REGIÕES
MATOSINHOS: TRABALHADORES EXIGEM REATIVAÇÃO DE REFINARIA E ACUSAM COSTA DE MENTIR
Os trabalhadores da refinaria da Galp, em Matosinhos, que encerrou em abril, exigiram hoje a sua reativação e garantiram demonstrar o seu descontentamento nas urnas no domingo, aquando das eleições autárquicas, apelidando o primeiro-ministro de “mentiroso”.
Os trabalhadores da refinaria da Galp, em Matosinhos, que encerrou em abril, exigiram hoje a sua reativação e garantiram demonstrar o seu descontentamento nas urnas no domingo, aquando das eleições autárquicas, apelidando o primeiro-ministro de “mentiroso”.
Frente à Câmara Municipal de Matosinhos, no distrito do Porto, cerca de uma centena de trabalhadores acusaram o primeiro-ministro, António Costa, de mentir sobre o encerramento da refinaria, exigindo-lhe respeito por quem perdeu o emprego.
“Fechar não é solução, Costa é aldrabão” lia-se numa faixa exibida pelos trabalhadores que, cada vez que se ouvia o seu nome, assobiavam em forma de protesto.
Garantindo que os trabalhadores não vão baixar os braços, o coordenador da Comissão de Trabalhadores (CT) da empresa do grupo Galp Energia, Hélder Guerreiro, afirmou que não vão abdicar do futuro de Matosinhos.
Condenando fortemente as declarações do passado domingo de António Costa que, durante uma ação de campanha para as eleições autárquicas, em Matosinhos, na qualidade de secretário-geral do PS, afirmou que “era difícil imaginar tanto disparate, tanta asneira, tanta insensibilidade” como a Galp demonstrou no encerramento da refinaria de Matosinhos, prometendo uma “lição exemplar” à empresa, Hélder Guerreiro pediu que passe das palavras à ação.
“Se quer dar uma lição à Galp, vamos readmitir os trabalhadores demitidos e pôr a refinaria a trabalhar em prol do país e da região”, afirmou.
Falando num crime social cometido em Matosinhos, na Área Metropolitana do Porto, na região e no país, o coordenador da CT lembrou que o primeiro-ministro nunca respondeu aos apelos dos trabalhadores e que, só agora em vésperas de eleições, é que lhes veio dar razão.
“Mostrou uma total insensibilidade ao longo de todo este processo”, vincou.
As críticas a Costa dominaram toda a manifestação com Miguel Ângelo, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte (Site-Norte), a dizer que o primeiro-ministro é a “figura” do encerramento da refinaria.
“Ele [primeiro-ministro] foi a primeira pessoa a saber”, reforçou, dizendo que enquanto a “chama não se extinguir” vão continuar a lutar.
O sindicalista ressalvou que o país vai ficar mais pobre e vai perder soberania, acreditando que o tempo há de dar razão aos trabalhadores.
Sob o mote “A refinaria do Porto tem razão”, João Marinho, despedido no âmbito do processo de despedimento coletivo, depois de 19 anos a trabalhar na refinaria, falou numa situação “dramática” dadas as perdas de rendimentos.
“Mas, vou lutar até ao fim. Continuo a acreditar na reintegração e na reativação da refinaria, é só haver vontade política”, entendeu.
A Galp desligou a última unidade de produção da refinaria de Matosinhos em 30 de abril, na sequência da decisão de concentrar as operações em Sines.
A petrolífera justificou a “decisão complexa” de encerramento da refinaria com base numa avaliação do contexto europeu e mundial da refinação, bem como nos desafios de sustentabilidade, a que se juntaram as características das instalações.
O encerramento da refinaria de Matosinhos, em abril, representa perdas de 5% do PIB em Matosinhos e de 1% na Área Metropolitana do Porto, segundo um estudo socioeconómico a que a Lusa teve acesso.
O estudo, encomendado pela Câmara Municipal de Matosinhos à Universidade do Porto para avaliar os impactos socioeconómicos do fecho do complexo petroquímico no concelho, traça um “cenário particularmente grave” para a região Norte e para o país, caso não seja dado qualquer destino àquela instalação industrial.
O Estado é um dos acionistas da Galp, com uma participação de 7%, através da Parpública.
REGIÕES
MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.
Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.
“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.
E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.
A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.
REGIÕES
OVAR: PENA SUSPENSA PARA EX-FUNCIONÁRIA QUE DESVIO DINHEIRO DA AUTARQUIA
O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.
O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.
Durante a leitura do acórdão, a juíza presidente disse que ficaram demonstrados os factos que eram imputados à arguida, ocorridos entre 2014 e 2017.
A arguida foi condenada a três anos de prisão, por um crime de peculato na forma continuada, e dois anos e dois meses, por um crime de falsidade informática.
Em cúmulo jurídico, foi-lhe aplicada uma pena única de três anos e nove meses de prisão, suspensa na sua execução por igual período.
O tribunal julgou ainda totalmente procedente o pedido cível deduzido pelo município de Ovar, pelo que a arguida terá de restituir a quantia de que se apropriou.
O caso teve origem em 2017, após uma auditoria da Inspeção-Geral de Finanças ter detetado irregularidades relativas à arrecadação de receita.
Na altura, o executivo então liderado pelo social-democrata Salvador Malheiro ordenou a instauração de um inquérito para apuramento dos factos, que deu origem à abertura de um processo disciplinar de que resultou o despedimento da funcionária acusada e a participação dos factos ao Ministério Público (MP).
O caso está relacionado com um esquema de atribuição de notas de crédito, em que a funcionária registava como recebidas verbas que na verdade não chegavam a entrar nos cofres da autarquia.
Segundo a acusação do MP, a arguida terá procedido à emissão de notas de crédito, mediante as quais se terá procedido à anulação de faturas emitidas, sem que fosse emitida nova fatura, ficando para si com o dinheiro cobrado.
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