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RECONQUISTA DE KHERSON ‘É O INÍCIO DO FIM DA GUERRA’ – ZELENSKY

As forças ucranianas entraram na cidade de Kherson na sexta-feira, após a retirada de milhares de soldados russos para a margem oriental do Rio Dniepre, que divide a região do sul da Ucrânia anexada pela Rússia em 30 de setembro.

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As forças ucranianas entraram na cidade de Kherson na sexta-feira, após a retirada de milhares de soldados russos para a margem oriental do Rio Dniepre, que divide a região do sul da Ucrânia anexada pela Rússia em 30 de setembro.

“Este é o início do fim da guerra”, disse Zelensky, citado pela agência norte-americana AP.

“Estamos passo a passo a chegar a todos os territórios temporariamente ocupados”, disse, acrescentando que a Ucrânia pagou um “preço elevado” em mortos e feridos para reconquistar Kherson após uma “luta feroz”.

Zelensky passeou nas ruas de Kherson, distribuiu medalhas aos soldados e participou numa cerimónia do içar da bandeira nacional no centro da capital da região, que tem o mesmo nome.

Num um vídeo colocado no Twitter pelo seu gabinete e descrito pela agência francesa AFP, Zelensky aparece com a mão sobre o coração a cantar palavras do hino nacional diante de soldados e residentes: “os nossos inimigos perecerão, como orvalho ao sol, e nós também, irmãos, governaremos, no nosso país”.

As imagens de vídeo também o mostram a acenar a residentes que lhe acenaram da janela de um apartamento e gritaram “glória à Ucrânia”, a que o grupo em que estava Zelensky respondeu “glória aos heróis”.

Poucas horas antes, no seu já habitual vídeo noturno, Zelensky tinha alertado os ucranianos para a possibilidade de as forças russas terem deixado armadilhas e minas antes da sua retirada, segundo a AP.

Zelensky apareceu anteriormente de forma inesperada noutras zonas da linha da frente, em momentos cruciais da guerra, para apoiar as tropas e felicitá-las por sucesso no campo de batalha.

Em Moscovo, o porta-voz do Kremlin (Presidência) recusou-se a comentar a visita de Zelensky a Kherson, limitando-se a reafirmar que se trata de “território da Federação Russa”.

Além de Kherson, a Rússia anexou ao mesmo tempo as regiões ucranianas de Zaporijia (sul), e Donetsk e Lugansk, no Donbass (leste).

A Rússia já tinha anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.

A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas regiões anexadas.

Ao formalizar a anexação das quatro regiões, em 30 de setembro, o Presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou recorrer a todos os meios, incluindo armas nucleares, para defender a integridade territorial da Rússia.

As forças russas ocuparam Kherson em 02 de março, mas o seu controlo sobre a capital e a parte localizada na margem ocidental do Dniepre durou 254 dias, de acordo com a publicação russa independente Novaya Gazeta.Europe.

A reconquista de Kherson é considerada como um dos maiores sucessos das forças ucranianas na guerra com a Rússia.

A contraofensiva foi lançada depois de a Ucrânia ter recebido armamento dos seus aliados ocidentais.

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INTERNACIONAL

BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE

Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

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Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.

A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).

“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.

“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.

Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.

Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.

A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.

Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.

Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.

Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.

Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.

Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.

A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.

“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.

“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

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PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO

O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

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O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.

Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.

“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.

Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.

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