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OS MAIORES ALVOS DE CIBERATAQUES NO ÍNICIO DE 2022

O Comité Internacional da Cruz Vermelha, o News Corp, dono do The Wall Street Journal, e instalações portuárias europeias estão entre as entidades alvo de ciberataques desde o início deste ano, segundo um levantamento feito esta terça-feira pela Lusa.

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O Comité Internacional da Cruz Vermelha, o News Corp, dono do The Wall Street Journal, e instalações portuárias europeias estão entre as entidades alvo de ciberataques desde o início deste ano, segundo um levantamento feito esta terça-feira pela Lusa.

Um dos ciberataques mais recentes aconteceu no início de fevereiro, quando instalações portuárias em pelo menos três países europeus – Alemanha, Bélgica e Países Baixos – foram alvo de um ataque informático, o que levou as autoridades locais a abrir inquéritos para investigar os casos.

Especialistas em cibersegurança acreditam que o ataque visava terminais petrolíferos, para obrigar à interrupção de distribuição de materiais energéticos em vários portos europeus relevantes.

A Agência da União Europeia para a Cooperação Policial (Europol) ofereceu o seu apoio às autoridades nacionais para analisar o ciberataque, depois dos respetivos departamentos de Justiça terem anunciado o início de investigações policiais.

Também no início deste mês, mais precisamente em 4 de fevereiro, o grupo de media norte-americano News Corp, que edita o The Wall Street Journal, entre outros títulos, anunciou que tinha sido vítima de um ciberataque, indicando haver suspeitas de ter tido origem na China.

O ataque afetou o computador de vários jornalistas e funcionários dos órgãos de comunicação social pertencentes ao grupo liderado por Rupert Murdoch, incluindo o The Wall Street Journal, o New York Post e o News UK, editor dos jornais britânicos The Times e The Sun. “A nossa análise preliminar indica o envolvimento de um governo estrangeiro e que alguns dados foram roubados”, disse a empresa, acrescentando que informou as autoridades sobre o ciberataque e contratou a empresa de segurança cibernética Mandiant para investigar o que aconteceu.

“A Mandiant acredita que os atores por trás desta operação têm ligações à China e acreditamos que provavelmente estejam envolvidos em atividades de espionagem destinadas a obter informações de inteligência para proveito dos interesses chineses”, afirmou o vice-presidente da empresa de segurança cibernética, David Wong.

A intrusão foi detetada em 20 de janeiro e há suspeitas de que tenha começado há 11 meses, em fevereiro de 2020.

Anteriormente, o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) foi alvo de um grave ataque informático que permitiu roubar dados sensíveis de 515 mil pessoas, e a organização humanitária disse querer falar com os autores do ciberataque.

“Estamos prontos para comunicar direta e anonimamente com os responsáveis – sejam eles quem forem – por esta operação, a fim de fornecermos mais informações sobre o estatuto de proteção dos dados em questão”, explicou, em 20 de janeiro, um porta-voz do CIVC, em Genebra.

A organização humanitária anunciou, na noite de 19 de janeiro, que o ataque permitiu aceder a dados de mais de 515.000 pessoas extremamente vulneráveis, incluindo pessoas separadas das suas famílias no contexto de conflitos, migrações e catástrofes, de pessoas desaparecidas e das suas famílias e ainda de pessoas detidas.

“Suspendemos todo o acesso aos sistemas afetados para limitar o impacto imediato do ataque e estamos a trabalhar com empresas altamente especializadas para nos ajudarem”, explicou, na altura, o porta-voz da organização, lembrando que o ataque foi detetado naquela semana numa empresa externa na Suíça, com a qual o CICV celebrou contratos para armazenar dados.

Os ciberataques não têm um alvo definido, podem acontecer em qualquer setor e em qualquer parte do mundo, como se pode constatar nos ataques realizados no último ano, desde fevereiro de 2021, por exemplo.

Em 14 de dezembro, o ministro da saúde brasileiro anunciou um segundo ciberataque ao ministério. O ataque foi realizado pelo Grupo Lapsu$, que assumiu a responsabilidade pelo crime com uma mensagem publicada “online”, a mesma entidade cibercriminosa que atacou o grupo Impresa no início deste ano.

