INTERNACIONAL
KIEV DENUNCIA ‘INÚMEROS CASOS’ DE VIOLAÇÕES DE MULHERES PELAS FORÇAS RUSSAS
O governo ucraniano denunciou à União Europeia (UE) “inúmeros casos” de violação de mulheres pelas forças da Rússia durante a invasão russa da Ucrânia, revelou na terça-feira a comissária europeia dos Assuntos Internos, Ylva Johansson.
O governo ucraniano denunciou à União Europeia (UE) “inúmeros casos” de violação de mulheres pelas forças da Rússia durante a invasão russa da Ucrânia, revelou na terça-feira a comissária europeia dos Assuntos Internos, Ylva Johansson.
O ministro ucraniano Denis Monastirsky, que participou na segunda-feira por videoconferência na reunião extraordinária de ministros do Interior europeus em Bruxelas, assegurou que tem provas de “muitas violações a mulheres”.
Estas violações, que também já aconteceram em “muitas outras guerras, parecem ser mais ou menos incentivadas pelos russos“, referiu Ylva Johansson durante a Comissão dos Direitos da Mulher e Igualdade de Género do Parlamento Europeu.
É a primeira vez que se ouve falar neste assunto no contexto de guerra na Ucrânia. Isto está a acontecer agora, de acordo com o ministro do Interior ucraniano”, realçou.
A eurodeputada irlandesa, Frances Fitzgerald, do Partido Popular Europeu (PPE), lamentou a ocorrência destes ataques sexuais e exortou os Estados-membros a documentarem as queixas para que possam ser apresentadas no Tribunal Internacional de Justiça.
A comissária europeia dos Assuntos Internos falou ainda esta terça-feira, perante os eurodeputados, sobre o plano de dez pontos, acordado na segunda-feira na UE, para avançar na coordenação para o acolhimento de refugiados.
Este plano propõe, entre outros elementos, a criação de um registo europeu para todas aquelas pessoas que fogem do conflito na Ucrânia.
O registo ajudará a evitar desaparecimentos, principalmente de menores, realçou Ylva Johansson, lembrando que dos 3,8 milhões de refugiados que chegaram à UE, quase 1,8 milhão são crianças.
A comissária explicou que enquanto os primeiros deslocados para a UE vindos da Ucrânia tinham familiares ou amigos, agora, a maioria das pessoas não têm contactos e “não sabem para onde ir”, embora muitos gostariam de ficar perto da Ucrânia.
O desafio é “convencê-los ou incentivá-los a irem para outros Estados-membros onde haja capacidade de acolhimento”, referiu.
Muitas das crianças chegam à UE com as mães ou um familiar, mas também há menores que chegam sozinhos, havendo provas de 2.300 crianças registadas nesta situação, embora a UNICEF estime que o número seja de 6.000 menores, acrescentou a comissária.
Para evitar que caiam nas redes de tráfico de seres humanos, a UE ativou uma rede específica e está a trabalhar para acelerar o lançamento da plataforma europeia de registo, assegurou Ylva Johansson.
Apesar de até agora existirem “muito poucas investigações formais” sobre casos de tráfico de pessoas, relatórios de agências das Nações Unidas alertam para a presença de redes criminosas que tentam capturar vítimas.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.179 civis, incluindo 104 crianças, e feriu 1.860, entre os quais 134 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 3,9 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
INTERNACIONAL
BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.
A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).
“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.
“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.
Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.
Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.
A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.
Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.
Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.
Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.
Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.
Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.
A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.
“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.
“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
INTERNACIONAL
PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.
Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.
“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.
Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.
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