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PORTUGAL LIDERA VACINAÇÕES MAS COM TAXA DE INFEÇÕES ‘PREOCUPANTE’

Portugal lidera a vacinação contra a Covid-19 na União Europeia, mas “marca passo” no número de infeções, uma situação que o investigador Miguel Castanho alerta que pode ter impacto no outono, quando o vírus terá “condições ótimas” de propagação.

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Portugal lidera a vacinação contra a Covid-19 na União Europeia, mas “marca passo” no número de infeções, uma situação que o investigador Miguel Castanho alerta que pode ter impacto no outono, quando o vírus terá “condições ótimas” de propagação.

“No outono regressam as condições ótimas para a propagação de vírus respiratórios. Se não completarmos o plano de vacinação e ou não fizermos baixar muito a incidência até lá, dificilmente teremos uma evolução favorável nos próximos meses”, adianta à Lusa o investigador do Instituto de Medicina Molecular.

Se Portugal lidera a percentagem de pessoas que receberam pelo menos uma dose de vacina contra a covid-19 entre os países da União Europeia (82,05%), os dados desta quinta-feira do site estatístico Our World on Data colocam também o país nos lugares cimeiros — sexto entre 27 — na média diária de casos nos últimos sete dias por milhão de habitantes (228.34).

Acima de Portugal neste indicador estão apenas a Irlanda, que lidera com 374.4, o Chipre (350.71), a Grécia (313.74), a França (309.42) e a Estónia (230.14).

Os dados nacionais mais recentes indicam que Portugal tem já 72% da população com a vacinação completa e 80% com pelo menos uma dose de vacina contra a Covid-19, mas também apresenta uma taxa de incidência de infeções nos últimos 14 dias de 312,8 a nível nacional.

“A vacinação não constitui uma garantia por si só contra a Covid-19. É uma arma importante, mas, enquanto o vírus circular com alguma abundância como é o caso atual, não estamos verdadeiramente numa situação que possamos considerar positiva”, alerta Miguel Castanho.

De acordo com o investigador do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, ainda existe cerca de 30% da população com mais de 16 anos sem vacinação completa, a que se junta uma elevada percentagem de crianças e jovens que estão na mesma situação.

“No total teremos cerca de 40% a 50% da população total sem vacinação ou sem vacinação completa. Estes 40% a 50% são uma fração populacional muito considerável, capaz prolongar a multiplicação do vírus, sobretudo no contexto atual, em que o vírus é muito abundante e, portanto, muita gente contacta com o vírus”, salientou o bioquímico.

Como uma das causas para a manutenção da elevada incidência de casos, Miguel Castanho aponta a variante Delta, responsável por 100% das infeções por SARS-CoV-2 no país, segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

Esta variante “veio piorar muito a situação, porque se sabe que uma dose das vacinas confere proteção muito baixa e que, mesmo nas pessoas totalmente vacinadas, existe uma quebra de eficácia da vacina da ordem dos 13% face à variante do Reino Unido”, adianta o especialista.

Além disso, verificou-se uma “perceção geral”, sobretudo nos mais jovens, que as “medidas de desconfinamento e a forma eufórica como foram apresentadas, sinalizam um fim de ciclo de pandemia”, refere Miguel Castanho, para quem o “relaxamento das atitudes, na sequência desta perceção, levou a incidência a disparar entre os mais jovens”.

“Creio que este terá sido um fator determinante para que o verão não tenha sido devidamente aproveitado para fazer baixar a incidência. Avançamos numa frente [vacinação] mas marcamos passo na outra [incidência]. Deveríamos chegar ao outono com ambas as batalhas ganhas, mas não podemos dar esses objetivos como certos neste momento”, alerta.

Perante isso, o professor catedrático de bioquímica admite que Portugal corre o risco de não poder “dar por terminada a pandemia antes da chegada do inverno”.

Já para o virologista José Miguel Pereira, as infeções por SARS-CoV-2 vão continuar a ocorrer, mas deverão evoluir para uma situação endémica com um número constante de novas infeções, mas que se “revelam, na maioria dos casos, benignas ou assintomáticas, isto é, banais”.

“Na realidade, temos vários vírus da mesma família do SARS-CoV-2 que se comportam dessa forma: causam infeções das vias respiratórias que em geral são controladas pelo indivíduo infetado não causando patologias graves”, adianta o especialista, que se manifesta convencido que “assim será”, devido ao elevado número de vacinados e à evolução da pandemia ao longo de 20 meses.

Segundo disse à Lusa o investigador da Unidade da Interação Hospedeiro-Patogeno do Instituto de Investigação de Medicamentos (iMed.ULisboa) da Universidade de Lisboa, o equilíbrio entre a capacidade infecciosa do vírus e as capacidades de controlo imunológico por parte do infetado permitirá ditar o fim da pandemia.

