ECONOMIA & FINANÇAS
SALÁRIO MÍNIMO SOBE 19,4% EM PORTUGAL ENTRE 2017 E 2021 E 33,1% EM ESPANHA
O salário mínimo nacional em Portugal aumentou 19,4% entre 2017 a 2021, enquanto em Espanha subiu 33,1% no mesmo período analisado, revelou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
O salário mínimo nacional em Portugal aumentou 19,4% entre 2017 a 2021, enquanto em Espanha subiu 33,1% no mesmo período analisado, revelou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
No Luxemburgo, que tem o salário mínimo mais elevado da União Europeia (UE), o aumento foi de 4,4%, enquanto na Bulgária, o país com o salário mais baixo, a subida foi de 29,8%, lê-se no estudo elaborado pelos institutos nacionais de estatística português e espanhol, denominado “Península Ibérica em Números – 2021”.
O documento refere ainda que a Espanha registou em 2020 a segunda taxa de desemprego mais elevada da União Europeia (15,5%), apenas superada pela da Grécia (16,3%).
Portugal, com 6,9%, esteve 0,2 pontos percentuais (p.p.) abaixo do valor apurado para a União Europeia no seu todo, onde a República Checa foi o país com o registo mais baixo (2,6%), adianta.
O nível de preços, em 2020, no caso de Portugal só não foi superior ao da Espanha nos agregados (da contabilidade nacional) “Acessórios para o lar”, “Comunicações” e “Restaurantes e hotéis”, com uma diferença bastante maior no terceiro caso.
Ambos os países tiveram preços de “Comunicações” bastante mais elevados do que a média registada na União Europeia.
As taxas de natalidade, por sua vez, seguiram uma tendência de decréscimo em ambos os países ao longo de toda a década 2011-2020, com valores mais baixos em Portugal até 2016.
Porém, em Espanha a taxa de natalidade diminuiu “mais rapidamente” e passou a ser inferior à de Portugal a partir de 2018, salienta-se no estudo.
Na década 2011-2020, o abandono precoce de educação e formação diminuiu fortemente em Portugal (-14,1 p.p.), ao atingir no final um valor inferior ao apurado para a União Europeia.
Espanha registou igualmente uma redução, embora de menor magnitude (-10,3 p.p.), mantendo-se, assim, num valor claramente acima (+6,0 p.p.) do registado para a UE.
A proporção de empregados com instrução de nível superior, por seu turno, é claramente mais elevada em Espanha do que em Portugal e na União Europeia como um todo.
Em 2020, a expressão dessas diferenças foi de mais 15 p.p. face a Portugal e mais 10,6 p.p. relativamente à UE.
No período 2011-2020, a idade média das mulheres quando são mães pela primeira vez aumentou de forma contínua nos dois países ibéricos, sempre mais elevada em Espanha do que em Portugal.
Contudo, esta diferença tem-se atenuado, passando de 0,9 anos no início da série para 0,5 anos em 2020, lê-se no estudo.
No período 2013-2020, a trajetória da variação média anual do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor teve inflexões significativas nos dois países, em moldes relativamente idênticos, exceto no que respeita aos anos em que registaram os seus valores máximos – 2017 no caso do índice geral (Portugal 1,6% e Espanha 2%) e 2013 para o índice relativo a alimentos e bebidas não alcoólicas (Portugal 1,9% e Espanha 2,8%).
Para o conjunto da União Europeia, em toda esta década apenas se observou um valor negativo na variação do IHPC para alimentos e bebidas não alcoólicas, no mesmo ano (2014) em que Portugal e Espanha também registaram os seus valores mais baixos para este indicador.
Quanto à contribuição das energias renováveis para o consumo final no seu território, regista-se, porém, que a meta estabelecida por Portugal era bastante mais ambiciosa (Portugal 31%, Espanha e UE 20%, pela mesma ordem).
ECONOMIA & FINANÇAS
SETE EM CADA DEZ EMPRESAS DISCORDAM DA SEMANA DE QUATRO DIAS
Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.
Sete em cada dez empresas são contra a implementação da semana de quatro dias, sobretudo no comércio, indústria e construção, e 71% das que concordam defendem que a medida deveria ser facultativa, segundo um inquérito hoje divulgado.
Elaborado pela Associação Industrial Portuguesa — Câmara de Comércio e Indústria (AIP-CCI) e referente ao quarto trimestre de 2024, o “Inquérito de Contexto Empresarial sobre o Mercado Laboral” indica ainda que 70% das empresas defendem que matérias laborais como carreiras, benefícios, remunerações complementares ou limites de horas extraordinárias deveriam ser concertadas no interior das empresas e não em sede de Contrato Coletivo de Trabalho (CCT).
