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NÃO HÁ LIBERDADE RELIGIOSA EM UM TERÇO DOS PAÍSES DO MUNDO

O relatório sobre liberdade religiosa no mundo de 2023 indica que, em cerca de um terço dos países do mundo, não há liberdade religiosa ou há uma violação, revelou hoje a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (FAIS).

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O relatório sobre liberdade religiosa no mundo de 2023 indica que, em cerca de um terço dos países do mundo, não há liberdade religiosa ou há uma violação, revelou hoje a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (FAIS).

“Dos 196 países analisados, em 61 há restrições à liberdade religiosa. Este relatório mostra-nos que em cerca de um terço dos países do mundo não há liberdade religiosa ou há uma violação da liberdade religiosa”, destacou a diretora em Portugal da FAIS.

A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre apresenta na tarde de sábado, no Seminário Maior de Coimbra, o Relatório da Liberdade Religiosa no Mundo 2023, um documento que costumam publicar de dois em dois anos.

Em declarações à agência Lusa, Catarina Martins de Bettencourt explicou que o documento analisou “todas as religiões em 196 países do mundo, na perspetiva da liberdade religiosa”.

“Outra conclusão muito importante deste relatório é que cerca de 62% da população mundial vive nestes 61 países, onde não há efetivamente liberdade religiosa”, constatou.

Os países onde há ausência de liberdade religiosa situam-se “em África, Médio Oriente e Ásia” e, pela primeira vez, o relatório menciona o continente americano, “por causa da situação que se vive em Cuba, Venezuela e também na Nicarágua”.

Segundo a diretora em Portugal da FAIS, o relatório distingue os países onde se verifica discriminação religiosa e os países onde há perseguição, com pessoas a serem presas ou mortas com base na sua fé.

“No caso da perseguição com base na religião, temos países como a Índia, Paquistão, Afeganistão, China, Arábia Saudita e Irão, no continente asiático. Se olharmos para a África, há perseguição em países como a Nigéria, Mali, Sudão, República Democrática do Congo e no norte de Moçambique”, referiu.

Questionada sobre a realidade na Europa, Catarina Martins de Bettencourt evidenciou que no relatório não constam países da Europa, apesar de já existirem “alguns sinais de preocupação”.

“Há, às vezes, alguma discriminação e a profanação de alguns símbolos religiosos no continente europeu. Mas, na nossa análise e tendo em conta toda a gravidade do que se vive no resto do mundo, nós consideramos que a Europa ainda é um continente onde há relativa liberdade religiosa”, apontou.

No caso de Portugal, considerou que é um país onde se pode exercer livremente a fé, independentemente de qual seja.

“A realidade no mundo é diferente. Há muitas pessoas que, infelizmente, vivem em países onde não há essa possibilidade de viver livremente a sua fé. Há pessoas que são discriminadas em termos de acesso à educação, acesso à saúde, acesso ao mercado de trabalho, só porque são de determinada religião”, sustentou.

À Lusa, Catarina Martins de Bettencourt frisou ainda a importância deste relatório, que pretendem apresentar em todas as dioceses do país, por pretender provocar uma reflexão.

“Descrevemos algumas situações que foram acontecendo, ao longo desse ano, e que precisamos refletir. Gostaríamos que os nossos governos olhassem para este relatório e para as suas conclusões e, de alguma forma, também tomassem medidas que evitem esta escalada”, alertou.

O relatório aponta também no sentido da “importância da educação”, inclusive em contexto escolar.

“É muito importante educarmos as crianças desde pequenas, no sentido de perceberem o que é que é cada religião, as diferenças entre todas as religiões e ensiná-las no sentido da tolerância. Ensinar a não discriminar ninguém, a não perseguir ninguém, apenas porque é de uma religião ou de outra”, concluiu.

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INTERNACIONAL

BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE

Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

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Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.

A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).

“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.

“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.

Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.

Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.

A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.

Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.

Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.

Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.

Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.

Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.

A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.

“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.

“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

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PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO

O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

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O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.

Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.

“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.

Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.

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