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VALPAÇOS: PEQUENA ALDEIA REALIZA UMA TRADICIONAL “FEIRA DO FUMEIRO”

Pequenos produtores tradicionais de fumeiro aproveitam para fazer negócio numa das “mais antigas” feiras do país, que decorre entre 01 e 02 de fevereiro, na aldeia de São João de Corveira, em Valpaços, no distrito de Vila Real.

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Pequenos produtores tradicionais de fumeiro aproveitam para fazer negócio numa das “mais antigas” feiras do país, que decorre entre 01 e 02 de fevereiro, na aldeia de São João de Corveira, em Valpaços, no distrito de Vila Real.

António Esteves, conhecido como o Toninho da Ribeira, tem neste momento “um estendal” de mais de 914 alheiras, salpicões, linguiças, os chouriços azedos e do ar a secar, ou os presuntos, para a feira de São Brás, em João da Corveira, onde se lembra de ir desde pequeno.

Primeiro com os pais, que ali vendiam os seus produtos derivados do porco e agrícolas, e agora, aos 51 anos, com o fumeiro que faz com a mulher e a filha.

O último porco que matou e desfez para fazer o fumeiro pesava 323 quilos e foi criado por si, durante um ano inteiro.

“E alimentado à base do que a terra dá, nos últimos dois meses com a castanha produzida aqui. E são um conjunto de fatores que fazem a diferença no resultado final”, afirmou o produtor e agricultor.

Porque a agricultura dá pouco rendimento, com o fumeiro esta família ganha um dinheiro extra.

“Vou vender na feira e, assim, ganho uns clientes para depois irem a casa saber de mim. É sempre bom o convívio, o conhecimento e divulgarmos o nosso produto”, afirmou, explicando que a receita do fumeiro foi transmitida pela sua mãe e sogra.

A feira desta aldeia perde-se na memória de quem aqui vive.

“Não temos um ano preciso, ainda hoje estive com uma senhora de 90 anos que se lembra dos avós conhecerem a feira de São Brás”, afirmou Fátima Machado, presidente da Junta de São João de Corveira.

Antigamente era pela rua que se espalhavam os produtos, em cima de palha ou toalhas. Atualmente, são cerca de 50 os produtores que se juntam numa tenda de grandes dimensões onde se vende o fumeiro, mas também outros produtos regionais, como o vinho, azeite, pão, compotas, licores.

“Começou na rua e começou com as ofertas que eram dadas ao santo padroeiro, São Brás. Fazia-se o leilão das ofertas e as pessoas começaram a aproveitar a oportunidade para fazer negócio”, contou Fátima Machado.

O certame nesta aldeia não tem a dimensão de outros do género que se realizam, por exemplo, em Montalegre, Boticas, Chaves ou Vinhais, mas representa, segundo a autarca, uma ajuda no orçamento familiar dos pequenos produtores locais.

E são, salientou, cada vez mais os visitantes a cada ano que passa.

Matilde Ribeiro, 54 anos e de Possacos, começou a fazer fumeiro para vender na altura da pandemia de covid-19 e, há dois anos, participou pela primeira vez na feira de São João de Corveira.

“Aprendi com as minhas avós e com a minha mãe”, referiu, explicando que esta atividade é um complemento.

A produtora disse que a qualidade do produto está no tempero, nas carnes e também na forma como se seca “ao calor do ar” da fogueira.

“Tudo tem o seu segredo e, para mim, o secar é muito importante para o paladar do fumeiro e para o brilho dele”, frisou.

Para além das alheiras, linguiça, salpicão, butelo, azedos, chouriça preta (de sangue), faz também doces económicos com doce de abóbora, o folar, a bola de azeite e rissóis de alheira em forma de coração. “Para mostrar o amor e carinho que eu tenho ao fazer os meus produtos”, concretizou.

Na sua opinião, participar na feira compensa. “Quanto mais não seja para a nossa realização pessoal, para a gente divulgar o que a gente gosta de fazer e eu gosto de fazer”, salientou Matilde Ribeiro.

Carminda dos Santos, 67 anos, é de Argemil, aprendeu a arte com a mãe e já há muitos anos que participa no certame, onde arranja clientes que, depois, lhe passam a comprar diretamente os produtos.

“Tenho muitos clientes que me telefonem depois e vão buscar a casa”, referiu.

O programa da feira inclui uma caminhada, BTT, uma montaria, chega de bois e uma corrida de cavalos, montaria, concurso de gado maronês.

