CIÊNCIA & TECNOLOGIA
CIMEIRA INTERNACIONAL SOBRE A “SEGURANÇA” DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Vinte e oito países e a União Europeia (UE) subscreveram hoje, no âmbito de uma cimeira internacional perto de Londres, uma declaração sobre a segurança da Inteligência Artificial que reconhece a necessidade de os governos trabalharem juntos.

Vinte e oito países e a União Europeia (UE) subscreveram hoje, no âmbito de uma cimeira internacional perto de Londres, uma declaração sobre a segurança da Inteligência Artificial que reconhece a necessidade de os governos trabalharem juntos.
Entre os países signatários estão, além do Reino Unido, país organizador da cimeira de dois dias que começou hoje, os EUA, a China, Japão, Brasil, Quénia, Ruanda, Turquia e Emirados Árabes Unidos.
A chamada Declaração de Bletchley foi anunciada no primeiro dia da Cimeira Internacional sobre Segurança da Inteligência Artificial a decorrer em Bletchley Park, a norte de Londres.
A declaração reconhece as oportunidades e os riscos colocados pela Inteligência Artificial avançada, especialmente os potenciais problemas de utilização indevida e de controlo, e apela a uma maior colaboração a nível mundial para garantir que a IA é desenvolvida de forma segura e responsável.
Os países subscritores manifestaram preocupação com os riscos da cibersegurança, da biotecnologia e da desinformação, e concordaram em apoiar uma rede internacional de investigação sobre a segurança da IA.
A Declaração estabelece um compromisso com um processo de cooperação internacional, tendo ficado definido que a Coreia do Sul vai organizar uma cimeira virtual dentro de seis meses e a França uma nova cimeira presencial dentro de um ano.
Na sessão de abertura esta manhã, a ministra da Ciência, Inovação e Tecnologia britânica, Michelle Donelan, disse que os governos dispõem dos “recursos e do mandato para defender a humanidade e a segurança, criando as proteções e a regulamentação adequadas para o desenvolvimento e a implementação seguros” da IA.
“Nós, os arquitetos desta era da IA, os decisores políticos, a sociedade civil, os cientistas e os inovadores, temos de ser proativos e não reativos”, argumentou, e a cimeira “constitui uma oportunidade para fazer avançar o debate, passando do plano especulativo e filosófico para o plano científico e empírico”.
A secretária de Estado do Comércio norte-americana, Gina Raimondo, afirmou que os Estados Unidos estão dispostos a “expandir a partilha de informações, a investigação, a colaboração e, em última análise, o alinhamento de políticas em todo o mundo”.
“Na era nuclear, as superpotências uniram-se para cooperar e formular mecanismos globais de garantia. Hoje, na era da IA, temos um problema ainda mais complexo que envolve todas as nossas nações e o sector privado. Exige uma coordenação global em matéria de segurança da IA e exige que façamos tudo o que estiver ao nosso alcance para garantir que esta tecnologia não caia nas mãos erradas e não seja utilizada indevidamente”, defendeu.
Em representação da China, cuja presença foi criticada por alguns políticos de direita britânicos, o vice-ministro da Ciência e da Tecnologia, Wu Zhaohui, apelou ao consenso através do diálogo e da cooperação para desenvolver “mecanismos de regulamentação abertos, justos e eficientes”.
O responsável defendeu também uma maior representação e voz dos países em desenvolvimento neste processo para “colmatar o fosso na IA e nesta capacidade de regulamentação.
“A China está disposta a reforçar o diálogo e a comunicação em matéria de segurança da IA com todas as partes, contribuindo para um mecanismo internacional com uma participação internacional”, garantiu.
A vice-presidente da Comissão Europeia para os Valores e a Transparência, Vera Jourová, revelou que a legislação europeia sobre a IA deverá ser finalizada até ao final do ano.
O pacote legislativo conhecido como AI Act, resumiu, “é uma abordagem favorável à inovação, baseada no risco e preparada para o futuro, para regulamentar a IA”.

CIÊNCIA & TECNOLOGIA
INVESTIGADORES APROVEITAM O PÓ DA CORTIÇA PARA REMOVER POLUENTES DAS ÁGUAS
Portugal é o maior produtor de cortiça do mundo e já se conhecem muitas aplicações verdes deste material já de si associado à sustentabilidade. Um dos resíduos que resultam da transformação da cortiça – por exemplo para as rolhas das garrafas – o pó, é tipicamente queimado, e agora, na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) está a ser reaproveitado para criar um método mais sustentável para a remoção de poluentes das águas residuais.