“Nesta altura, deixará de haver restrições para a maioria da população e assim passará a ser mais um vírus associado a infeções respiratórias, provavelmente com um aumento de casos nos meses mais frios e com atualizações da vacina para eventuais variantes novas que possam surgir”, perspetiva o virologista.

O especialista defende também a “necessidade de rever os testes de diagnóstico” PCR, de alta sensibilidade e que, por essa razão, dão resultados positivos em amostras contendo quantidades de vírus muito pequenas, o que considera útil quando não existe um número significativo de vacinados, quando é necessário fazer um controlo apertado de um surto e perante uma situação de con?namento.

“Já não estamos em nenhuma dessas situações e a maioria dos novos casos de infeção não tem relevo clínico – porque serão maioritariamente assintomáticas ou benignas -, nem mesmo epidemiológico, porque as cargas virais são baixas e, por consequência, a probabilidade de transmissão é igualmente baixa” face a grande percentagem de vacinados, refere.

Perante isso, “deixa de fazer sentido termos o diagnóstico feito por PCR, quando podemos fazer esse diagnóstico, nos casos em que haja sintomas, por outras formas como por exemplo o uso da deteção de antigénio viral”, adianta José Miguel Pereira, ao salientar que o teste deteta as pessoas que estão doentes ou que têm cargas virais mais elevadas e que, por isso, são mais transmissoras da infeção.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 17.689 pessoas e foram contabilizados 1.028.421 casos de infeção confirmados, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.

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NACIONAL

RAMALHO EANES AFIRMA QUE PCP QUERIA ESTABELECER UM REGIME TOTALITÁRIO

O antigo Presidente da República António Ramalho Eanes afirmou hoje que durante o Período Revolucionário em Curso (PREC) o PCP se preparava para estabelecer um regime totalitário em Portugal e considerou que a descolonização foi trágica.

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O antigo Presidente da República António Ramalho Eanes afirmou hoje que durante o Período Revolucionário em Curso (PREC) o PCP se preparava para estabelecer um regime totalitário em Portugal e considerou que a descolonização foi trágica.

Ramalho Eanes falava perante o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, durante uma aula-debate sobre o 25 de Abril com alunos de escolas secundárias e universidades, no antigo picadeiro real, junto ao Palácio de Belém, em Lisboa.

A propósito dos antecedentes do 25 de Novembro de 1975, o general e primeiro Presidente eleito em democracia começou por referir que não queria “tecer considerações nenhumas sobre o PCP” e que teve “ótimas relações com Álvaro Cunhal”, um homem que “muito estimava” e “muito considerava”.

“Mas naquela altura o PCP, talvez acossado pela extrema-esquerda, preparava-se efetivamente para estabelecer em Portugal um regime totalitário”, afirmou, acrescentando: “Não tenho dúvidas”.

Citando Melo Antunes, Eanes sustentou que na altura era necessário “reinstitucionalizar o aparelho militar” para que se opusesse “a qualquer tentativa armada de conquista do poder”.

“Por razões diversas, e como as coisas se agudizavam, surgiu o Documento dos Nove, que o Conselho da Revolução todo praticamente subscreveu e que foi subscrito por milhares de oficiais. Isso demonstrou que a instituição militar estava muito mal, estava desinstitucionalizada, tinha de uma maneira geral perdido a sua fidelidade ao povo e à democracia e tinha criado fidelidades perversas em relação às filiações partidárias”, prosseguiu.

Em concreto sobre os acontecimentos de 25 de Novembro, Eanes disse que houve “uma ofensiva militar”, no seu entender “organizada levianamente pela extrema-esquerda, mas em que o PCP não podia ter deixado de intervir”, perante a qual ele e outros militares foram obrigados a agir.

“Tivemos essa ação, enfim, e repito que podia ter levado a uma guerra civil e que foi indispensável o 25 de Novembro. Repito: foi indispensável, para que as promessas de honra dos militares à população fossem realizadas”, defendeu.

Segundo Eanes, o desfecho do 25 de Novembro deveu-se aos “militares que se tinham mantido fieis à promessa de honra que tinham feito à população, que era devolver-lhes a liberdade, mas a liberdade sem condicionamentos” e que “resolveram, perante uma insurreição armada responder — bom, e a uma insurreição armada, naturalmente, só se responde com armas”.

