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MAIS DE 75% DO PLANETA MAIS SECO QUE O NORMAL NOS ÚLTIMOS 30 ANOS – ESTUDO

Mais de 75% das terras do mundo ficaram mais secas nas últimas três décadas, alertou a ONU num relatório hoje publicado, que revela uma crise que poderá afetar até cinco mil milhões de pessoas até 2100.

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Mais de 75% das terras do mundo ficaram mais secas nas últimas três décadas, alertou a ONU num relatório hoje publicado, que revela uma crise que poderá afetar até cinco mil milhões de pessoas até 2100.

Entre 1990 e 2020, 4,3 milhões de quilómetros quadrados de zonas húmidas foram transformados em terras secas, uma área maior do que a Índia, indica o documento, divulgado na conferência das Nações Unidas sobre desertificação (COP16) que decorre em Riade, na Arábia Saudita.

Trata-se de um fenómeno provocado por uma grande transformação climática que poderá redefinir a vida na Terra, segundo o estudo de um grupo de cientistas sob a égide da ONU, intitulado “The Global Threat of Drying Lands”.

A aridez, uma escassez crónica de água que dificulta a agricultura, estende-se atualmente a “40,6% da superfície terrestre”, excluindo a Antártida, contra “37,5% há 30 anos”, segundo os cientistas, que indicam que as zonas mais afetadas incluem a zona mediterrânica, o sul de África, o sul da Austrália e certas regiões da Ásia e da América Latina.

“Ao contrário das secas, que são temporárias, a aridez representa uma transformação permanente”, alertou Ibrahim Thiaw, secretário executivo da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD).

Esta crise está “a redefinir os ecossistemas, as economias e os meios de subsistência”, explicou.

De acordo com o relatório, a tendência é em grande parte atribuída ao aquecimento global causado pelas emissões de gases com efeito de estufa, que alteram a precipitação e aumentam a evaporação.

“Pela primeira vez, um organismo científico das Nações Unidas adverte que a queima de combustíveis fósseis está a provocar uma secura permanente em grande parte do mundo, com impactos potencialmente catastróficos no acesso à água, podendo aproximar ainda mais as pessoas e a natureza de pontos de rutura desastrosos”, adverte Barron Orr, cientista-chefe da UNCCD, citado no relatório.

As consequências da aridez são múltiplas: degradação dos solos, colapso dos ecossistemas, insegurança alimentar e migração forçada.

“Mais de 2,3 mil milhões de pessoas” vivem já em zonas áridas, um número que poderá ultrapassar os cinco mil milhões até ao final do século se as emissões de gases com efeito de estufa não forem drasticamente reduzidas, refere o relatório.

Em África, a aridez provocou um “declínio de 12% do Produto Interno Bruto (PIB) entre 1990 e 2015”, enquanto os rendimentos agrícolas globais de milho, trigo e arroz deverão diminuir em dezenas de milhões de toneladas até 2040, adianta o documento.

Para contrariar esta tendência, os cientistas recomendam “integrar a aridez nos sistemas de monitorização das secas”, melhorar a gestão dos solos e da água e apoiar as “comunidades mais vulneráveis”.

A 16.ª Conferência da ONU sobre desertificação começou no passado dia 02 em Riade, enfatizando a ligação entre a desertificação, o ambiente e o clima. A COP16 termina no próximo dia 13.

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INVESTIGAÇÃO SUECA DESCARTA SABOTAGEM AOS CABOS SUBMARINOS

O procurador sueco que investiga a rutura de um cabo submarino de fibra ótica entre a Letónia e a Suécia, ocorrida a 26 de janeiro, descartou esta segunda-feira tratar-se de um ato de sabotagem, pelo que levantou a apreensão do navio suspeito.

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O procurador sueco que investiga a rutura de um cabo submarino de fibra ótica entre a Letónia e a Suécia, ocorrida a 26 de janeiro, descartou esta segunda-feira tratar-se de um ato de sabotagem, pelo que levantou a apreensão do navio suspeito.

“Foi estabelecido que uma combinação de condições climatéricas, falhas de equipamento e erros de navegação contribuíram” para os danos, afirmou Mats Ljungqvist em comunicado.

