ECONOMIA & FINANÇAS
CRISE: ALTICE PORTUGAL AVANÇA COM DESPEDIMENTO COLETIVO
A Altice Portugal confirmou hoje à Lusa que vai dar início, “nas próximas semanas”, a um processo de rescisões de contratos de trabalho através de despedimento coletivo, no âmbito do Plano Integrado de Reorganização, abrangendo menos de 300 pessoas.
A Altice Portugal confirmou hoje à Lusa que vai dar início, “nas próximas semanas”, a um processo de rescisões de contratos de trabalho através de despedimento coletivo, no âmbito do Plano Integrado de Reorganização, abrangendo menos de 300 pessoas.
Contactada pela Lusa, fonte oficial da dona da Meo explicou que, “decorrente da circunstância de, apesar do balanço positivo do Programa Pessoa, o Plano Integrado de Reorganização da Altice Portugal estar ainda aquém do efeito pretendido, é agora o momento” de se iniciar “uma nova etapa no âmbito da transformação da empresa, “com vista à reorganização, reestruturação e racionalização de algumas das áreas da Altice”.
A Altice Portugal sublinha tratar-se de “uma decisão difícil, mas que se afigura como indispensável, essencialmente devido ao contexto muito adverso que se vive no setor das comunicações eletrónicas”.
A empresa liderada por Alexandre Fonseca elenca “o ambiente regulatório hostil, a falta de visão estratégica do país, o contínuo, lamentável e profundo atraso do 5G, bem como a má gestão deste dossiê, e ainda as múltiplas decisões unilaterais graves da Anacom [Autoridade Nacional de Comunicações] e de outras autoridades, sempre com a cobertura da tutela, e que ao longo dos últimos quatro anos destruíram significativamente valor”.
Este contexto, salientou a Altice Portugal, “reforça e precipita a necessidade de se tomar decisões sempre difíceis, mas que se impõem num mercado desde logo exigente, mas cujo futuro é, no atual momento, cada vez mais incerto”.
A escolha do mecanismo de despedimento coletivo “é realizada tendo presente que é o único meio que pode garantir aos trabalhadores o acesso a medidas de proteção social, nomeadamente ao subsídio de desemprego”, acrescentou a mesma fonte.
O processo “abrange menos de três centenas de trabalhadores, a quem será dada a possibilidade de aceitarem condições de saída muito vantajosas quando comparadas às previstas na lei”, explicou fonte oficial.
“Acreditamos que esta medida contribui fortemente para reforçar a eficiência e sustentabilidade” da Altice Portugal, “proteger o futuro dos postos de trabalho e assegurar o futuro da empresa, que lidera um setor responsável por mais de 2% do PIB [Produto Interno Bruto] do país”.
Adicionalmente, “o presidente executivo da Altice Portugal anunciou internamente que está a ser considerado um aumento salarial na empresa, de forma transversal, a incluir na revisão do Acordo Coletivo de Trabalho”.
Além disso, “atendendo ao facto da responsabilidade social interna sempre ter sido um dos focos desta administração, foi hoje anunciado um Programa de Apoio, através da atribuição de bolsas a filhos de colaboradores que ingressem no ensino superior no ano letivo 21/22, desde que cumpram um conjunto de requisitos, nomeadamente a excelência na qualificação na média com que se candidatam”, refere.
Nos últimos dois anos, a Altice Portugal “fez crescer o número de colaboradores diretos” em 5.500, totalizando hoje 12.500, “sendo que nos quatro últimos anos integrou perto de três centenas de jovens com licenciatura e mestrado integrado de universidades portuguesas nos seus quadros”.
Atualmente, de forma direta e indireta, a dona da Meo conta com 17 mil colaboradores.
ECONOMIA & FINANÇAS
CTT: LUCROS CAÍRAM 54% PARA 7,4 MILHÕES NO PRIMEIRO TRIMESTRE
Os lucros dos CTT caíram, no primeiro trimestre, 54% em termos homólogos, para 7,4 milhões de euros, com a subscrição de títulos de dívida pública a descer de 7,5 mil milhões de euros para 294,8 milhões de euros.
