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NÚMERO DE PESSOAS AFETADAS PELA FOME AUMENTA 150 MILHÕES DURANTE A PANDEMIA

O número de pessoas afetadas pela fome a nível mundial aumentou em 150 milhões durante a pandemia de covid-19, para cerca de 828 milhões de pessoas, alertaram hoje várias agências da ONU.

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O número de pessoas afetadas pela fome a nível mundial aumentou em 150 milhões durante a pandemia de covid-19, para cerca de 828 milhões de pessoas, alertaram hoje várias agências da ONU.

Segundo o relatório “2022 – Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo”, produzido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e outras agências da ONU, o número de pessoas afetadas pela fome continua a aumentar.

A oito anos do prazo estabelecido pela ONU para acabar com a fome (2030), a insegurança alimentar e todas as formas de desnutrição – nos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável, aprovados em 2015 –, “o mundo está a mover-se na direção errada”, refere o relatório da FAO, Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Programa Alimentar Mundial da ONU (PAM) e a Organização Mundial de Saúde (OMS).

“O aumento da fome global em 2021 reflete desigualdades exacerbadas entre e dentro dos países devido a um padrão desigual de recuperação económica e a perda de rendimentos entre os mais afetados pela pandemia” de covid-19, explica o relatório, indicando que, no ano passado, “havia entre 702 e 828 milhões de pessoas afetadas pela fome”.

O número cresceu em cerca de 150 milhões desde o início da pandemia, sobretudo no primeiro ano, em 2020, quando foram contabilizadas mais 103 milhões de pessoas com fome do que no ano anterior.

O aumento registado sobretudo em África, na Ásia e na América Latina e Caraíbas continuou nestas regiões em 2021, embora a um ritmo mais lento, adianta o documento das Nações Unidas.

Em 2021, a fome afetou 278 milhões de pessoas em África, 425 milhões na Ásia e 56,5 milhões na América Latina América e Caraíbas.

Segundo o relatório, “os números mostram uma disparidade regional persistente, com a África a suportar o fardo mais pesado: uma em cada cinco pessoas (20,2% da população) passou fome em 2021, em comparação com 9,1% na Ásia, 8,6% na América Latina e Caraíbas, 5,8% na Oceânia e menos de 2,5% na América do Norte e na Europa”.

As estimativas projetam que “cerca de 670 milhões de pessoas ainda enfrentem fome em 2030, ou seja, 8% da população do mundo, que é a mesma de 2015, quando foi lançada a Agenda 2030” (os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável), sublinha o documento.

“Depois de aumentar acentuadamente em 2020, a prevalência de insegurança alimentar moderada ou grave permaneceu praticamente inalterada em 2021, mas a insegurança grave cresceu, refletindo uma deterioração da situação das pessoas que já enfrentavam dificuldades”, referem as agências das Nações Unidas, que consideram que, no ano passado, cerca de 2,3 mil milhões de pessoas no mundo lidaram com insegurança alimentar moderada ou grave.

Apesar de a pior fase da pandemia ter passado, os desafios para acabar com a fome, a insegurança alimentar e todas as formas de desnutrição continuam a crescer, diz a ONU.

“A pandemia realçou ainda mais as fragilidades dos sistemas agroalimentares e as desigualdades das sociedades, impulsionando o aumento da fome no mundo. Apesar dos progressos globais, as tendências de desnutrição infantil — incluindo nanismo e magreza extrema, deficiências em micronutrientes e obesidade em crianças – continuam a ser uma grande preocupação”, adianta.

A guerra na Ucrânia piorou a situação, já que interrompeu grande parte do abastecimento global de cereais e provocou um aumento dos preços quer dos cereais, quer de fertilizantes e energia, produzidos sobretudo pela Rússia.

Ao mesmo tempo, acrescentam as agências, eventos climáticos extremos mais frequentes e severos estão também a interromper o abastecimento de alimentos, especialmente nos países mais pobres.

“A questão agora não é saber se as adversidades vão continuar a acontecer, mas que medidas devem ser tomadas para obter maior resiliência contra choques futuros”, defendem.

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BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE

Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

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Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.

A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).

“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.

“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.

Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.

Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.

A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.

Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.

Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.

Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.

Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.

Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.

A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.

“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.

“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

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PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO

O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

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O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.

Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.

“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.

Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.

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