Com os danos causados pelo ataque dos piratas informáticos, milhões de brasileiros não puderam obter o certificado digital da vacinação contra a Covid-19, necessário para ter acesso a locais públicos em grande parte do país e também para viajar para o estrangeiro.

Dois meses antes, no final de outubro, a televisão estatal iraniana noticiou que um ciberataque tinha atingido bombas de gasolina em toda a República Islâmica, após se terem formado grandes filas em postos de combustível na capital e outras cidades.

No início de julho, o “software” da norte-americana Kaseya, vítima de um ciberataque, “foi utilizado para encriptar mais de mil empresas“, segundo a empresa especializada em cibersegurança Huntress Labs.

Ainda nesse mês, a União Europeia (UE) denunciou “atividades cibernéticas maliciosas” de grande amplitude levadas a cabo a partir da China, incluindo o ataque ao servidor do Microsoft Exchange, sem acusar as autoridades chinesas da sua autoria.

Durante o mês de junho, foi tornado público que a subsidiária brasileira nos Estados Unidos da área do agroalimentar JBS, uma das principais empresas mundiais de carne, tinha sido alvo de um “ciberataque organizado”. A JBS acabou por pagar aos “hackers” um resgate de 11 milhões de dólares (cerca de 9,6 milhões de euros, à taxa de câmbio atual). O pagamento foi feito em criptomoeda. De acordo com o FBI, os responsáveis pelo ataque são um grupo com sede na Rússia denominado de Revil.

Entretanto, no mesmo mês, o parlamento polaco reunia-se à porta fechada na sequência de uma vaga de ciberataques contra o país.

Outro dos ciberataques que marcaram o último ano foi à Colonial, a maior rede de oleodutos dos Estados Unidos, que se viu obrigada a suspender as suas operações no início de maio na sequência do ataque. A Colonial teve que interromper a sua operação nos 8.850 quilómetros de oleodutos que administra e que são essenciais para abastecer os grandes centros populacionais do leste e do sul do país. A última vez que a Colonial tinha interrompido as suas linhas de transporte de combustível foi durante o furacão Harvey, que atingiu o Golfo do México, em 2017. Nessa altura, os preços da gasolina atingiram o pico em cinco anos e os preços do gasóleo atingiram o máximo em quatro anos.

Em 19 de maio, o patrão da Colonial Pipeline confirmava o pagamento de um resgate de 4,4 milhões de dólares (3,6 milhões de euros) aos piratas informáticos.

Também em maio, a rede Belnet, que assegura as conexões de universidades, centros de investigação e administração pública da Bélgica, foi alvo de um ciberataque de grande escala. E em Macau, os serviços de saúde também foram atacados, afetando o sistema de marcações ‘online’ de vacinação e de testes Covid-19.

Um mês antes, o grupo farmacêutico e de cosméticos Pierre Fabre tinha sido alvo de um ataque informático, que obrigou ao encerramento temporário de alguns locais de produção, e um grupo de piratas informáticos radicados na Rússia exigiu à Apple 50 milhões de dólares (mais de 41 milhões de euros) para evitar a divulgação de informações sobre os próximos modelos do MacBook.

Também em abril de 2021, a UE manifestou solidariedade para com os Estados Unidos perante o “impacto de ciberatividades maliciosas”, após a administração de Joe Biden ter expulsado 10 diplomatas russos e imposto sanções a Moscovo devido a ciberataques. A decisão de Biden constituiu uma resposta ao ataque cibernético de 2020, atribuído a Moscovo, que afetou dezenas de organizações nos EUA, através da SolarWinds, uma empresa de “software” norte-americana cujo produto foi pirateado para conseguir vulnerabilidade entre os seus utilizadores, incluindo várias agências federais dos EUA.

Em março de 2021, os serviços de inteligência finlandeses identificaram um grupo de “hackers” associado ao governo chinês como responsável por um ciberataque contra o parlamento nacional no outono de 2020.

Em fevereiro, piratas informáticos norte-coreanos tinham tentado entrar nos sistemas da Pfizer para encontrar informações sobre a vacina produzida pelo gigante farmacêutico contra a Covid-19.

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BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE

Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

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Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.

A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).

“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.

“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.

Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.

Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.

A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.

Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.

Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.

Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.

Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.

Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.

A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.

“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.

“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

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PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO

O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

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O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.

Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.

“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.

Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.

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