NACIONAL
COVID-19: NÚMERO DE GRÁVIDAS INFETADAS E SEM VACINA ESTÁ A AUMENTAR NAS MATERNIDADES
O diretor do Serviço de Ginecologia do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte (CHULN) alertou hoje para o aumento do número de mulheres grávidas infetadas com covid-19 sem vacinação e para o impacto nos serviços, apelando à vacinação.
O diretor do Serviço de Ginecologia do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte (CHULN) alertou hoje para o aumento do número de mulheres grávidas infetadas com covid-19 sem vacinação e para o impacto nos serviços, apelando à vacinação.
Em declarações à agência Lusa, Alexandre Valentim Lourenço adiantou que atualmente todas as “principais maternidades de Lisboa têm tido mais grávidas covid” e que o número supera o registado em maio, junho ou mesmo no ano passado.
“O que tivemos em maio e o ano passado era duas, três grávidas e agora estamos com quatro, cinco, seis grávidas. Nós estamos com mais grávidas com infeção presentes porque são populações jovens, que escaparam à vacinação, que não fizeram a vacinação e estão mais sujeitas a esta onda de contágio”, alertou.
De acordo com o médico obstetra, este aumento tem-se notado nas últimas duas semanas, com registo de vários partos com mulheres infetadas com covid-19, algo que não era visto “há muito tempo”.
“A maior parte destas mulheres tem doença ligeira em trabalho de parto ou não tem doença ou são assintomáticas. Como nós rastreamos todas as pessoas que entram em trabalho de parto, tem sido mais frequente detetarmos”, explicou.
Acrescentou que esta situação tem sido detetada na Maternidade Alfredo da Costa e na maternidade do Hospital de Santa Maria, por exemplo, acompanhando a tendência do aumento do número de infeções que tem sido registado na comunidade.
“Ainda hoje está uma no Santa Maria em trabalho de parto que não está vacinada, na passada segunda-feira eram quatro e elas [como] não estão vacinadas contraem mais facilmente a doença e obrigam a muito mais cuidados para não contaminar nem os médicos e os enfermeiros que assistem ao parto”, apontou, sublinhando que o parto é um momento “muito contagiante”, pelo tipo de respiração e contacto próximo.
Por outro lado, referiu que há também várias grávidas, que não estão em trabalho de parto, infetadas com covid-19 e com sintomas ligeiros, internadas em várias enfermarias dos hospitais.
Alexandre Valentim Lourenço referiu que os serviços têm notado que “a maior parte das mulheres optou pela não vacinação, apesar de estar recomendado” e que são em menor número as grávidas com o esquema vacinal, o que está a criar “um problema nos hospitais”.
“Esse problema é grave primeiro porque é um problema para as próprias mulheres, segundo porque acarreta na existência do hospital, numa altura em que há poucos recursos, duplos circuitos para grávidas e todos os hospitais têm camas de isolamento e equipas preparadas para estas grávidas e que requerem uma atenção especial num tempo em que há poucos recursos para as gravidezes normais”, explicou.
De acordo com o médico, isso tem provocado “vários constrangimentos” e uma “sobrecarga de trabalho”, numa altura do ano já por si complexa, uma vez que no Natal e no Final do Ano as equipas estão reduzidas, é preciso duplicar circuitos e há muito mais trabalho.
“As que normalmente estão internadas e que carecem de mais cuidados e que nos obrigam a duplos circuitos muitas delas estão não vacinadas”, sublinhou.
O diretor do Serviço de Ginecologia do CHULN apelou, por isso, a que as grávidas mantenham o esquema de vacinação, garantindo que a vacina “é muito segura”, tanto para a mulher como para o bebé.
“O facto de estarem grávidas não impede, pelo contrário, recomenda, que façam a vacina porque mesmo as doentes que estão vacinadas quando têm a doença ela é mais rápida a passar e têm muito menos sintomas e devem-se precaver, dado que a vacina está ao seu alcance”, defendeu.