A Suécia tinha abordado um navio búlgaro, o “Vezhen”, no âmbito da investigação de “sabotagem agravada”.

O diretor executivo da empresa de navegação búlgara NaviBulgar negou qualquer irregularidade.

“A investigação mostra agora claramente que não se tratou de sabotagem”, graças ‘aos interrogatórios, às apreensões efetuadas e analisadas e aos exames do local do incidente’, acrescentou Ljungqvist.

O navio apreendido foi, no entanto, a causa dos danos no cabo, segundo o procurador. A investigação prossegue para determinar se foram cometidas outras infrações relacionadas com este incidente.

Na madrugada de 26 de janeiro, foi danificado um cabo de fibra ótica pertencente ao Centro Nacional de Rádio e Televisão da Letónia (LVRTC), que liga a ilha sueca de Gotland à cidade letã de Ventspils.

O LVRTC afirmou que as avaliações preliminares sugeriam “fatores externos”.

Num contexto de vigilância reforçada face às ameaças de “guerra híbrida”, a Noruega abordou brevemente, entre quinta e sexta-feira, um navio norueguês com tripulação russa por suspeita de envolvimento nos danos, antes de o deixar regressar ao mar por falta de provas.

Vários cabos submarinos foram danificados ou quebrados nos últimos meses no Mar Báltico.

Em resposta à natureza repetida destes acontecimentos, a organização do Tratyado do Atlântico Norte (NATO) anunciou em janeiro o lançamento de uma missão de patrulha para proteger esta infraestrutura submarina sensível.

Aeronaves, navios e ‘drones’ estão agora a ser destacados de forma mais frequente e regular para o Mar Báltico, no âmbito de uma nova operação designada “Baltic Sentinel” (“Sentinela do Báltico”).

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WHATSAPP DENUNCIA CIBERESPIONAGEM A JORNALISTAS COM “SOFTWARE” ISRAELITA

A rede social WhatsApp denunciou uma operação de ciberespionagem contra cerca de 90 utilizadores, incluindo jornalistas, utilizando ‘software’ de uma empresa israelita, segundo meios de comunicação especializados.

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Imagem ilustrativa gerada por AI.

A rede social WhatsApp denunciou uma operação de ciberespionagem contra cerca de 90 utilizadores, incluindo jornalistas, utilizando ‘software’ de uma empresa israelita, segundo meios de comunicação especializados.

O WhatsApp (que pertence à empresa norte-americana Meta) disse que a campanha usou ‘spyware’ da empresa israelita Paragon Solutions e teve como alvo cerca de 90 jornalistas e ativistas de 20 países, a maioria da Europa.

Os alvos foram notificados e a operação foi interrompida em dezembro de 2024, segundo noticiou a NBC News.

O WhatsApp disse que a Paragon usou um ‘vetor’ — um método de acesso ilegal a uma rede, possivelmente através de grupos de conversação e do envio de um ficheiro malicioso — mas não sabe quem perpetrou o ataque.

O WhatsApp, que não respondeu às perguntas da agência de notícias EFE sobre o ataque e a nacionalidade dos afetados, enviou uma carta à Paragon a pedir que cesse as suas atividades e não descartou ações legais, segundo a edição norte-americana do The Guardian.

O jornalista italiano Francesco Cancellato, que conduz o jornal ‘online’ de investigação Fanpage, disse na sexta-feira que foi notificado pelo WhatsApp como uma das vítimas da campanha de ciberespionagem.

“As nossas investigações indicam que pode ter recebido um ficheiro malicioso via WhatsApp e que o ‘spyware’ pode ter levado a que acedessem aos seus dados, incluindo mensagens guardadas no dispositivo”, refere a notificação da rede social.

A Paragon é a criadora do programa de espionagem Graphite, tem como clientes agências governamentais e foi recentemente adquirida pelo grupo de investimento norte-americano AE Industrial Partners.

Segundo o seu ‘site’, a Paragon define-se como uma empresa de ciberdefesa e oferece soluções “baseadas na ética” para “localizar e analisar dados digitais”, formar trabalhadores digitais ou “mitigar ameaças”.

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