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INVESTIGADORES DESCOBREM COMO TRAVAR FORMAS GRAVES DE LÚPUS NO RIM

Uma equipa liderada pelo Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) descobriu uma assinatura molecular única em doentes com Lupus Eritematoso Sistémico (LES) com capacidade de funcionar como um novo biomarcador da doença.

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Uma equipa liderada pelo Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) descobriu uma assinatura molecular única em doentes com Lupus Eritematoso Sistémico (LES) com capacidade de funcionar como um novo biomarcador da doença. Esta descoberta, publicada na revista oficial do Colégio Americano de Reumatologia, a Arthritis and Rheumatology (https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/art.41768), permitirá saber com antecedência como irá evoluir a doença e agir atempadamente, evitando assim situações mais graves, como a perda progressiva e irreversível da função do rim.

O grupo de investigadores, liderado por Salomé Pinho, do i3S, em colaboração com o Centro Hospitalar e Universitário do Porto (CHUP) e com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), recorreu a amostras de rim de doentes com LES e que tinham o rim afetado (glomerulonefrite/nefrite lúpica) e identificou uma composição de estruturas de açúcares (glicanos) incomum. Os investigadores mostraram que essa expressão anómala de glicanos à superfície das células do rim destes doentes parece ser uma peça fundamental para um reconhecimento anómalo por parte do sistema imune, desencadeando uma resposta inflamatória exacerbada no rim, que caracteriza esta doença autoimune.

Para António Marinho, médico no serviço de Imunologia Clínica do CHUP e colaborador neste estudo, “a identificação de um biomarcador com aplicação clínica no prognóstico de doentes com nefrite lúpica é uma mais-valia na identificação precoce de doentes com maior risco de má resposta e de progressão para doença renal crónica terminal. Isso permitirá adaptar novos esquemas terapêuticos de indução e manutenção que permitam um melhor desfecho.”

“O facto de termos descoberto que as células renais de doentes com nefrite lúpica apresentam açúcares anormais à superfície sugere a identificação de um novo mecanismo que contribui para a perda de tolerância imunológica levando ao reconhecimento como “não-próprio” desse tecido», acrescenta Inês Alves, primeira autora do artigo. «A presença desta glicosilação aberrante tem ainda a capacidade de predizer um mau prognóstico da nefrite lúpica, o que poderá ser essencial na decisão e monitorização clínica e terapêutica destes doentes”, acrescenta.

Para chegar a estas conclusões, a equipa liderada por Salomé Pinho, que coordena o grupo “Immunology, Cancer & GlycoMedicine”, contou também com a colaboração de um centro de investigação holandês que fez a caracterização estrutural destes açúcares nas biópsias de rim de doentes com LES do CHUP e do CHUC utilizando técnicas avançadas de espetrometria de massa. «Também comparámos as alterações de glicanos presentes noutras doenças auto-imunes que podem atingir o rim, nomeadamente a diabetes tipo 2 e a amiloidose, e verificámos que se trata de uma assinatura única da nefrite lúpica».

A investigadora explica que «as alterações na glicosilação de proteínas são uma marca/característica das doenças autoimunes e também do cancro. Os glicanos são reguladores chave da resposta inflamatória. E como tal, quando esses glicanos se encontram alterados na célula (quando são diferentes), dão indicações/instruções ao sistema imunitário para combater a célula/o órgão, desencadeando uma reação autoimune. São, por isso, potenciais biomarcadores com valor prognóstico e promissores alvos terapêuticos”.

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença autoimune debilitante que atinge principalmente (mulheres) jovens, no seu período ativo de vida, tendo um impacto negativo na qualidade de vida dos doentes. O LES caracteriza-se por uma perda global da tolerância imunológica, com produção de autoanticorpos que podem levar à inflamação e lesão de múltiplos órgãos. A nefrite lúpica é uma das manifestações clínicas mais comuns e graves do LES, afetando até 60% dos doentes, podendo evoluir para doença renal crónica ou doença renal terminal em cerca de 25% dos doentes.

As evidências sugerem que fatores genéticos e ambientais contribuem para o desenvolvimento do LES, contudo o mecanismo exato subjacente à disfunção imunológica permanece por esclarecer e a doença continua incurável. Este estudo contribui para o desvendar de um novo biomarcador da doença, potencialmente associado à perda de auto-tolerância, demonstrando ter aplicações prognósticas no desenvolvimento de doença complicada/doença renal crónica.

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HOMENS SÃO MAIS AFETADOS POR DOENÇAS QUE LEVAM À MORTE PREMATURA – ESTUDO

Um estudo hoje divulgado sugere diferenças substanciais entre homens e mulheres no que toca à saúde, com os homens a serem afetados por doenças que conduzem mais à morte prematura.

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Um estudo hoje divulgado sugere diferenças substanciais entre homens e mulheres no que toca à saúde, com os homens a serem afetados por doenças que conduzem mais à morte prematura.

O estudo, divulgado na publicação médica The Lancet Public Health, baseou-se em dados globais de 2021 para comparar o número de anos de vida perdidos – devido a doença e a morte prematura – para 20 das principais causas de doença em homens e mulheres com mais de 10 anos.

A análise estima que o peso para 13 dessas 20 principais causas de doença, incluindo covid-19, lesões na estrada e problemas cardiovasculares e respiratórios, era em 2021 mais elevado em homens do que em mulheres.

