INTERNACIONAL
SANTOS SILVA CONVIDOU ZELENSKY A VISITAR PORTUGAL
O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, convidou o Presidente da Ucrânia a visitar Lisboa e a discursar no parlamento português, e indicou que Volodymyr Zelensky aceitou o convite.
O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, convidou o Presidente da Ucrânia a visitar Lisboa e a discursar no parlamento português, e indicou que Volodymyr Zelensky aceitou o convite.
“Convidei o Presidente da Ucrânia a visitar Lisboa e a dirigir-se também, em sessão plenária, ao nosso parlamento. Fi-lo, como disse, ao abrigo dos poderes que tenho, mas ciente também de que teria a imensa maioria do parlamento comigo quando formulei esse pedido, que foi imediatamente aceite”, anunciou Santos Silva, no arranque da sessão plenária.
De acordo com o Regimento, compete ao presidente da Assembleia da República, ouvida a conferência de líderes, “convidar, a título excecional, individualidades nacionais e estrangeiras a tomar lugar na sala das reuniões plenárias e a usar da palavra”.
O presidente do parlamento disse ainda que disponibilizou “o conhecimento muito grande que existe” na Assembleia, “seja ao nível dos senhores deputados, da Comissão de Assuntos Europeus, mas também de outras comissões, seja ao nível dos senhores funcionários”, para apoiar a Ucrânia no processo de candidatura à adesão à União Europeia.
“E a minha expectativa é que na próxima visita do presidente Stefanchuk aqui à Assembleia da República, possamos assinar um memorando de entendimento, formalizando essa cooperação”, assinalou.
Falando no arranque da reunião plenária de hoje, e depois de o tema ter sido interpelado pelo PSD, o presidente da Assembleia da República fez um balanço da visita oficial à Ucrânia na terça e na quarta-feira, na qual foi acompanhado por deputados das bancadas do PS, PSD, IL e BE, mas não do Chega ou do PCP.
“A visita permitiu encontros muito importantes com o Presidente da República da Ucrânia, com o primeiro-ministro, com o presidente do parlamento ucraniano, que teve aliás a gentileza de me convidar a proferir uma intervenção na sessão plenária do parlamento”, indicou.
O presidente da Assembleia da República indicou também que a visita “incluiu também um ponto especialmente tocante, que foi a possibilidade de visitar a Universidade de Kiev, em que se ensina e estuda português, e ter encontro com os respetivos professores e estudantes”.
“Foi uma maneira também ela expressiva de comemorar o Dia Mundial da Língua Portuguesa e a cooperação que existe, não só a nível dos governos e dos parlamentos, como também ao nível das instituições académicas entre os dois países”, considerou.
Santos Silva considerou que “foi uma visita muito importante”, tendo agradecido “a colaboração de todos na organização, incluindo na absoluta discrição” com que, a seu pedido, “os membros da comitiva se comportaram”.
“Isso foi essencial para que a visita fosse possível também do ponto de vista logístico e de segurança, como os senhores deputados que me acompanharam podem, se quiserem, informar os respetivos grupos parlamentares”, afirmou.
Antes, o líder parlamentar do PSD pediu para palavra para congratular a viagem que “o senhor presidente, acompanhado por deputados desta casa, fez à Ucrânia”, que “muito enobreceu este parlamento”.
“E saudar o regresso de todos, num momento em que o conflito na Ucrânia se está a intensificar, mas que esperamos que possa ser concluído o mais rapidamente possível”, apontou Joaquim Miranda Sarmento.
O Presidente ucraniano já discursou na Assembleia da República em abril do ano passado, mas por videoconferência.
INTERNACIONAL
DESMANTELADA REDE INTERNACIONAL DE NARCOTRÁFICO E BRANQUEAMENTO
Uma rede criminosa internacional de tráfico de estupefacientes e branqueamento de capitais, ativa há oito anos na União Europeia e América do Sul, foi desmantelada em Portugal e Espanha e detidos 20 suspeitos, informou hoje a Polícia Judiciária (PJ).
Uma rede criminosa internacional de tráfico de estupefacientes e branqueamento de capitais, ativa há oito anos na União Europeia e América do Sul, foi desmantelada em Portugal e Espanha e detidos 20 suspeitos, informou hoje a Polícia Judiciária (PJ).
A ‘Operação Montana’ resultou de uma cooperação entre as autoridades policiais de Espanha e de Portugal, coordenadas pela Europol, que realizaram 13 buscas e 20 detenções em 06 e 07 de março.
A rede criminosa usava identidades roubadas de cidadãos colombianos, portugueses, espanhóis e venezuelanos, sendo suspeita da ‘lavagem’ de mais de 10 milhões de euros.