Alexandre Valentim Lourenço apontou ainda que a opção pela não vacinação pode ter consequências graves na mulher.
“É preciso perceber que uma grávida, principalmente em final de tempo, com uma pneumonia tem muito mais dificuldades respiratórias e isso condiciona o trabalho de parto e acelera o trabalho de parto e pode provocar constrangimentos à própria grávida e por isso é importantíssimo que elas se vacinem”, alertou.
Acrescentou que isso torna o controlo do parto mais difícil, obrigando a que muitas vezes se tenha de interromper a gravidez ou avançar por uma cesariana em prematuridade.
Na opinião do médico, este fenómeno poderá ser explicado pelo facto de “grande parte das grávidas não ter informação adequada” e de “muitas das gravidezes [não serem] seguidas por obstetras”, sublinhando que a recomendação pela vacinação “não circulou bem nos médicos de família, nos centros que fazem assistência ao parto”.
NACIONAL
BOMBAS AUTOMÁTICAS DE INSULINA DISPONÍVEIS NAS FARMÁCIAS NOS PRÓXIMOS DIAS
As farmácias iniciam nos próximos dias a dispensa das bombas automáticas de insulina para o tratamento da diabetes tipo 1, depois de concluída a necessária atualização dos sistemas informáticos e a rede logística para permitir a disponibilização aos utentes.
As farmácias iniciam nos próximos dias a dispensa das bombas automáticas de insulina para o tratamento da diabetes tipo 1, depois de concluída a necessária atualização dos sistemas informáticos e a rede logística para permitir a disponibilização aos utentes.
“Esperamos que nos próximos dias a situação esteja estabilizada e que já seja possível fazer essa encomenda através das farmácias”, adiantou à Lusa a presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), Ema Paulino.
Em 21 de janeiro, foi publicada a portaria que criou o regime excecional de comparticipação dos dispositivos médicos de perfusão subcutânea contínua de insulina (PSCI) e dos respetivos consumíveis, permitindo que possam ser adquiridos nas farmácias comunitárias, uma medida que era reivindicada pelas associações representativas dos diabéticos.
A portaria do Ministério da Saúde, que entra em vigor na sexta-feira, justificou a medida com a necessidade de “melhorar o desempenho do processo atual” com o objetivo de garantir a disponibilização das bombas automáticas de insulina a um maior número de utentes e com maior celeridade.
Até agora essas bombas eram disponibilizadas através dos centros de tratamento.
“Neste momento, estamos a preparar o processo, que é algo complexo, uma vez que implica atribuir códigos informáticos a cada uma das bombas e a cada um dos consumidores das bombas”, adiantou Ema Paulino.
Além disso, está a ser adaptada a cadeia logística, ou seja, estão a ser “criadas as pontes” entre a indústria, os distribuidores farmacêuticos e as próprias farmácias, referiu a presidente da ANF, ao adiantar que também “é preciso assegurar o sistema de prescrição”.
“Os códigos que estão a ser criados para as bombas e para os consumíveis também vão ser os códigos que vão ser utilizados pelos médicos prescritores para poderem passar as receitas”, explicou.
“A informação que tenho é que não demorará mais de uma a duas semanas para todo o sistema estar estabilizado”, estimou a presidente da ANF, ao salientar que está também a ser preparada formação adicional para as equipas das farmácias no sentido de prestarem esclarecimentos aos utentes sobre os dispositivos.
A prescrição destes dispositivos só poderá ser realizada por especialistas em medicina interna, endocrinologia e pediatria, desde que devidamente autorizados e identificados pelos centros de tratamento, reconhecidos pela Direção-Geral da Saúde no âmbito da consulta onde o utente é acompanhado.
Segundo a portaria, os dispositivos médicos abrangidos por este regime excecional são comparticipados a 100% pelo Estado no seu preço, quando destinados a beneficiários do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e dispensados em farmácia de oficina.
O programa integrado de tratamento das pessoas com diabetes tipo 1 pretende garantir a disponibilização destes dispositivos a todos os potenciais beneficiários com desenvolvimento progressivo até 2026.