Nos homens, a perda de saúde reflete-se sobretudo em patologias que levam mais à morte prematura, como cancro do pulmão, problemas cardíacos e doença renal crónica, segundo o estudo.

Por oposição, as mulheres, que tendem a viver mais tempo, são afetadas por doenças ou incapacidades que se arrastam ao longo da vida, como dor lombar, dor de cabeça, depressão, ansiedade, doença de Alzheimer e outras demências.

A análise feita exclui problemas de saúde específicos do sexo, como cancros da próstata e doenças ginecológicas, mas avalia as diferenças entre homens e mulheres afetados pelas mesmas patologias.

De acordo com os autores do trabalho, as diferenças entre homens e mulheres à escala global no que concerne à saúde foram consistentes desde 1990, excetuando para algumas doenças como a diabetes, cujo diferencial quase triplicou, atingindo mais os homens do que as mulheres.

“O desafio, agora, é conceber, aplicar e avaliar formas de prevenir e tratar as principais causas de morbilidade e mortalidade prematura, baseadas no sexo e no género, desde tenra idade e em diversas populações”, assinalou, citada em comunicado, uma das autoras do estudo, a epidemiologista brasileira Luísa Sorio Flor, do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde da Universidade de Washington, Estados Unidos.

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ESTUDO REVELA ALTERAÇÕES CELULARES E MOLECULARES RESULTANTES DO DESPORTO

Um novo estudo realizado por cientistas norte-americanos confirma que a atividade física provoca inúmeras alterações celulares e moleculares nos órgãos com benefícios para a saúde. Os benefícios do exercício físico para a saúde já eram bem conhecidos, mas ainda não está totalmente compreendido como alteram o corpo em nível molecular.

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Um novo estudo realizado por cientistas norte-americanos confirma que a atividade física provoca inúmeras alterações celulares e moleculares nos órgãos com benefícios para a saúde. Os benefícios do exercício físico para a saúde já eram bem conhecidos, mas ainda não está totalmente compreendido como alteram o corpo em nível molecular.

A nova pesquisa, publicada na revista Nature, foi realizada em ratos e foram estudados 19 órgãos. Os resultados demonstram que a resposta do corpo ao exercício prolongado é mais complexa e abrangente do que se pensava anteriormente. Segundo os autores, a atividade física prolongada nesses animais causou alterações profundas no RNA, nas proteínas e nos metabolitos de quase todos os tecidos, fornecendo pistas para muitas condições humanas.

Para chegar a estas conclusões, os cientistas utilizaram uma série de técnicas laboratoriais para analisar alterações moleculares em ratos submetidos a semanas de exercício intenso.

Os cientistas estudaram vários tecidos, como coração, cérebro e pulmões, e descobriram que cada um dos órgãos mudava com o exercício, ajudando o corpo a regular o sistema imunológico, a responder ao stress e a controlar vias relacionadas com doenças inflamatórias do fígado, doenças cardíacas e tecidos.

A investigação foi liderada pelo MoTrPAC (consórcio de transdutores de atividade física), e nela participaram cientistas do Instituto Broad – Instituto Tecnológico do Massachusetts e da Universidade de Harvard – bem como da Universidade de Stanford e dos institutos nacionais de saúde dos Estados Unidos.

“Este é o primeiro mapa de um organismo inteiro que analisa os efeitos do treino em vários órgãos. Os recursos obtidos serão extremamente valiosos e já produziram muitas perspetivas biológicas potencialmente novas para exploração adicional”, enfatizou Steve Carr, do Broad.

De acordo com Natalie Clark, cientista computacional do Broad, “há uma variedade de experimentações diferentes nos mesmos tecidos e isso deu uma visão global de como todas essas diferentes camadas moleculares contribuem para a resposta ao exercício”.

No total, foram realizados quase 10 mil testes para fazer cerca de 15 milhões de medições em sangue e 18 tecidos sólidos, explicou, em comunicado, o Broad Institute. Os cientistas descobriram que o exercício afetou milhares de moléculas, com as mudanças mais extremas ocorrendo na glândula adrenal, que produz hormonas que regulam muitos processos importantes, como imunidade, metabolismo e pressão arterial.

A pesquisa permitiu observar diferenças por sexo em diversos órgãos, principalmente em relação à resposta imunológica. A maioria das moléculas de sinalização imunológica exclusivas das mulheres mostraram alterações nos seus níveis entre uma e duas semanas de treino, enquanto as dos homens mostraram diferenças entre quatro e oito semanas.

Para sua surpresa, os cientistas encontraram um aumento na acetilação de proteínas mitocondriais, envolvidas na produção de energia, e num sinal de fosforização que regula o armazenamento de energia, tanto no fígado como no organismo, que muda durante o exercício.

Essas modificações poderiam ajudar o fígado tornar-se menos gorduroso e menos propenso a doenças através de exercícios, e poderiam oferecer um alvo para futuros tratamentos da doença hepática gordurosa não alcoólica.

“Embora o fígado não esteja diretamente envolvido no exercício, ele sofre modificações que poderiam melhorar a saúde. Ninguém imaginava que essas alterações de acetilação e fosforização ocorreriam após o treino”, afirmou Jean-Beltran, que resume: “O exercício é um processo muito complexo e isso é só a ponta do icebergue. Os autores, que disponibilizaram os dados a toda a comunidade científica, esperam que as suas descobertas possam um dia ser utilizadas para adaptar o exercício ao estado de saúde de cada pessoa ou para desenvolver tratamentos que imitem os efeitos da atividade física.

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