INTERNACIONAL
RÚSSIA ESTÁ A ENFRENTAR MAIS RESISTÊNCIA DO QUE ESPERAVA, DIZ PENTÁGONO
A ofensiva russa na Ucrânia “perdeu ímpeto” nas últimas 24 horas, perante uma “maior” resistência dos militares ucranianos do que Moscovo esperava, informou esta sexta-feira um alto funcionário do Pentágono.
A ofensiva russa na Ucrânia “perdeu ímpeto” nas últimas 24 horas, perante uma “maior” resistência dos militares ucranianos do que Moscovo esperava, informou esta sexta-feira um alto funcionário do Pentágono.
A Rússia ainda não assumiu totalmente o controlo do espaço aéreo ucraniano, disse o alto funcionário dos EUA.
“A defesa aérea da Ucrânia ainda está ativa, embora tenha sido danificada por ataques aéreos russos. (…) Ainda têm defesa antimísseis e (…) ainda têm aviões que negam acesso (ao espaço aéreo ucraniano) a aviões russos”, informou a mesma fonte.
Além disso, as capacidades de “comando e controlo” do exército ucraniano, que permitem a coordenação de operações militares ao mais alto nível, “estão intactas”, observou o funcionário do Pentágono.
“Acreditamos que, nas últimas 24 horas, os russos perderam um pouco do seu ímpeto“, disse o alto funcionário, explicando que as Forças Armadas russas encontraram “mais resistência do que a que esperavam”.
Contudo, o funcionário do Pentágono destacou que a Rússia deslocou para a Ucrânia apenas um terço das forças que acumulou nas últimas semanas nas fronteiras deste país e que o objetivo de Moscovo de tomar Kiev para instalar um regime pró-russo não se alterou.
A situação pode mudar. Pode mudar muito rapidamente. Eles têm muito poder de fogo à sua disposição”, disse a mesma fonte.
Até agora, a Rússia avançou no território ucraniano ao longo de três eixos: no sul da Crimeia até à cidade de Kherson, através do Dnieper; no norte da Bielorrússia até Kiev, ao longo de duas rotas para nordeste e noroeste da capital ucraniana; e no leste da cidade russa de Belgorod até à principal cidade industrial de Kharkiv, segundo estimativas do Pentágono.
Embora as forças russas tenham chegado aos arredores de Kiev, ainda não chegaram ao centro da cidade.
A cidade de Kharkiv também ainda não caiu nas mãos do Exército russo e os intensos combates continuam nesta área, disse o funcionário do Pentágono.
A sul, a ofensiva contra Kherson continua, mas alargou-se para oeste, com o desembarque de vários milhares de soldados russos no Mar de Azov e no Mar Negro, em direção à cidade de Mariupol, segundo o Pentágono.
Esta sexta-feira, unidades de infantaria da Marinha russa lançaram uma ofensiva a oeste da cidade de Mariupol, nas margens do Mar de Azov, na região separatista de Donetsk, disse a fonte do Pentágono, referindo-se a um “ataque anfíbio” com milhares de fuzileiros navais.
As forças russas também estão a tentar assumir o controlo de uma importante fábrica de Kakhovka, a noroeste de Kherson, onde os combates continuam.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa “desmilitarizar e desnazificar” o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus “resultados” e “relevância”.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.
INTERNACIONAL
BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.
A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).
“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.
“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.
Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.
Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.
A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.
Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.
Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.
Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.
Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.
Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.
A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.
“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.
“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
INTERNACIONAL
PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.
Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.
“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.
Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.
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