INTERNACIONAL
ESPIONAGEM: SOFTWARE PEGASUS UTILIZADO CONTRA CRIMINOSOS NOS PAÍSES BAIXOS
Os serviços secretos dos Países Baixos utilizaram o software espião israelita Pegasus para ‘hackear’ alvos, incluindo o criminoso mais procurado no país, informou hoje um diário local.
Os serviços secretos dos Países Baixos utilizaram o software espião israelita Pegasus para ‘hackear’ alvos, incluindo o criminoso mais procurado no país, informou hoje um diário local.
Em 2019, o serviço secreto holandês (AIVD) utilizou o software comprado ao grupo israelita NSO para identificar o paradeiro do fugitivo e narcotraficante Ridouan Taghi, acusado de liderar uma máfia e vários crimes organizados, afirmou o diário neerlandês De Volkskrant.
O Pegasus, que permite a ativação remota de câmaras e microfones de smartphones, esteve no centro de polémicas no ano passado, depois de vários meios de comunicação social terem noticiado que o software tinha sido utilizado por Governos para espiar opositores.
Segundo quatro fontes anónimas, o jornal De Volkskrant adiantou que os serviços secretos, cuja principal função não é a procura de criminosos, recorreu ao programa Pegasus para espionar o Taghi, que se encontra atualmente em julgamento por homicídio, juntamente com outros 16 suspeitos, nos Países Baixos, sem especificar, no entanto, quantas mais pessoas podem ter sido visadas com a operação.
Porém, a utilização do software foi outra vez criticada nos Países Baixos, quando o deputado independente da Câmara dos Estados Gerais, Pieter Omtzigt, ter comentado que este tipo de programas automáticos corresponde a “uma forma mais intrusiva de espionagem do que aquela que se encontra na obra ‘1984’ de George Orwell”.
“Quero saber em que contexto é que foi utilizado, contra que tipo de pessoas e como foi organizada a vigilância”, acrescentou ele.
Nem a AIVD nem o grupo NSO reagiram ainda à polémica, mas de acordo com a empresa israelita, “a tecnologia é utilizada por agências de investigação em todo o mundo para prevenir ataques terroristas”.
O Parlamento Europeu criou em março uma comissão especial de inquérito sobre a alegada utilização deste tipo de spyware ou outros softwares de vigilância na União Europeia, incluindo países como a Hungria e a Polónia.
A deputada Sophie in ‘t Veld, que faz parte do inquérito, assegurou que o Pegasus era “massivamente invasivo” e que tinha sido utilizado por outros países “para fins políticos”.
Depois do escândalo espanhol que revelou em abril que os telemóveis de vários políticos tinham sido postos sob escuta com o mesmo software, Madrid comprometeu-se na semana passada a reforçar a vigilância dos seus serviços secretos.
INTERNACIONAL
RÚSSIA: “PUTIN SUCEDE A PUTIN” E INICIA QUINTO MANDATO COMO PRESIDENTE
O Presidente russo, Vladimir Putin, no poder desde 2000, tomou hoje posse no Kremlin, em Moscovo, para um quinto mandato de seis anos à frente da Rússia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, no poder desde 2000, tomou hoje posse no Kremlin, em Moscovo, para um quinto mandato de seis anos à frente da Rússia.
“Juro (…) respeitar e proteger os direitos humanos e civis e as liberdades, respeitar e proteger a Constituição, a soberania, a independência, a segurança e a integridade do governo”, declarou Putin, citado pela agência francesa AFP.
Putin disse que liderar a Rússia “é um dever sagrado” e prometeu que o país saíra “mais forte” do “período difícil” que atravessa.
A Rússia está em guerra com a Ucrânia, que invadiu em 2022, e é alvo de sanções internacionais por causa da ofensiva contra o país vizinho.
INTERNACIONAL
GUERRA: RÚSSIA “ALERTA” QUE F-16 NA UCRÂNIA SERÁ CONSIDERADO “PROVOCAÇÃO”
A Rússia advertiu hoje que o envio de caças F-16 à Ucrânia será considerado uma provocação dos Estados Unidos e da NATO, estejam ou não capacitados para transportar armamento nuclear.
A Rússia advertiu hoje que o envio de caças F-16 à Ucrânia será considerado uma provocação dos Estados Unidos e da NATO, estejam ou não capacitados para transportar armamento nuclear.
“Independentemente das alterações efetuadas aos aviões entregues, serão por nós considerados como portadores de armas nucleares e consideramos esse passo dos Estados Unidos e da NATO como uma deliberada provocação”, assinalou em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.
Moscovo tem sublinhado desde há vários anos que este tipo de aviões tem sido utilizados nas designadas “missões nucleares conjuntas” da NATO.
“Espera-se que surjam em breve no teatro de operações da Ucrânia aviões polivalentes F-16 de fabrico norte-americano (…), não podemos ignorar o facto de esses aviões pertencerem às plataformas de duplo equipamento: nuclear e não nuclear”, assinala o texto.
A Ucrânia insiste desde há semanas na necessidade de apressar o envio destes aviões face aos contínuos bombardeamentos das forças russas contra infraestruturas civis e posições do seu Exército.
A coligação de países ocidentais que há um ano se comprometeu em disponibilizar F-16 a Kiev inclui a Dinamarca, que se propõe enviar os primeiros aviões este verão, a Bélgica, Países Baixos e Noruega.
Moscovo tem condenado os planos ocidentais sobre o aumento do apoio de armamento a Kiev e a suas implicações nos combates na Ucrânia, que podem sugerir novas ameaças militares ocidentais dirigidas à Rússia.
Em particular, Moscovo acusa o ocidente de apoiar abertamente ações de sabotagem da Ucrânia em território russo, para além de fornecer a Kiev mísseis de longo alcance franceses e britânicos, e os novos ATACMS norte-americanos, que podem alcançar território russo.
A Rússia também acusa os EUA de prosseguir com os seus planos de utilização de mísseis de curto e médio alcance “em diversas regiões do mundo” e acrescenta que, quando esse armamento for efetivamente disponibilizado, responderá suspendendo a sua própria moratória sobre estes envios.
O MNE russo também denuncia as afirmações do Presidente francês, Emmanuel Macron, sobre o possível envio à Ucrânia de contingentes da NATO e salienta as informações sobre a presença no terreno de efetivos da Legião Estrangeira francesa.
A diplomacia russa acusa o bloco ocidental de procurar “uma maior escalada da crise ucraniana até um confronto militar direto dos países da NATO e Rússia” com o objetivo de provocar uma “derrota estratégica” a Moscovo.
Este cenário, segundo Moscovo, justifica a ordem emitida pelo Presidente russo Vladimir Putin às Forças Armadas sobre a realização “em breve” de manobras com armas nucleares táticas.
Caso se concretizem, estes exercícios — com o envolvimento da Força Aérea e Marinha –, poderão ocorrer em território ucraniano, pelo facto de o Distrito militar sul incluir as quatro regiões ucranianas ocupadas (Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia).
Moscovo também lamenta que a situação se encontre próximo do descalabro devido à acumulação de “decisões irracionais” por parte de Kiev e aliados ocidentais, e frisa que estas ameaças estão “especificamente” contempladas na doutrina de dissuasão nuclear da Rússia.
A Ucrânia tem garantido uma substancial ajuda financeira e armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.
Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais e que agora parecem estar ultrapassadas.
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