aliança Atlântica. Na ocasião, o Chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Henrique Gouveia e Melo, salientou que a “importância elevada” desta missão por se tratar da primeira vez que um submarino português vai operar “por baixo do gelo Ártico”.
Em comunicado, a Marinha indica que em 28 de abril, o ‘Arpão’ largou do porto de Nuuk, na Gronelândia, “para a realização da Operação ÁRTICO 2024”, que contou com a presença a bordo de Gouveia e Melo, “decano dos submarinistas no ativo”.
No dia seguinte, passou o “mítico paralelo 66º33’N, que marca a fronteira do Círculo Polar Ártico, algo que à semelhança da passagem do Equador, é uma marca relevante para todos os marinheiros”, destaca a Marinha, assinalando que “esta marca ainda não tinha sido alcançada pelos submarinistas portugueses”.
O submarino voltou à superfície “em segurança” em 03 de abril e a Marinha salienta que esta foi “uma das maiores aventuras” deste navio até à data.
A nota divulgada aos jornalistas refere que, “além de adicionar uma nova capacidade aos submarinos portugueses e, consequentemente, à Marinha, o Arpão pôs mais uma vez em prática a “arte de bem fazer”, o que demonstrou que mesmo com todas as condicionantes, mas com dedicação, competência e força de vontade é possível continuar a ultrapassar novos desafios alcançando objetivos considerados por muitos, incluindo aliados, inultrapassáveis”.
A Martinha explica que para navegar debaixo do gelo “foi necessário um intenso período de preparação e estudo, em que a guarnição quase que teve que ‘reaprender’ a operar o navio, uma vez que a navegação submarina nas altas latitudes apresenta condições ambientais, sonoras e perigos à navegação, como a existência de icebergs e gelo solto, obrigando assim a adaptar muitos dos normais procedimentos e técnicas normalmente usadas pelos submarinos, quando a navegar em latitudes mais baixas”.
No comunicado, é indicado também que nos “quase sete meses de preparação”, o Arpão passou por um processo de manutenção “adaptado para fazer face às especificidades da missão, nomeadamente a instalação de uma proteção na torre para os mastros” e de “um sonar de alta frequência na torre do submarino”.
A Marinha refere ainda que no ano passado “o Arpão navegou 212 dias, atravessou o Atlântico duas vezes, esteve presente em sítios tão longínquos como o Rio de Janeiro, no Brasil e a Cidade do Cabo, na África do Sul, e ainda terminou o ano operacional com uma patrulha no Mediterrâneo”.
Nesta operação, os militares portugueses contaram com o apoio das marinhas dos Estados Unidos da América, Dinamarca e Canadá.
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