Segundo a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), que tem exigido a disponibilização das bombas nas farmácias, a sua utilização pode proporcionar uma melhor compensação, assim como uma redução em 80% do número de picadas nos dedos e 95% do número de injeções que uma pessoa com diabetes tipo 1 tem de dar por ano, contribuindo para uma melhoria significativa da qualidade de vida.
A APDP estima que serão mais de 30.000 as pessoas que vivem com diabetes tipo 1 em Portugal, 5.000 das quais serão crianças e jovens.
A diabetes tipo 1 é uma doença autoimune em que o sistema imunológico da própria pessoa compromete o funcionamento das células do pâncreas que produzem insulina.
NACIONAL
PRODUÇÃO DE AZEITE EM PORTUGAL PODERÁ SUBIR 15% EM 2025
A produção de azeite em Portugal deverá subir este ano quase 15% em relação ao ano passado e atingir as 170 mil toneladas, estimou hoje a maior associação nacional do setor, responsável por 120 mil toneladas.
A produção de azeite em Portugal deverá subir este ano quase 15% em relação ao ano passado e atingir as 170 mil toneladas, estimou hoje a maior associação nacional do setor, responsável por 120 mil toneladas.
Em declarações à agência Lusa, Susana Sassetti, diretora executiva da Olivum – Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal, indicou que esta estimativa é feita com base na produção dos associados da organização.
Os olivicultores e lagares da Olivum, salientou, produziram, “no ano passado, à volta das 105 mil toneladas” de azeite e a produção apurada na campanha deste ano “foi de 120 mil toneladas”, correspondendo a um aumento de cerca de 15%.
“De acordo com a percentagem que representávamos na produção do ano passado, que era mais ou menos de 70%, prevemos que a campanha nacional deste ano ande à volta das 170 mil toneladas”, adiantou a responsável.
Segundo a diretora executiva da Olivum, citando dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a produção nacional de azeite na campanha de 2024 tinha atingido as 150 mil toneladas.
“Esta percentagem [da representação da produção dos associados da Olivum em termos nacionais] pode não corresponder à realidade”, pois “muitos novos olivais foram plantados e entraram em produção”, advertiu.
Questionada pela Lusa sobre se o aumento da quantidade produzida em Portugal pode fazer descer o custo do azeite, Susana Sassetti esclareceu que “o preço não depende da produção nacional”, sendo “definido por Espanha, o maior produtor a nível mundial”.
“Se Portugal anda à volta das 150 mil ou das 200 mil toneladas, em Espanha há anos que chega a 1,4 milhões de toneladas”, comparou, lembrando que as campanhas mais recentes no país vizinho tiveram produções mais baixas, devido à seca, fazendo disparar os preços.
Assinalando que, este ano, “Espanha volta a ter a produção que normalmente costuma ter”, a diretora executiva da Olivum observou que o preço tem vindo a baixar, mas “não voltará ao nível em que estava há quatro ou cinco anos”.
Quanto à campanha deste ano, Susana Sassetti realçou que “a produção de azeitona foi maior do que a do ano passado”, mas, “em termos do rendimento em azeite, ou seja, a transformação da azeitona em azeite, acabou por ser igual à do ano passado, por causa das condições climatéricas”.
“Foi uma campanha que começou mais cedo do que normalmente costuma começar e originou bons azeites”, apesar de, na parte final, ter havido “alguma chuva e calor ao mesmo tempo, o que não é bom e favorece o surgimento de doenças ou pragas nos olivais”, acrescentou.
Com sede em Beja, a Olivum é uma associação de olivicultores e lagares e foi constituída em 2013 para dar respostas a novas questões da cultura do olival, incluindo a necessidade da defesa e representatividade do setor, na altura quase inexistente.
Esta associação representa mais de 50 mil hectares de olival, 20 lagares e cerca de 70% da produção nacional de azeite.
Portugal é o sexto maior produtor olivícola mundial e o quarto europeu.
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