ECONOMIA & FINANÇAS
AGRICULTORES CRITICAM ‘IRRACIONAL’ SUBIDA NO PREÇO DO GASÓLEO COLORIDO
A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) criticou esta quinta-feira, 5 de maio, a “irracional e imprevista” subida do preço do gasóleo colorido, exigindo ao Governo que assegure a prometida descida de 20 cêntimos por litro.
A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) criticou esta quinta-feira, 5 de maio, a “irracional e imprevista” subida do preço do gasóleo colorido, exigindo ao Governo que assegure a prometida descida de 20 cêntimos por litro.
“No passado dia 28 de abril foi anunciada pelo Governo ‘uma nova descida no ISP que permitirá baixar a carga fiscal em 20 cêntimos por litro’. Ao dia de hoje, a descida anunciada não só se verificou, como, desde segunda-feira, o preço aumentou em média cerca de três cêntimos no gasóleo agrícola, segundo dados da Direção-Geral de Energia e Geologia”, apontou, em comunicado, a CAP.
Os agricultores lamentam assim a “irracional e imprevista” subida do gasóleo colorido, sublinhando que não tinha sido anunciada “qualquer diferenciação em função da atividade económica”.
A confederação exigiu que o Governo assegure uma descida “real e efetiva” de 20 cêntimos por litro, bem como a implementação de um “sistema simples”, que permita um desconto imediato no ato de pagamento, “fazendo o Estado posteriormente um acerto de contas com os revendedores”.
Para a CAP, a subida do valor do gasóleo agrícola é ainda uma “manifesta falta de reconhecimento” pela atividade do setor, enquanto o executivo “continua assim a lucrar com a atual situação insustentável” da escalda dos preços energéticos.
“Continuamos a perder competitividade face a Espanha, que implementou medidas transparentes e descomplicadas para assegurar que todos os espanhóis, em todas as situações, veem reduzida a fatura final a pagar pelo preço do combustível”, concluiu.
Na terça-feira, a ministra da Agricultura e da Alimentação vincou que o executivo só pode intervir em matéria dos preços dos combustíveis a nível fiscal, sublinhando que o gasóleo colorido já tem taxas reduzidas.
“O Governo só pode intervir ao nível fiscal e o gasóleo colorido e marcado já tem, do ponto de vista do IVA, uma taxa reduzida de 13%”, apontou, na altura, Maria do Céu Antunes, numa audição parlamentar conjunta com as comissões de Orçamento e Finanças e Agricultura e Pescas.
Por sua vez, em termos do ISP, o gasóleo colorido também tem um valor reduzido, tendo-se verificado uma descida de 3,4 cêntimos por litro, fixando-se num nível “pré-troika”.
Em resposta aos deputados, Maria do Céu Antunes precisou ainda que perante a subida do preço, recentemente verificada, o gasóleo colorido aumentou três cêntimos.
A titular da pasta da Agricultura destacou que foram destinados 20 milhões de euros, com retroativos a 1 de janeiro deste ano, para o setor fazer face ao aumento dos custos com a eletricidade.
Contudo, referiu que o objetivo passar por criar autonomia estratégica em termos da produção de energia limpa.
ECONOMIA & FINANÇAS
BENEFICIÁRIOS DE PRESTAÇÕES DE DESEMPREGO SOBEM 9% EM MARÇO
O número de beneficiários de prestações de desemprego em março aumentou 9,1% em termos homólogos, mas caiu 1,1% face a fevereiro, totalizando 195.359, segundo as estatísticas mensais publicadas pela Segurança Social.
O número de beneficiários de prestações de desemprego em março aumentou 9,1% em termos homólogos, mas caiu 1,1% face a fevereiro, totalizando 195.359, segundo as estatísticas mensais publicadas pela Segurança Social.
Em relação ao mês anterior, registou-se em março uma redução de 2.237 beneficiários, mas, face ao mesmo mês do ano anterior, verificou-se uma subida em 16.252 beneficiários, de acordo com a síntese do Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
As prestações de desemprego são maioritariamente requeridas por mulheres, correspondendo a 110.657 beneficiárias (56,6% do total).
Tendo em conta apenas o subsídio de desemprego, o número de beneficiários totalizou 153.208, uma redução de 1% em cadeia, mas um aumento de 12,4% em comparação com o mês homólogo.
O valor médio mensal do subsídio de desemprego em março foi de 641 euros, correspondendo a uma subida homóloga de 4,2%.
No caso do subsídio social de desemprego inicial, esta prestação foi processada a 11.294 beneficiários, menos 6,1% do que em fevereiro e mais 13,5% face a março de 2023.
Já o subsídio social de desemprego subsequente abrangeu 22.197 beneficiários, uma diminuição de 0,8% em termos mensais e de 10,7% na comparação homóloga.
De acordo com os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), publicados na sexta-feira, o número de desempregados inscritos nos centros de emprego caiu 1,9% em março face a fevereiro, mas subiu 6% em termos homólogos, totalizando 324.616.
ECONOMIA & FINANÇAS
PROIBIÇÃO DE CARROS NOVOS A GASÓLEO E GASOLINA AMEAÇA SOBERANIA DA UE
O Tribunal de Contas Europeu alertou que a proibição da venda de automóveis novos a gasolina e a gasóleo a partir de 2035 pode por em causa a liderança europeia, por falta de competitividade sobretudo no fabrico de baterias.
O Tribunal de Contas Europeu alertou que a proibição da venda de automóveis novos a gasolina e a gasóleo a partir de 2035 pode por em causa a liderança europeia, por falta de competitividade sobretudo no fabrico de baterias.
Num relatório divulgado esta segunda-feira, o Tribunal de Contas Europeu (TCE) destaca um possível choque entre o Pacto Ecológico Europeu e “a soberania industrial” da União Europeia (UE) com a aposta em veículos elétricos.
O TCE constatou que, apesar do grande apoio público, as baterias fabricadas na UE “continuam a custar muito mais do que o previsto”, o que afeta a competitividade dos automóveis elétricos europeus em relação a outros produtores mundiais, podendo também “levar a que os carros elétricos europeus não estejam ao alcance de uma grande parte da população”.
Menos de 10% do fabrico mundial de baterias está sediado na Europa, destaca o texto, sendo a grande maioria produzida na China.
O setor das baterias da UE depende das importações de recursos de países de fora, com os quais o bloco não tem os devidos acordos comerciais: 87% do lítio em bruto provém da Austrália, 80% do manganês da África do Sul e do Gabão, 68% do cobalto da República Democrática do Congo e e 40% da grafite da China, refere a instituição.
O TCE alerta ainda que as infraestruturas de carregamento de veículos ainda levantam muitos obstáculos, quer pela escassez de oferta, quer pela falta de um meio harmonizado de pagamento.
Perante a dificuldade encontrada em reduzir as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) no setor rodoviário e o fraco desenvolvimento dos biocombustíveis, a UE aposta nos veículos elétricos como a melhor alternativa possível.
Reduzir ou eliminar as emissões de CO2 dos carros de passageiros é um elemento essencial da estratégia europeia para o clima, cujo objetivo é chegar às zero emissões líquidas de GEE até 2050, ano em que a UE deverá atingir a neutralidade carbónica.
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