“O 25 de Abril foi único, foi fundador. É ele que concede a liberdade aos portugueses. É ele que devemos festejar, comemorar e sobretudo refletir. Mas não devemos esquecer a perturbação natural que se seguiu, em que houve um combate de ideologias, de modelos de sociedade, em que houve um PREC que criou uma situação insustentável, uma situação de medo e uma situação que nos levou perto de uma guerra civil”, declarou.

Nesta aula-debate, Eanes relatou que estava em Angola e recebeu a notícia do 25 de Abril sem surpresa, porque “tinha participado nas diferentes reuniões que se tinham realizado para organizar uma resposta ao regime”, com “grande alegria” e “grande esperança”, porque “os portugueses iam ter a liberdade” e “finalmente, acabar-se-ia a guerra” colonial.

“Mas não tive dúvidas nenhumas de que a descolonização iria ser trágica, como foi. Aliás, eu digo isto com à vontade, com grande à vontade. Eu sei que muita gente vai contar que acha que a descolonização foi uma coisa maravilhosa. Não foi”, considerou.

Na sua opinião, foi trágica porque “deixou aqueles países, Angola e Moçambique, numa situação de guerra que durou anos e que destruiu tudo” e porque “fez regressar ao continente muitos angolanos”.

“Eles tinham nascido em Angola, eles eram angolanos, não conheciam outra pátria que não fosse aquela, não tinham outra terra que não fosse aquela, terra em que tinham os seus mortos, em que tinham tido nascido os seus filhos, e de repente são obrigados, perdendo tudo, a regressar a uma terra que tinha sido a dos seus antepassados, mas que eles não conheciam, que eles não amavam. São os retornados”, acrescentou.

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25 DE ABRIL: SALÁRIO MÍNIMO, FÉRIAS E DIREITO À GREVE SÃO CONQUISTAS DE ABRIL

A implementação do salário mínimo nacional, o direito a férias, à atividade sindical e à greve foram algumas das conquistas da revolução de 1974 no mundo do trabalho, que passou a ser exercido com mais direitos.

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A implementação do salário mínimo nacional, o direito a férias, à atividade sindical e à greve foram algumas das conquistas da revolução de 1974 no mundo do trabalho, que passou a ser exercido com mais direitos.

O salário mínimo nacional, que hoje é de 820 euros, foi implementado pela primeira vez há cinquenta anos e o seu valor real nessa altura era de 629 euros, se descontada a inflação acumulada e considerando o índice de preços ao consumidor, segundo um retrato da Pordata, divulgado no âmbito do 50.º aniversário do 25 de Abril de 1974.

O documento elaborado pela base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, assinala que, a partir da revolução, o trabalho passou a ser exercido com mais direitos, após anos de desinvestimento na educação durante a ditadura, com os reduzidos anos de escolaridade obrigatória, e a pobreza que levavam muitas crianças a trabalhar desde cedo.

De acordo com os Censos de 1960, eram mais de 168 mil as crianças a trabalhar e, nos Censos de 1970, registaram-se cerca de 91 mil crianças, entre os 10 e os 14 anos, indica a Pordata.

A entrada da mulher no mercado de trabalho foi outra das grandes transformações que ocorreram com a revolução. Segundo a Pordata, em 1970, apenas 25% das mulheres com 15 ou mais anos trabalhavam e, em 2021, esse valor atingiu os 46%.

O documento destaca ainda “a profunda alteração na distribuição dos trabalhadores pelos grandes setores económicos”.

Em 50 anos, o peso da mão-de-obra na agricultura e pescas (setor primário) diminuiu consideravelmente, assim como na indústria (setor secundário) e, em contrapartida, cresceu o emprego nos serviços e o trabalho terciarizou-se.

No ano da revolução, 35% da população empregada trabalhava no setor primário, 34% no setor secundário e 31% no terciário, valores que em 2023 passaram a ser de 3%, 25% e 72%, respetivamente.

Os dados mostram ainda que só nas décadas de 1970 e 1980 se concretizou “um efetivo sistema de Segurança Social, no sentido do alargamento da proteção social ao conjunto da população e à melhoria da cobertura das prestações sociais”.

Entre 1974 e 2022, de acordo com a Pordata, as pensões de velhice atribuídas pela Segurança Social aumentaram de 441 mil para cerca de 2 milhões.

“Também se registaram importantes avanços na criação de medidas de proteção à infância e à família, ou às situações de maior vulnerabilidade, como o desemprego ou a pobreza”, indica o documento.

Exemplos destas medidas são o Complemento Social para Idosos (CSI) ou o Rendimento Social de Inserção (RSI).

A importância da proteção social é visível pelo aumento das despesas das prestações sociais da Segurança Social, que mais do que duplicaram, de 5% para 12% do Produto Interno Bruto (PIB), entre 1977 e 2022.

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