INTERNACIONAL
DESMANTELADA REDE EUROPEIA DE EXPLORAÇÃO DE TRABALHADORES IMIGRANTES
Uma operação conduzida pelas forças fronteiriças e policiais francesas, romenas e moldavas desmantelou uma rede europeia de exploração de trabalhadores imigrantes, tendo sido detidas 38 pessoas por suspeita de tráfico de pessoas, foi hoje divulgado.
Uma operação conduzida pelas forças fronteiriças e policiais francesas, romenas e moldavas desmantelou uma rede europeia de exploração de trabalhadores imigrantes, tendo sido detidas 38 pessoas por suspeita de tráfico de pessoas, foi hoje divulgado.
A Europol (Serviço Europeu de Polícia) e a Eurojust (Unidade de Cooperação Judiciária da União Europeia), que apoiaram a operação, informaram que as 38 detenções foram realizadas em França (28), na Roménia (três) e na Moldávia (sete).
De acordo com os dois organismos, as detenções ocorreram após suspeitas levantadas pelas autoridades francesas sobre uma presumível rede organizada de “tráfico de pessoas”, “emprego ilegal”, “falsificação de documentos” e de “lavagem de dinheiro”.
As 38 detenções foram realizadas num único dia, na passada segunda-feira, durante uma ação coordenada entre as autoridades policiais dos três países envolvidos, segundo a Europol e a Eurojust.
“A rede criminosa traficava e registava trabalhadores moldavos em França recorrendo a documentos de identidade falsos, enquanto mantinha os verdadeiros passaportes dos trabalhadores como garantia”, referiram os organismos num comunicado, precisando que o grupo organizado fornecia cartões de identidade e cartas de condução romenas falsificadas aos imigrantes em situação irregular.
No âmbito desta operação, 51 locais foram alvos de buscas (17 em França, 14 na Roménia e 20 na Moldávia).
Durante as buscas, 19 veículos, incluindo 15 automóveis de luxo, dois ‘jet ski’, armas, telemóveis e cerca de 100 mil euros em dinheiro foram apreendidos, de acordo com as mesmas fontes, que ainda precisaram que “11 contas bancárias foram congeladas”.
Grande parte das vítimas tinha um “nível baixo de escolaridade” e, como tal, eram “mais vulneráveis” à exploração por parte desta rede criminosa, acrescentou a nota informativa.
“Trabalhavam 55 horas por semana por 60 euros por dia”, indicaram as mesmas fontes, estimando que a rede criminosa terá tido lucros ilegais na ordem dos 14 milhões de euros.
Grandes empresas do setor da construção e da reabilitação são igualmente suspeitas de estarem implicadas neste “sistema criminoso”, disse a Europol, qualificando a atividade desta rede como “extremamente lucrativa”.
“Os suspeitos branqueavam os ativos criminosos através de oito empresas de fachada, a maioria delas com sede em França”, acrescentou o comunicado.
Esta investigação começou em 2018, quando as forças policiais francesas intercetaram uma carrinha que transportava dez migrantes em situação irregular.
Eram todos cidadãos moldavos e vários tinham documentos romenos falsos.
Esta rede de tráfico e de exploração de trabalhadores imigrantes, organizada por um cidadão romeno residente em França, terá transportado de forma ilegal pelo menos 40 cidadãos moldavos.
INTERNACIONAL
GUERRA: RÚSSIA VAI FAZER EXERCÍCIOS NUCLEARES PERTO DA UCRANIA
O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou exercícios nucleares que serão realizados num futuro próximo e envolverão tropas localizadas perto da Ucrânia, em resposta a alegadas ameaças de líderes ocidentais contra Moscovo, anunciou hoje o Ministério da Defesa russo.
O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou exercícios nucleares que serão realizados num futuro próximo e envolverão tropas localizadas perto da Ucrânia, em resposta a alegadas ameaças de líderes ocidentais contra Moscovo, anunciou hoje o Ministério da Defesa russo.
“Durante o exercício, será tomada uma série de medidas para treinar a preparação e a utilização de armas nucleares não estratégicas”, afirmou o Ministério russo num comunicado publicado na rede social Telegram.
Acrescentou que essa medida foi tomada “por instrução do comandante-em-chefe supremo das forças armadas da Federação Russa”, Vladimir Putin.
Esse treino pretende “manter a prontidão” do exército para proteger o país, “em resposta às declarações com provocações e ameaças feitas contra a Rússia por certos responsáveis ocidentais”, acrescentou o ministério russo.
Os exercícios envolverão a força aérea, a marinha e as forças do distrito militar do sul, que se localiza muito perto da Ucrânia e cobre as regiões que Moscovo anexou.
A data e o local desses exercícios não foram anunciados.
Em outubro de 2023, a Rússia anunciou que Vladimir Putin supervisionou lançamentos de mísseis balísticos durante manobras militares destinadas a simular um “ataque nuclear massivo” a Moscovo.