Segundo a PJ, a rede era investigada desde 2021 pelas autoridades espanholas – Mossos d’Esquadra e Polícia Nacional –, com a indicação da participação de cidadãos portugueses, que faziam o transporte de dinheiro e posterior depósito em contas bancárias nacionais, tituladas por portugueses com ligações à diáspora portuguesa na América Latina.
Em Portugal foram realizadas duas buscas domiciliárias na zona de Ílhavo e de Aveiro, visando o principal suspeito, que fazia o transporte de dinheiro de Espanha para Portugal e que recebia indicações de cabecilhas da rede criminosa para a recolha de dinheiro em Espanha.
No transporte para Portugal, o dinheiro era escondido no veículo do suspeito e depois depositado em bancos portugueses, em contas tituladas por outros suspeitos, que pertencem à diáspora portuguesa na América Latina, sobretudo Venezuela.
O principal suspeito português não residia na morada fiscal, em Ílhavo, mas com a família numa “moradia luxuosa” na zona de Aveiro, propriedade de uma empresa em nome da mulher, que foi alvo de buscas, segundo a PJ.
No decurso das buscas, foram apreendidos mais de 40 mil euros em dinheiro, máquinas de contar dinheiro, joias e barras em ouro, documentos bancários, uma arma de fogo e apontamentos escritos que, segundo a PJ, ligam o detido ao branqueamento de dinheiro, oriundo do tráfico de droga em Espanha.
A ‘Operação Montana’ resultou na apreensão de 156 mil euros em dinheiro, barras de ouro avaliadas em 35 mil euros, 50 veículos, joias e relógios de luxo, e no bloqueio de mais de 100 contas bancárias e 10 imóveis com valor superior a três milhões de euros.
“As autoridades espanholas e portuguesas continuam a efetuar diligências para identificar e localizar outros cidadãos relacionados com este esquema de branqueamento”, informa a PJ em comunicado hoje divulgado.
INTERNACIONAL
MUNDO NÃO ESTÁ A FAZER O SUFICIENTE PARA PROTEGER OS RECIFES DE CORAIS
O mundo não faz o suficiente para proteger os recifes de corais, declarou terça-feira o enviado especial das Nações Unidas para os oceanos, em defesa dos ecossistemas marinhos que protegem a biodiversidade, sustentam a vida marinha e produzem oxigénio.
O mundo não faz o suficiente para proteger os recifes de corais, declarou terça-feira o enviado especial das Nações Unidas para os oceanos, em defesa dos ecossistemas marinhos que protegem a biodiversidade, sustentam a vida marinha e produzem oxigénio.
Em entrevista à The Associated Press, por ocasião de uma conferência internacional sobre os oceanos que decorre na Grécia, Peter Thomson sugeriu que todos os recifes de corais deveriam ser incluídos em áreas marítimas protegidas sob o que se designa por iniciativa “30×30” — um plano para designar 30% das áreas terrestre e marítima até 2030.
Os principais cientistas do tema anunciaram na segunda-feira que os recifes de corais estão a experimentar um branqueamento global pela quarta vez, e a segunda em 10 anos, em resultado do aquecimento global dos oceanos devido às alterações climáticas antropogénicas.
Cientistas da agência dos EUA para os Oceanos e a Atmosfera (NOAA, na sigla em Inglês) e da Iniciativa Internacional para os Recifes de Corais disseram na segunda-feira que o branqueamento ocorre em 53 países, territórios ou economias locais confirmadas desde fevereiro de 2023.
Se bem que muito tenha sido feito para proteger estes recifes no mundo, a causa primária é a queima de combustíveis fósseis, que causa as emissões de gases com efeito de estufa e o aquecimento dos oceanos, disse Thomson.
“Está a ser feito o suficiente? A resposta é claramente ‘não'”, acrescentou. “E o que falta é a transição para sair da queima dos combustíveis fósseis”.
Thomson disse que acredita que alguns corais mais resilientes vai sobreviver, e salientou os esforços para preservar os corais em instalações como aquários.
Mas, interrogou, “está-se a enfrentar uma tragédia colossal dos ecossistemas?”, respondendo de imediato: “Sim, definitivamente. E não o podemos evitar”.
Por vezes descritos como florestas tropicais submarinas, os recifes de corais apoiam um quarto das espécies marinhas e formam barreiras cruciais que protegem as linhas costeiras do impacto das tempestades. Além de também permitirem atividades empresariais nas áreas de turismo, pesca e outras.
“Não se pode te um planeta saudável sem um oceano saudável. E a saúde do oceano está em declínio”, acentuou Thomson.
Este embaixador das Fiji, que foi apontado pelo secretário-geral da ONU para a função de enviado especial para os oceanos em 2017, insistiu: “Não se podem condenar os nossos netos a um mundo sem corais, a um mundo em fogo”.
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