Os lucros dos CTT caíram, no primeiro trimestre, 54% em termos homólogos, para 7,4 milhões de euros, com a subscrição de títulos de dívida pública a descer de 7,5 mil milhões de euros para 294,8 milhões de euros.
Na nota, publicada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a empresa indicou que registou, nos primeiros três meses deste ano, “um resultado líquido consolidado atribuível a detentores de capital do grupo CTT de 7,4 milhões de euros, 8,7 milhões de euros abaixo do obtido” no primeiro trimestre do ano passado.
Os rendimentos operacionais do segmento de Serviços Financeiros e Retalho atingiram 5,5 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, uma queda de 80,8%, indicou o grupo.
“Este desempenho desfavorável, quando comparado com período homólogo, advém na sua maior parte do comportamento dos títulos de dívida pública”, destacou.
Segundo os CTT, “no primeiro trimestre de 2023, os títulos de dívida pública atingiram níveis máximos históricos de colocação, induzidos pela maior atratividade do produto quando comparado com os depósitos bancários”, mas a “alteração das condições de comercialização em junho de 2023 reduziu a atratividade deste produto para o aforrador, devido à redução das taxas de juro, e limitou a capacidade de comercialização, devido à diminuição drástica dos limites máximos de aplicação por subscritor”.
Assim, no período em análise, foram efetuadas subscrições destes instrumentos “no montante de 294,8 milhões de euros o que compara com 7,5 mil milhões de euros de subscrição” no primeiro trimestre de 2023, destacou.
ECONOMIA & FINANÇAS
RENOVÁVEIS ABASTECEM 90% DO CONSUMO DE ELETRICIDADE ATÉ ABRIL
A produção renovável abasteceu 90% do consumo de eletricidade nos primeiros quatro meses do ano, e 94,9% em abril, aproximando-se do histórico de 95,4% atingidos em maio de 1978, segundo dados da REN — Redes Energéticas Nacionais.
A produção renovável abasteceu 90% do consumo de eletricidade nos primeiros quatro meses do ano, e 94,9% em abril, aproximando-se do histórico de 95,4% atingidos em maio de 1978, segundo dados da REN — Redes Energéticas Nacionais.
Nos primeiros quatro meses do ano, a produção hidroelétrica abasteceu 48% do consumo, a eólica 30%, a fotovoltaica 7% e a biomassa 6%, detalhou, em comunicado, hoje divulgado, a gestora dos sistemas nacionais de eletricidade e de gás natural.
Já a produção a gás natural abasteceu 9% do consumo, enquanto o saldo de trocas com o estrangeiro foi praticamente nulo.
Numa análise ao mês de abril, observou-se que a produção renovável foi responsável por abastecer 94,9% do consumo de eletricidade, tratando-se da quarta vez consecutiva com valores mensais acima dos 80%, depois dos 91% em março, 88% em fevereiro e 81% em janeiro.
Em abril, o consumo de energia elétrica cresceu 3,4%, representando uma subida de 0,2% considerando a correção dos efeitos de temperatura e número de dias úteis.
No mês em análise, o índice de produtibilidade hidroelétrico atingiu 1,49, o eólico 1,08 e o solar 1,01 (médias históricas de 1), enquanto a componente solar, embora seja a menos significativa das três, continuou a crescer significativamente, tendo atingido em abril o peso mensal mais elevado de sempre, correspondendo a 10,5% do consumo.
Já a produção de eletricidade através de gás natural manteve uma tendência de redução do consumo, com uma descida mensal homóloga de 86%, uma vez que fica condicionada pela elevada disponibilidade de energia renovável.
No sentido oposto, o consumo de gás natural no segmento convencional registou uma subida homóloga próxima dos 5%.
No final de abril, o consumo acumulado anual de gás registou uma variação homóloga negativa de 12%, com o segmento de produção de energia elétrica a contrair 50% e o segmento convencional a crescer 5,6%.
Segundo a REN, trata-se do consumo mais baixo desde 2004 para o período em causa.
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