NACIONAL
IPMA DIZ QUE ‘NÃO HÁ MAIS TEMPO PARA DISCUTIR DÚVIDAS’ – ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
O presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera disse hoje, numa referência às alterações climáticas, que não há mais tempo para “discutir dúvidas” e que há que preparar a sociedade para cenários que “podem ser francamente maus”.
O presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera disse hoje, numa referência às alterações climáticas, que não há mais tempo para “discutir dúvidas” e que há que preparar a sociedade para cenários que “podem ser francamente maus”.
“Não temos mais tempo para discutir dúvidas, e se calhar vamos ter que ter políticas e perspetivas que sejam um bocadinho precaucionárias. Temos de nos preparar para vários cenários, e alguns podem ser francamente maus”, avisou Miguel Miranda, numa mesa-redonda na conferência “Alterações climáticas: que desafios para o setor agroflorestal nos próximos anos?”, que se realizou no auditório da reitoria da Universidade Nova de Lisboa.
Segundo Miguel Miranda, as atividades do setor primário, como a agricultura, “têm de começar a preparar-se para situações que podem ser de alguma disrupção”.
“Vamos ter problemas de água doce e de solos, temos é que adaptar a nossa capacidade de utilização do solo aos recursos do meio natural”, frisou, defendendo, no caso da agricultura, o uso “muito mais inteligente da água” a par de “técnicas sofisticadas de cultivo”.
“As soluções são baseadas em ciência, seguramente, na tecnologia, seguramente, têm de respeitar o meio natural, seguramente, mas não podem depender dele”, assinalou.
Para o especialista em alterações climáticas Filipe Duarte Santos, é preciso apostar e incentivar a agricultura de precisão, “uma agricultura com muito maior atenção à gestão eficiente da água”, uma vez que, em Portugal, “a média de precipitação anual está a decrescer”.
Por outro lado, invocou que, no caso das florestas, responsáveis pelo sequestro de carbono, “vai ser necessário um grande esforço de reflorestação e prevenção de incêndios” para se cumprir as metas europeias de descarbonização, de reduzir 55% das emissões até 2030, cerca de 3% das quais por sequestro florestal, e atingir a neutralidade carbónica em 2050.
Para a economista Filipa Saldanha, subdiretora do Programa Gulbenkian de Desenvolvimento Sustentável, a adoção de novas tecnologias “é absolutamente essencial” para aumentar o uso eficiente da água na agricultura, mas é preciso “capacitar os agricultores” para “as melhores práticas” sensibilizando-os para “os ganhos, benefícios” da utilização dessas tecnologias.
O presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do Plano de Recuperação e Resiliência, António Costa e Silva, que também participou na mesma mesa-redonda, apontou como caminhos para a sustentabilidade a alteração da dieta alimentar, a introdução de culturas agrícolas que consumam menos água ou a substituição do plástico por materiais de origem biológica.
NACIONAL
PORTUGAL CONTINENTAL TEM QUASE UM MILHÃO DE ANIMAIS ERRANTES
Portugal continental tem mais de 930 mil animais errantes, entre os quais 830.541 gatos e 101.015 cães, segundo dados do primeiro Censo Nacional de Animais Errantes divulgado hoje pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
Portugal continental tem mais de 930 mil animais errantes, entre os quais 830.541 gatos e 101.015 cães, segundo dados do primeiro Censo Nacional de Animais Errantes divulgado hoje pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
O Censo Nacional de Animais Errantes 2023 foi desenvolvido pela Universidade de Aveiro para Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e financiado pelo Fundo Ambiental.
Dados da Guarda Nacional Republicana (GNR), compilados no estudo e relacionados com a sinistralidade rodoviária, revelam que foram reportados 4.640 atropelamentos, sendo de 4.443 cães e 197 gatos entre 2019 e 2022, tendo 2020 sido o ano em que se reportaram mais atropelamentos (1.428 e 84, respetivamente).
Quanto aos gatos errantes, apenas 5,3% dos inquiridos referem que já se sentiram fisicamente ameaçados e 5,9% já foram efetivamente atacados.
No que diz respeito à prestação de cuidados a estes felinos, 83,4% dos inquiridos já providenciaram alimento, 78,6% água, 48,3% abrigo, e 14,1% já prestou outros cuidados.
Quanto aos cães errantes, 27,2% dos inquiridos referem já se terem sentido fisicamente ameaçados por um cão errante, dos quais 7,2% já foram atacados.
Mais de dois terços (70,5%) dos inquiridos já providenciaram alimento a cães errantes, 65,2% já providenciaram água, 37,1% abrigo, e 17,1% já prestaram outros cuidados
Este estudo refere também que os donos de gatos têm menores índices de responsabilidade do que os de cães, especialmente ao nível da identificação individual e do acesso ao exterior sem supervisão.
A maioria (26,8%) tem apenas um ou dois gatos, mas alguns detinham três (17,2%), quatro (7,8%), cinco (5,4%), ou mais de cinco (14,7%), sendo o principal motivo a companhia (78%).
“A obtenção de gatos foi referida como sendo principalmente de animais encontrados (68,6%), adotados em abrigos (29,5%) ou oferecidos por amigos ou familiares (19,6%)”, segundos dados.
Uma pequena parte dos inquiridos aponta a aquisição de animais a criadores (4%) através da internet (3,8%), ou por criação própria (2,7%).
Já os cães registam elevados índices de detenção responsável: 92% dos donos identificam e registam todos os seus animais e 92% nunca permitem o acesso ao exterior sem supervisão, enquanto 25% referem que não usam nenhuma forma de contraceção nos seus animais e 28% relatam que já caçaram.
A maioria dos inquiridos tinha apenas um (45,2%) ou dois (24,1%) cães e a principal motivação para a detenção de cães foi a companhia (88%).
Aproximadamente um em cada quatro pessoas (23,9%) adquiriu animais a criadores (17,2%), através da internet (5,3%) ou em lojas de animais (1,4%).
No âmbito deste estudo, foi ainda criada a aplicação Errantes que permite que cada utilizador registe os seus dados e os dados dos seus animais de estimação, bem como avistamentos de animais que circulam livremente, ou de presas capturadas por animais com ou sem detentor.
NACIONAL
GOVERNO PROPÔS SUPLEMENTO DE MISSÃO PARA PSP E GNR ENTRE 365 E OS 625 EUROS
O Governo propôs hoje um suplemento de missão os elementos da PSP e da GNR entre os 365,13 e os 625,94 euros, significando um aumento até 75 euros, revelou o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda.
O Governo propôs hoje um suplemento de missão os elementos da PSP e da GNR entre os 365,13 e os 625,94 euros, significando um aumento até 75 euros, revelou o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda.
César Nogueira avançou aos jornalistas que este novo suplemento de missão, que tem como referência o vencimento base do comandante-geral da Guarda Nacional Republicana, vai substituir o atual suplemento por serviço e risco nas forças de segurança.
No final da reunião com a ministra da Administração Interna, o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) classificou esta primeira proposta do Governo de “muito má”, indicando que os elementos das forças de segurança teriam, com esta proposta, um aumento até 75 euros.
Segundo a proposta apresentada às cinco associações socioprofissionais da GNR, os oficiais passariam a ter um suplemento de missão de 12% da remuneração base do comandante-geral da GNR, que é de 5.216,23 euros, enquanto a percentagem para os sargentos é de 9% e para os guardas de 7%.
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