INTERNACIONAL
GUERRA: CARROS DE COMBATE LEOPARD 2 DA NORUEGA CHEGAM À UCRÂNIA
Os oito tanques que a Noruega prometeu dar à Ucrânia em janeiro chegaram ao seu destino e estão prontos para entrar em combate com as forças russas, anunciaram hoje as forças armadas norueguesas.
Os oito tanques que a Noruega prometeu dar à Ucrânia em janeiro chegaram ao seu destino e estão prontos para entrar em combate com as forças russas, anunciaram hoje as forças armadas norueguesas.
Os oito carros de combate de tipo Leopard 2 já estão no terreno, com os seus quatro carros de apoio, enquanto o pessoal ucraniano está a ser treinado na Polónia, assinalou a instituição, em comunicado.
“Para a Ucrânia, a oferta dos tanques vai ser decisiva para a sua capacidade na hora de levar a cabo as operações ofensivas e recuperar os territórios ocupados pela Federação Russa”, declarou o tenente-coronel Lars Jansen, comandante de um batalhão couraçado.
O exército norueguês dispunha até agora de 36 tanques Leopard 2 de produção alemã.
INTERNACIONAL
DOIS CAÇAS F-16 PORTUGUESES INTERCETARAM DOIS AVIÕES DE GUERRA RUSSOS – NATO
A Força Aérea Portuguesa (FAP) intercetou na segunda-feira duas aeronaves russas que se aproximavam do espaço aéreo da NATO e escoltou-as de volta à fronteira dos estados bálticos, divulgou hoje este ramo das Forças Armadas.
A Força Aérea Portuguesa (FAP) intercetou na segunda-feira duas aeronaves russas que se aproximavam do espaço aéreo da NATO e escoltou-as de volta à fronteira dos estados bálticos, divulgou hoje este ramo das Forças Armadas.
Uma dupla de F-16M portugueses, que se encontram na Base Aérea de Siauliai, no âmbito da missão da NATO na Lituânia, intercetaram e identificaram as aeronaves, provenientes da Federação Russa, destacou a FAP na nota.
“Estas foram acompanhadas pelos caças lusos até à fronteira dos estados bálticos”, frisou.
O alerta foi dado ao início da tarde de segunda-feira pelo Centro de Operações Aéreas Combinadas de Uedem, quando duas aeronaves não identificadas se encontravam a sobrevoar águas internacionais em aproximação ao Espaço Aéreo NATO sem plano de voo, explicou a FAP.
“A missão foi concluída com sucesso demonstrando assim o elevado estado de prontidão e proficiência do destacamento português”, realçou ainda.
A missão portuguesa da NATO na Lituânia conta com quatro F-16M e um contingente de até 95 militares da Força Aérea.
INTERNACIONAL
INVESTIGAÇÃO PÕE EM CAUSA O USO DO ALGODÃO POR GRANDES MARCAS DE ROUPA
Uma investigação realizada por uma organização não-governamental associou as multinacionais Zara e H&M, marcas populares de roupa, à desflorestação ilegal, apropriação de terras, violência e corrupção no Brasil.
Uma investigação realizada por uma organização não-governamental associou as multinacionais Zara e H&M, marcas populares de roupa, à desflorestação ilegal, apropriação de terras, violência e corrupção no Brasil.
A investigação hoje divulgada analisa o grande desenvolvimento da produção brasileira de algodão, para exportação, e segue o destino de mais de 800.000 toneladas desse algodão, contaminado, mas certificado, para empresas na Ásia, onde é transformado em peças de roupa para as marcas venderem depois especialmente na Europa.
As acusações são da organização não-governamental britânica de investigação “Earthsight”, que utiliza a investigação aprofundada para denunciar crimes ambientais e sociais, injustiças e ligações ao consumo global.
A “Earthsight” revela, no extenso trabalho a que a Lusa teve acesso, que passou mais de um ano a analisar imagens de satélite, decisões judiciais, registos de embarque, e a ir disfarçada a feiras comerciais globais para localizar e seguir esse algodão.