A Feira de São Brás é organizada pela Junta de São João da Corveira, com o apoio da Câmara de Valpaços.

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VIANA DO CASTELO: EÓLICAS DEVEM “REPENSAR” AS COMPENSAÇÕES A PESCADORES

A cooperativa VianaPescas alertou esta sexta-feria que “vão ter de ser repensadas as contrapartidas” aos pescadores devido à implantação de eólicas offshore ao largo de Viana do Castelo, porque não foram contempladas todas as pretensões dos profissionais.

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A cooperativa VianaPescas alertou esta sexta-feria que “vão ter de ser repensadas as contrapartidas” aos pescadores devido à implantação de eólicas offshore ao largo de Viana do Castelo, porque não foram contempladas todas as pretensões dos profissionais.

“Tínhamos pedido para libertarem, para a pesca, toda a Zona Livre Tecnológica prevista para Viana do Castelo. Mas só foi libertada metade dessa área. Isso vai prejudicar algumas embarcações, porque há zonas de pesca que vão desaparecer, e algumas terão de ser abatidas. As contrapartidas vão ter de ser repensadas”, disse à Lusa Portela Rosa, que representa a cooperativa VianaPescas de produtores de peixe de Viana do Castelo, com cerca de 450 associados.

O responsável reagia ao Plano de Afetação para as Energias Renováveis Offshore (PAER), esta sexta-feira publicado em Diário da República e que reduziu a área norte e eliminou a área sul de Viana do Castelo.

“Prejudicaram metade do que estava previsto libertar a norte. Há barcos que pescam nessa zona e que vão ter de ir para outros sítios”, observou Portela Rosa.

O projeto que teve início com o anterior Governo socialista previa a criação de um parque eólico ‘offshore’ em Portugal, com 10 gigawatts (GW) de potência, e delimitava como possíveis áreas de exploração de energias renováveis Viana do Castelo, Leixões, Figueira da Foz, Ericeira-Cascais e Sines.

Várias associações do setor da pesca manifestaram preocupações quanto ao impacto nas comunidades piscatórias e fauna marinha e a Avaliação Ambiental Estratégica do projeto assumia que a instalação de eólicas ‘offshore’ “deve conduzir ao abate de embarcações” e reduzir a pesca.

O plano esta sexta-feira publicado prevê uma área total para exploração de 2.711,6 km2, valor que inclui uma área de 5,6 km2 na Aguçadoura (Póvoa de Varzim), para instalação de projetos de investigação e demonstração não comerciais, o que representa uma diminuição de 470 km2 face à proposta submetida a discussão pública.

Assim, prevê-se uma área de 229 km2 em Viana do Castelo, para uma potência de 0,8 gigawatts (GW), 722 km2 em Leixões (2,5 GW), 1.325 km2 na Figueira da Foz (4,6 GW), 430 km2 em Sines (1,5 GW) e 5,6 km2 em Aguçadoura.

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PORTO: FUNCIONÁRIO DE ATL DETIDO POR SUSPEITA DE ABUSO DE MENORES

A Polícia Judiciária (PJ) deteve um funcionário de um centro de Atividades de Tempos Livres (ATL) da Área Metropolitana do Porto por suspeitas de abusar sexualmente de duas crianças de 12 e 13 anos, anunciou hoje esta força policial.

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A Polícia Judiciária (PJ) deteve um funcionário de um centro de Atividades de Tempos Livres (ATL) da Área Metropolitana do Porto por suspeitas de abusar sexualmente de duas crianças de 12 e 13 anos, anunciou hoje esta força policial.

Em comunicado, a PJ revelou que o suspeito, de 45 anos, foi detido na quinta-feira.

Segundo a PJ, as duas menores estavam à guarda e responsabilidade daquele funcionário no âmbito da sua atividade profissional.

A detenção aconteceu depois de uma das menores ter revelado que o homem a tinha molestado sexualmente e que uma outra teria uma “relação especial” com aquele, explicou.

A PJ indicou que os abusos terão ocorrido na casa do suspeito e de uma das menores e no carro do centro de estudos.

“Recolhidos elementos probatórios de natureza material e digital foi possível ainda atestar a prática de inúmeros crimes de abuso sexual de crianças e de pornografia de menores”, sublinhou.

O suspeito terá ainda criado na menor de 12 anos a ilusão de que tais práticas correspondiam a uma relação de namoro.

O detido, sem antecedentes criminais e suspeito de diversos crimes contra a liberdade e autodeterminação sexual, vai ser presente a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Matosinhos, no distrito do Porto.

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