O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse hoje que dos 300.000 quilómetros quadrados minados pelos ocupantes russos no seu país, 170.000 permanecem por limpar, o que considerou essencial para restaurar as condições de vida normal nos territórios libertados.
“Os ocupantes deixam para trás milhares de minas e munições por explodir”, afirmou Zelensky no seu discurso noturno regular.
O Presidente ucraniano disse que as bandeiras ucranianas voltaram a estar hasteadas em 41 locais libertados da ocupação russa, onde casas, instalações sociais, comunicações, estradas, todo o espaço da vida das pessoas estão a ser desminados,
“Eles minam tudo: linhas elétricas, edifícios comerciais, campos, florestas”, afirmou.
“No pico da contaminação por minas na Ucrânia, tínhamos 300.000 quilómetros quadrados de território perigoso”, disse, “agora restam cerca de 170.000 quilómetros quadrados para serem limpos”, acrescentou.
Zelenski agradeceu aos parceiros ocidentais pela implementação de projetos de assistência à desminagem, citando os Estados Unidos, Canadá e Reino Unido, bem como estruturas da Dinamarca, Noruega, Estónia, Áustria, Polónia, Japão, Suíça, Suécia, Eslováquia e Nações Unidas.
Zelensky disse que a Ucrânia recebeu entre a assistência recebida a primeira e mais eficaz máquina de desminagem, Armtrac 400, que está atualmente a operar na região de Kharkiv.
“Cobre 1,5 hectares em uma hora, garantindo totalmente a desminagem. Em primeiro lugar, limpa o território ao longo das linhas elétricas para que os trabalhadores da energia possam desempenhar as suas funções e restabelecer o fornecimento de energia”, explicou.
As forças da Polícia Nacional Ucraniana, segundo o chefe de Estado, seguem imediatamente os soldados para as áreas libertadas, e hoje entraram em Kalynivske, Bobrovyi Kut, Yevhenivka, Kotsyubynske e Snihurivka.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.490 civis mortos e 9.972 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
