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NÚMERO DE BOLSAS ATRIBUÍDAS NO ENSINO SUPERIOR EM OUTUBRO QUASE DUPLICA EM RELAÇÃO AO ANO PASSADO

A Direção-Geral do Ensino Superior indicou hoje que até ao dia 21 de outubro tinham sido atribuídas quase 24 mil bolsas de estudo, quase o dobro das atribuídas no ano passado, com a maioria já em pagamento.

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A Direção-Geral do Ensino Superior indicou hoje que até ao dia 21 de outubro tinham sido atribuídas quase 24 mil bolsas de estudo, quase o dobro das atribuídas no ano passado, com a maioria já em pagamento.

Até ao final da semana passada, tinham sido atribuídas um total de 23.747 bolsas a estudantes do ensino superior para o ano letivo 2021/2022, das quais 17.251 começaram já a ser pagas.

Os dados foram hoje divulgados pela Direção-Geral do Ensino Superior (DGES) que, em comunicado, sublinha o aumento no número de bolsas atribuídas e pagas no final do primeiro mês do ano letivo. Na mesma altura em 2020, a DGES tinha atribuído apenas 12 mil bolsas de estudo, o que significa que o aumento registado este ano foi de 94%.

O número de bolsas pagas até ao final de outubro é este ano cinco vezes superior às que foram pagas no mesmo período do ano anterior, quando tinham sido pagas apenas cerca de 3.400 bolsas.

A DGES indica ainda que dos 93.098 pedidos submetidos para o ano letivo 2021/2022, já foram processados os resultados de 26.095, cerca de 28%.

“O processo de atribuição de bolsas de estudo para o presente ano letivo foi consolidado de modo a garantir a sua efetiva simplificação iniciada no ano letivo anterior”, relata a DGES, que explica que as alterações ao regulamento de atribuição de bolsas permitiram acelerar e melhorar o processo.

Entre as medidas introduzidas está a possibilidade de serem considerados os rendimentos dos 12 meses anteriores ao pedido ou, no caso de revisão do valor da bolsa, os rendimentos do ano de 2021.

Foi também possibilitada a renovação automática para os estudantes bolseiros no ano anterior que continuavam a cumprir os critérios de aproveitamento e não tiveram um aumento dos rendimentos superior a 10%, tendo havido alterações também na contabilização dos créditos (ECTS).

A este nível, passaram a ser contabilizados os ECTS que o estudante pôde efetivamente frequentar e ser avaliado, e as condições de aproveitamento eram revistas no caso de uma quebra significativa face aos anos anteriores em consequência do contexto de pandemia da covid-19.

O processo de candidatura a bolsas de estudo do ensino superior decorre até ao dia 31 de maio de cada ano letivo, através da plataforma da DGES.

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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

MARTE TEVE PERÍODOS QUENTES E ÁGUA DURANTE 40 MILHÕES DE ANOS

Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

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Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

O facto de atualmente Marte ser frio e seco mas ter tido rios e lagos há vários milhares de milhões de anos intriga os cientistas há décadas.

“Tem sido um verdadeiro mistério que houvesse água líquida em Marte, porque Marte está mais longe do Sol e, além disso, o Sol era mais fraco no início”, explicou, em comunicado, Danica Adams, investigadora de pós-doutoramento da NASA na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas John A. Paulson (SEAS) de Harvard e principal autora do novo artigo publicado na Nature Geoscience.

Anteriormente, existia a teoria de que o hidrogénio era o ingrediente mágico que, quando misturado com o dióxido de carbono da atmosfera marciana, desencadeava episódios de aquecimento global. Mas a vida útil do hidrogénio atmosférico é curta, pelo que foi necessária uma análise mais detalhada.

Agora, Adams, o professor Robin Wordsworth de Ciências Ambientais e Engenharia na SEAS, e a sua equipa realizaram modelação fotoquímica (semelhante aos métodos utilizados hoje em dia para rastrear poluentes atmosféricos) para preencher os detalhes da relação da atmosfera marciana primitiva com o hidrogénio e como este relacionamento mudou ao longo do tempo.

“Marte antiga é um mundo perdido, mas pode ser reconstruído em detalhe se fizermos as perguntas certas”, frisou Wordsworth.

“Este estudo sintetiza a química atmosférica e o clima pela primeira vez para fazer algumas previsões surpreendentes que podem ser testadas quando trouxermos rochas de Marte para a Terra”, acrescentou.

Adams modificou um modelo chamado CINETICA para simular como uma combinação de hidrogénio e outros gases que reagem com o solo e o ar controlavam o clima marciano primitivo.

Descobriu que durante os períodos Noachiano e Hesperian, entre há 4 e 3 mil milhões de anos, Marte passou por períodos quentes episódicos ao longo de cerca de 40 milhões de anos, com cada evento a durar 100.000 anos ou mais.

Estas estimativas são consistentes com as características geológicas de Marte atualmente. Os períodos quentes e húmidos eram causados pela hidratação da crosta, ou perda de água do solo, que fornecia hidrogénio suficiente para se acumular na atmosfera durante milhões de anos.

“Identificámos escalas de tempo para todas estas alternâncias. E descrevemos todas as peças no mesmo modelo fotoquímico”, sublinhou Adams.

O trabalho de modelação fornece novas perspetivas potenciais sobre as condições que sustentaram a química prebiótica (os fundamentos da vida posterior como a conhecemos) durante os períodos quentes, e os desafios para a persistência dessa vida durante os intervalos frios e oxidativos.

Adams e outros cientistas estão a começar a trabalhar para encontrar evidências destas alternâncias utilizando modelos químicos isotópicos e planeiam comparar estes resultados com rochas da próxima missão Mars Sample Return (MRS).

Como Marte não possui placas tectónicas, ao contrário da Terra, a superfície visível atualmente é semelhante à de antigamente, tornando a sua história dos lagos e rios muito mais intrigante, realçou ainda.

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ASTEROIDE BENNU REVELOU EXISTÊNCIA DE MOLÉCULAS DE ADN

Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

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Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

De acordo com o trabalho publicado esta quarta-feira na revista científica Nature Astronomy, as amostras analisadas revelaram a presença das cinco bases nitrogenadas — adenina, guanina, citosina, timina e uracilo — necessárias para a construção de ADN e ARN.

Foram igualmente identificados pelos investigadores da Universidade Hokkaido, no Japão, os compostos xantina, hipoxantina e ácido nicotínico (vitamina B3).

Uma amostra de 121,6 gramas do asteroide Bennu chegou à Terra em 2023 à “boleia” da missão Osiris-Rex, da agência espacial norte-americana (NASA).

Tratou-se da maior amostra extraterrestre recolhida e enviada para a Terra.

Segundo uma das teses, os asteroides (corpos rochosos do Sistema Solar) contribuíram com água e componentes químicos essenciais para a vida na Terra há milhares de milhões de anos.

Embora os meteoritos na Terra provenham de asteroides, a interpretação dos seus dados “é desafiante” face à “exposição à humidade” da atmosfera e a “uma biosfera descontrolada”, refere a Universidade Hokkaido em comunicado, assinalando que “amostras imaculadas recolhidas de asteroides no espaço são os candidatos ideais”.

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