INTERNACIONAL
PANDEMIA ‘FACILITA’ A CONTRAFAÇÃO NA ÁREA DA SAÚDE
O comércio mundial de produtos farmacêuticos contrafeitos foi estimado em 4.000 milhões de euros e a pandemia fez aumentar a “preocupação” com as contrafações na área da saúde, aponta o Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO).
O comércio mundial de produtos farmacêuticos contrafeitos foi estimado em 4.000 milhões de euros e a pandemia fez aumentar a “preocupação” com as contrafações na área da saúde, aponta o Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO).
“A preocupação com os produtos contrafeitos aumentou ainda mais durante a pandemia da Covid-19. A proliferação de medicamentos contrafeitos, incluindo antibióticos e analgésicos, e de outros produtos médicos, como equipamento de proteção individual e máscaras faciais, pôs em evidência este fenómeno, em que os infratores se aproveitam da incerteza das pessoas relativamente a novos tratamentos e vacinas“, refere um estudo do EUIPO.
Segundo o trabalho, os serviços de correio e de correio expresso são os principais meios de transporte dos produtos farmacêuticos contrafeitos comercializados em todo o mundo.
O instituto alerta para que “os produtos contrafeitos representam sérios riscos para a saúde e para a segurança dos cidadãos, uma vez que geralmente não cumprem as normas de qualidade e segurança e podem conter ingredientes ou componentes perigosos”.
Uma análise qualitativa efetuada pelo EUIPO evidenciou que “os grandes riscos estão relacionados com a exposição a produtos químicos perigosos”, tendo esta preocupação levado a que as autoridades coordenem periodicamente operações transfronteiriças de fiscalização (denominadas Silver Ax) em grande escala, que já resultaram na apreensão de 1.222 toneladas de pesticidas, herbicidas e fertilizantes ilícitos e contrafeitos.
Para além dos riscos para a saúde e para a segurança, o instituto europeu destaca que a compra de produtos contrafeitos e o acesso a conteúdos digitais pirateados “resultam frequentemente em violações da segurança e em prejuízos financeiros para os consumidores que estão ativos em lojas na Internet, em plataformas e em mercados online, mas que também podem ser atingidos através das redes sociais”.
Numa análise recente a milhões de conversas públicas no Facebook, no Twitter, no Instagram e no Reddit, o EUIPO concluiu que “um terço das conversas sobre conteúdos digitais (35%) poderia possivelmente estar relacionado com a pirataria, sendo a pirataria de filmes e músicas as áreas mais abordadas, especialmente no Reddit e no Twitter”.
A pesquisa identificou “um aumento notável das conversas relacionadas com a pirataria durante os meses do início da pandemia, na primavera de 2020” e salientou, ainda, que “11% das conversas sobre produtos físicos também poderiam estar relacionadas com contrafações“.
INTERNACIONAL
GUERRA: RÚSSIA VAI FAZER EXERCÍCIOS NUCLEARES PERTO DA UCRANIA
O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou exercícios nucleares que serão realizados num futuro próximo e envolverão tropas localizadas perto da Ucrânia, em resposta a alegadas ameaças de líderes ocidentais contra Moscovo, anunciou hoje o Ministério da Defesa russo.
O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou exercícios nucleares que serão realizados num futuro próximo e envolverão tropas localizadas perto da Ucrânia, em resposta a alegadas ameaças de líderes ocidentais contra Moscovo, anunciou hoje o Ministério da Defesa russo.
“Durante o exercício, será tomada uma série de medidas para treinar a preparação e a utilização de armas nucleares não estratégicas”, afirmou o Ministério russo num comunicado publicado na rede social Telegram.
Acrescentou que essa medida foi tomada “por instrução do comandante-em-chefe supremo das forças armadas da Federação Russa”, Vladimir Putin.
Esse treino pretende “manter a prontidão” do exército para proteger o país, “em resposta às declarações com provocações e ameaças feitas contra a Rússia por certos responsáveis ocidentais”, acrescentou o ministério russo.
Os exercícios envolverão a força aérea, a marinha e as forças do distrito militar do sul, que se localiza muito perto da Ucrânia e cobre as regiões que Moscovo anexou.
A data e o local desses exercícios não foram anunciados.
Em outubro de 2023, a Rússia anunciou que Vladimir Putin supervisionou lançamentos de mísseis balísticos durante manobras militares destinadas a simular um “ataque nuclear massivo” a Moscovo.
Durante estes exercícios, um míssil balístico intercontinental Iars foi disparado da base espacial de Plesetsk, no norte da Rússia, e outro míssil balístico Sineva foi lançado a partir de um submarino no Mar de Barents.