Durante estes exercícios, um míssil balístico intercontinental Iars foi disparado da base espacial de Plesetsk, no norte da Rússia, e outro míssil balístico Sineva foi lançado a partir de um submarino no Mar de Barents.
A sua organização foi tornada pública no mesmo dia que a câmara alta do Parlamento Russo, o Conselho da Federação, aprovou a revogação da ratificação do Tratado de Proibição de Testes Nucleares (CTBT).
Desde o início do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022, o presidente russo tem falado sobre um possível uso de armas nucleares.
A Rússia implantou armas nucleares táticas na Bielorrússia, o seu aliado mais próximo e vizinho da União Europeia, no verão de 2023.
A doutrina nuclear russa prevê um uso “estritamente defensivo” de armas atómicas, no caso de um ataque à Rússia com armas de destruição em massa ou em caso de agressão com armas convencionais “que ameacem a própria existência do Estado”.
INTERNACIONAL
ARPÃO É PRIMEIRO SUBMARINO PORTUGUÊS A NAVEGAR DEBAIXO DE GELO NO ÁRTICO
O submarino Arpão navegou durante quatro dias debaixo da placa de gelo do Ártico, tornando-se no primeiro navio português a fazê-lo, informou hoje a Marinha.
O submarino Arpão navegou durante quatro dias debaixo da placa de gelo do Ártico, tornando-se no primeiro navio português a fazê-lo, informou hoje a Marinha.
“O NRP Arpão tornou-se, se não no primeiro, num dos muito poucos submarinos convencionais a navegar debaixo do gelo, uma área normalmente reservada aos submarinos de propulsão nuclear. Permaneceu debaixo da placa de gelo num total de cerca de quatro dias, tendo também explorado a operação na Marginal Ice Zone, com grande densidade de gelo solto, zona essa com elevado valor tácito, área em que nenhum outro submarino do ocidente se atreveu a operar, desde a II grande Guerra, com total sucesso”, indica aquele ramo.
O submarino ‘Arpão’ partiu da Base Naval de Lisboa no dia 03 de abril, com 36 militares a bordo, para participar na operação ‘Brilliant Shield’, da Aliança Atlântica. Na ocasião, o Chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Henrique Gouveia e Melo, salientou que a “importância elevada” desta missão por se tratar da primeira vez que um submarino português vai operar “por baixo do gelo Ártico”.
Em comunicado, a Marinha indica que em 28 de abril, o ‘Arpão’ largou do porto de Nuuk, na Gronelândia, “para a realização da Operação ÁRTICO 2024”, que contou com a presença a bordo de Gouveia e Melo, “decano dos submarinistas no ativo”.
No dia seguinte, passou o “mítico paralelo 66º33’N, que marca a fronteira do Círculo Polar Ártico, algo que à semelhança da passagem do Equador, é uma marca relevante para todos os marinheiros”, destaca a Marinha, assinalando que “esta marca ainda não tinha sido alcançada pelos submarinistas portugueses”.
O submarino voltou à superfície “em segurança” em 03 de abril e a Marinha salienta que esta foi “uma das maiores aventuras” deste navio até à data.
A nota divulgada aos jornalistas refere que, “além de adicionar uma nova capacidade aos submarinos portugueses e, consequentemente, à Marinha, o Arpão pôs mais uma vez em prática a “arte de bem fazer”, o que demonstrou que mesmo com todas as condicionantes, mas com dedicação, competência e força de vontade é possível continuar a ultrapassar novos desafios alcançando objetivos considerados por muitos, incluindo aliados, inultrapassáveis”.
A Martinha explica que para navegar debaixo do gelo “foi necessário um intenso período de preparação e estudo, em que a guarnição quase que teve que ‘reaprender’ a operar o navio, uma vez que a navegação submarina nas altas latitudes apresenta condições ambientais, sonoras e perigos à navegação, como a existência de icebergs e gelo solto, obrigando assim a adaptar muitos dos normais procedimentos e técnicas normalmente usadas pelos submarinos, quando a navegar em latitudes mais baixas”.
No comunicado, é indicado também que nos “quase sete meses de preparação”, o Arpão passou por um processo de manutenção “adaptado para fazer face às especificidades da missão, nomeadamente a instalação de uma proteção na torre para os mastros” e de “um sonar de alta frequência na torre do submarino”.
A Marinha refere ainda que no ano passado “o Arpão navegou 212 dias, atravessou o Atlântico duas vezes, esteve presente em sítios tão longínquos como o Rio de Janeiro, no Brasil e a Cidade do Cabo, na África do Sul, e ainda terminou o ano operacional com uma patrulha no Mediterrâneo”.
Nesta operação, os militares portugueses contaram com o apoio das marinhas dos Estados Unidos da América, Dinamarca e Canadá.
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