Portugal é o maior produtor de cortiça do mundo e já se conhecem muitas aplicações verdes deste material já de si associado à sustentabilidade. Um dos resíduos que resultam da transformação da cortiça – por exemplo para as rolhas das garrafas – o pó, é tipicamente queimado, e agora, na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) está a ser reaproveitado para criar um método mais sustentável para a remoção de poluentes das águas residuais.
No âmbito do projeto “Corkcatcher: Adsorventes magnéticos com base em resíduos de cortiça para remediação ambiental”, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, já alcançaram resultados promissores. Estão a adicionar propriedades a este pó para agarrar alguns dos poluentes mais preocupantes nas águas residuais: iões de metais pesados, corantes e antibióticos. São depositados, diariamente, cerca de dois milhões de toneladas de resíduos nas águas, em todo o mundo.
“O pó da cortiça é um material extremamente interessante visto possuir porosidade, ou seja, cavidades que podem acomodar os poluentes de águas”, começa por explicar o líder do projeto Carlos Granadeiro, investigador do Laboratório Associado para a Química Verde (LAQV-REQUIMTE) na FCUP. “Contudo, esta porosidade não é acessível, isto é, não há uma passagem do exterior até aos poros”, comenta.
Assim, através do método de síntese desenvolvido no projeto Corkcatcher, “foi-nos possível tornar essa porosidade acessível (e até aumentá-la) e simultaneamente conferir propriedades magnéticas ao material”. E quanto maiores os poros, maior a capacidade de armazenar os poluentes. O objetivo dos investigadores é tornar a aplicação deste resíduo viável do ponto de vista económico e ambiental.
“A grande vantagem destes materiais renováveis magnéticos é o facto de serem facilmente separados magneticamente de águas, evitando passos adicionais de recuperação (ex. filtração, sedimentação) como acontece com os adsorventes tradicionais”, concretiza. Para além disso, os resíduos, depois de cumprirem a sua função de adsorver os poluentes, podem ser novamente reutilizados.
Estes materiais podem ser utilizados em Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) e pretende-se, na próxima fase do projeto, aplicá-los na própria ETAR da empresa corticeira J.A. Veiga de Macedo, que colabora com o projeto.
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
UNIVERSIDADE DO MINHO TEM TRÊS DOS CIENTISTAS MAIS CITADOS NO MUNDO
A Universidade do Minho tem três cientistas entre os mais citados no mundo por outros investigadores – António Vicente e José António Teixeira, do Centro de Engenharia Biológica (CEB), e Rui L. Reis, do Grupo 3B’s.

A Universidade do Minho tem três cientistas entre os mais citados no mundo por outros investigadores – António Vicente e José António Teixeira, do Centro de Engenharia Biológica (CEB), e Rui L. Reis, do Grupo 3B’s.
A confirmação é dada hoje pela lista Highly Cited Researchers 2023, da consultora norte-americana Clarivate Analytics, que inclui 6849 cientistas de 67 países, sendo 19 deles em Portugal. O ranking incide no período 2012-2022 e apenas sobre os artigos altamente citados, que representam 1% do que se publica no mundo e para 21 áreas de conhecimento.
A dupla do CEB e da Escola de Engenharia da UMinho surge pelo sexto ano consecutivo nesta lista. António Vicente, na área das ciências agrárias, teve os seus artigos citados 19.011 vezes e está ligado a inovações como ecoembalagens, compostos funcionais e bioativos e nanossistemas para aplicações alimentares. José António Teixeira, na área cross-field, é um nome ímpar na biotecnologia industrial e biotecnologia alimentar, tendo várias distinções e 31.247 citações dos seus artigos.
Rui L. Reis surge pelo segundo ano na área cross-field, somando 62.905 citações dos seus artigos. O presidente do Instituto 3B’s e responsável do laboratório associado ICVS/3B’s é uma referência em biomateriais, engenharia de tecidos e medicina regenerativa, com diversos prémios e cargos internacionais.
O Highly Cited Researchers 2023 inclui, aliás, mais três alumni da UMinho em ciências agrárias/cross-field: Isabel Ferreira, Manuel Simões e Miguel Ângelo Cerqueira.
As análises bibliométricas da lista foram realizadas pelo Instituto de Informação Científica do grupo Web of Science, que “pesou” os artigos científicos da mesma coorte anual, retirando a vantagem da citação de artigos mais antigos perante os mais recentes. Os países mais representados no ranking são os EUA (2669 cientistas, 38% do total), China (1275), Reino Unido (574), Alemanha (336) e Austrália (321). Portugal ocupa o 27º lugar no mundo (era 26º). A lista inclui diversos Prémios Nobel e a instituição com maior volume de cientistas é a Academia Chinesa de Ciências (270), seguida pelas universidades de Harvard (237) e de Stanford (126).
As citações são um dos critérios mais utilizados para produzir rankings de instituições de ensino superior e demonstram a influência significativa de um grupo de investigadores entre os seus pares.
Há um mês, foi também publicada a lista World’s Top 2% Scientists 2023, do grupo editorial Elsevier, havendo 65 cientistas da UMinho entre os 200 mil cientistas mais influentes do mundo.
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