A sua organização foi tornada pública no mesmo dia que a câmara alta do Parlamento Russo, o Conselho da Federação, aprovou a revogação da ratificação do Tratado de Proibição de Testes Nucleares (CTBT).
Desde o início do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022, o presidente russo tem falado sobre um possível uso de armas nucleares.
A Rússia implantou armas nucleares táticas na Bielorrússia, o seu aliado mais próximo e vizinho da União Europeia, no verão de 2023.
A doutrina nuclear russa prevê um uso “estritamente defensivo” de armas atómicas, no caso de um ataque à Rússia com armas de destruição em massa ou em caso de agressão com armas convencionais “que ameacem a própria existência do Estado”.
INTERNACIONAL
ARPÃO É PRIMEIRO SUBMARINO PORTUGUÊS A NAVEGAR DEBAIXO DE GELO NO ÁRTICO
O submarino Arpão navegou durante quatro dias debaixo da placa de gelo do Ártico, tornando-se no primeiro navio português a fazê-lo, informou hoje a Marinha.
O submarino Arpão navegou durante quatro dias debaixo da placa de gelo do Ártico, tornando-se no primeiro navio português a fazê-lo, informou hoje a Marinha.
“O NRP Arpão tornou-se, se não no primeiro, num dos muito poucos submarinos convencionais a navegar debaixo do gelo, uma área normalmente reservada aos submarinos de propulsão nuclear. Permaneceu debaixo da placa de gelo num total de cerca de quatro dias, tendo também explorado a operação na Marginal Ice Zone, com grande densidade de gelo solto, zona essa com elevado valor tácito, área em que nenhum outro submarino do ocidente se atreveu a operar, desde a II grande Guerra, com total sucesso”, indica aquele ramo.
O submarino ‘Arpão’ partiu da Base Naval de Lisboa no dia 03 de abril, com 36 militares a bordo, para participar na operação ‘Brilliant Shield’, da Aliança Atlântica. Na ocasião, o Chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Henrique Gouveia e Melo, salientou que a “importância elevada” desta missão por se tratar da primeira vez que um submarino português vai operar “por baixo do gelo Ártico”.
Em comunicado, a Marinha indica que em 28 de abril, o ‘Arpão’ largou do porto de Nuuk, na Gronelândia, “para a realização da Operação ÁRTICO 2024”, que contou com a presença a bordo de Gouveia e Melo, “decano dos submarinistas no ativo”.
No dia seguinte, passou o “mítico paralelo 66º33’N, que marca a fronteira do Círculo Polar Ártico, algo que à semelhança da passagem do Equador, é uma marca relevante para todos os marinheiros”, destaca a Marinha, assinalando que “esta marca ainda não tinha sido alcançada pelos submarinistas portugueses”.
O submarino voltou à superfície “em segurança” em 03 de abril e a Marinha salienta que esta foi “uma das maiores aventuras” deste navio até à data.
A nota divulgada aos jornalistas refere que, “além de adicionar uma nova capacidade aos submarinos portugueses e, consequentemente, à Marinha, o Arpão pôs mais uma vez em prática a “arte de bem fazer”, o que demonstrou que mesmo com todas as condicionantes, mas com dedicação, competência e força de vontade é possível continuar a ultrapassar novos desafios alcançando objetivos considerados por muitos, incluindo aliados, inultrapassáveis”.
A Martinha explica que para navegar debaixo do gelo “foi necessário um intenso período de preparação e estudo, em que a guarnição quase que teve que ‘reaprender’ a operar o navio, uma vez que a navegação submarina nas altas latitudes apresenta condições ambientais, sonoras e perigos à navegação, como a existência de icebergs e gelo solto, obrigando assim a adaptar muitos dos normais procedimentos e técnicas normalmente usadas pelos submarinos, quando a navegar em latitudes mais baixas”.
No comunicado, é indicado também que nos “quase sete meses de preparação”, o Arpão passou por um processo de manutenção “adaptado para fazer face às especificidades da missão, nomeadamente a instalação de uma proteção na torre para os mastros” e de “um sonar de alta frequência na torre do submarino”.
A Marinha refere ainda que no ano passado “o Arpão navegou 212 dias, atravessou o Atlântico duas vezes, esteve presente em sítios tão longínquos como o Rio de Janeiro, no Brasil e a Cidade do Cabo, na África do Sul, e ainda terminou o ano operacional com uma patrulha no Mediterrâneo”.
Nesta operação, os militares portugueses contaram com o apoio das marinhas dos Estados Unidos da América, Dinamarca e Canadá.
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