Produzido no Cerrado brasileiro por duas grandes empresas (que negaram qualquer ilegalidade), o algodão foi vendido entre 2014 e 2023 a oito fabricantes de vestuário em países como a Indonésia, o Paquistão ou o Bangladesh, fornecedores da Zara e H&M.
As fazendas de algodão em causa, diz a investigação, têm um longo historial de processos judiciais, casos de corrupção, desmatamento ilegal de 100.000 hectares de terra e apropriação indevida de terrenos no Cerrado, uma região que cobre um quarto do Brasil e abriga 5% de todas as espécies do mundo, incluindo tatus e papa-formigas.
Mais de metade do Cerrado foi desmatado para a agricultura em grande escala, nomeadamente para algodão, fazendo com que centenas de espécies estejam em vias de extinção devido à perda de habitats.
Em 2030, o Brasil deverá ultrapassar os Estados Unidos como maior exportador de algodão do mundo, segundo o documento.
Esse crescimento do algodão levou ao declínio das comunidades tradicionais.
A “Earthsight” fala de uma “mistura ruinosa de corrupção, ganância, violência e impunidade”, que levou ao desvio de terras públicas e à apropriação de terras das comunidades locais, que são sujeitas a intimidação e roubo de gado.
As empresas e os consumidores na Europa e América do Norte estão a impulsionar o desmatamento, invasão de terras e violações dos direitos humanos de uma nova forma, “não pelo que comem, mas pelo que vestem”, diz a “Earthsight”, que nota que nem a H&M nem a Zara compram o algodão diretamente aos produtores.
“Todos os anos, milhares de milhões de litros de água doce são desviados para campos de algodão, que são encharcados com 600 milhões de litros dos pesticidas mais venenosos”, diz a ONG, que deixa ainda outra denúncia sobre a certificação do algodão.
É que, segundo a “Earthsight”, todo o algodão contaminado foi certificado como sustentável pela “Better Cotton”, uma entidade que diz ser o maior programa de sustentabilidade do algodão a nível mundial e que tem como missão ajudar as comunidades a prosperar protegendo e restaurando o ambiente.
A “Earthsight” diz que a maioria dos produtos da H&M e da Zara são fabricados com algodão como selo “Better Cotton”, uma empresa que tem sede em Genebra e em Londres, e que no passado foi várias vezes acusada de ‘greenwashing’ (divulgação de falsas práticas sustentáveis através de ações de ‘marketing’), secretismo e incumprimento da proteção dos direitos humanos.
Perante as acusações da “Earthsight”, a “Better Cotton” disse ter aberto um inquérito.
A H&M respondeu à ONG que estava a identificar com a “Better Cotton” necessidades de melhorar o processo de certificação, e a Zara reconheceu que trabalhava com as empresas do Paquistão mencionadas mas disse que estas negaram que comprassem algodão diretamente a qualquer produtor no Brasil. E também confirmou que a “Better Cotton” tinha iniciado uma investigação.
Os fazendeiros brasileiros negaram todas as acusações.
Mas ainda assim o diretor da “Earthsight”, Sam Lawson, deixa um aviso: “Se tem roupa de algodão, toalhas ou lençóis da H&M ou da Zara, é bem possível que estejam manchados pela pilhagem do Cerrado. Estas empresas falam de boas práticas, de responsabilidade social e de sistemas de certificação, afirmam investir na rastreabilidade e na sustentabilidade, mas tudo isto parece agora tão falso como os arranjos das suas montras”.
A associação lembra que há várias leis para regular as cadeias de abastecimento, fala de regulamentos da União Europeia sobre sustentabilidade e desflorestação que não abrangem o algodão. E diz que os maiores culpados da situação são os maiores mercados consumidores.
A União Europeia é o maior importador de vestuário do mundo, seguida pelos Estados Unidos.
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