Relativamente ao banco de horas individual, 71% das empresas inquiridas dá parecer favorável e, destas, 74% entende que deveria ser fixado por acordo dentro da empresa, em vez de nas convenções coletivas de trabalho.
Segundo nota a AIP, entre as empresas que mais defendem esta concertação interna estão as pequenas e médias empresas.
Já em termos de modelo de trabalho, 81% das 523 empresas participantes dizem praticar trabalho presencial, 17% um modelo híbrido e 2% teletrabalho. Entre as que adotaram um modelo híbrido ou remoto, 73% afirmam que tal contribuiu para uma melhoria da produtividade e 84% consideram manter este modelo.
Quando questionadas sobre o Salário Mínimo Nacional (SMN), 83% das empresas concordam com a sua existência, ainda que 65% entendam que não deve ser encarado como um instrumento de redistribuição de riqueza.
Entre as que consideram que o SMN deve ser um instrumento com este fim, 45% diz que deveria ser a sociedade a suportá-lo, através de impostos negativos nos rendimentos mais baixos, enquanto as restantes 55% defendem que deveria ser suportado pelos custos de exploração das empresas.
Relativamente ao valor de 1.020 euros mensais projetados para o SMN até ao final da atual legislatura, mais de metade (56%) das empresas inquiridas apontam que é suportável pela conta de exploração das empresas, embora 95% desconheça algum estudo que aponte o seu setor de atividade como tendo capacidade para o financiar.
Para 65% das empresas, a fixação anual do salário mínimo deveria estar dependente da evolução da produtividade.
Quando questionadas sobre a autodeclaração de doença, 55% das empresas manifestou-se contra, apesar de 89% assinalar que nunca registou um caso destes ou que estes são muito pouco frequentes.
No que respeita ao designado “direito a desligar”, metade das empresas defende-o e outras tantas discordam, sendo que entre as que apresentam maior taxa de rejeição à implementação desta medida estão, sobretudo, as médias e microempresas.
Já quanto a sua comunicação à ACT, 86% das empresas discordam deste procedimento.
O inquérito da AIP-CCI foi realizado entre 12 de outubro e 11 de novembro de 2024 junto de 523 sociedades comerciais de todo o país (24% do Norte, 32% do Centro, 26% da Área Metropolitana de Lisboa, 12% do Alentejo, 3% do Algarve e 3% das ilhas).
A indústria representou 47% da amostra, seguida pelos serviços (26%), comércio (14%), construção (7%), agricultura (3%), alojamento e restauração (2%) e transportes e armazenagem (1%), sendo que 3% eram grandes empresas, 8% médias, 45% pequenas e 44% microempresas.
Da totalidade da amostra, 49,01% são empresas exportadoras.
ECONOMIA & FINANÇAS
ERC: APENAS 4% DOS MEDIA PORTUGUESES FATURAM ACIMA DE 10 MILHÕES
As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.
As empresas de media com rendimentos acima de 10 milhões de euros representavam 4% da totalidade em 2023, segundo a análise económico-financeira da ERC hoje divulgada, que aponta que as receitas não registaram melhoria face ao ano anterior.
Esta é uma das conclusões do estudo de análise económica e financeira sobre os media em Portugal da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) relativo ao exercício de 2023, que tem por base dados reportados pelos regulados, no âmbito da Lei da Transparência da Titularidade dos Meios de Comunicação Social (Lei nº 78/2015, de 29 de julho).
“A análise conduzida pela ERC apurou que os ativos totais das empresas de comunicação social ascenderam a 1.123.063 euros e os rendimentos totais da atividade a 1.166.911 euros”, lê-se no comunicado do regulador.
Constatou-se “que as empresas com rendimentos superiores a 10 milhões de euros apenas representaram 4% da totalidade de entidades, mas 86% dos ativos, 84% dos capitais próprios do setor e 89% dos rendimentos”, prossegue a ERC.
O regulador refere que sobressai “o facto de não se ter assistido, em 2023, a uma melhoria dos rendimentos das empresas de comunicação social em Portugal, mantendo-se em 53% a percentagem de empresas que registam crescimento dos rendimentos”.
No período em análise, “o número de empresas com resultados líquidos positivos, resultados operacionais ou EBITDA positivos, e capitais próprios positivos situou-se em proporções inferiores a 2022”.
O estudo caracteriza o setor dos media português de “granular, composto por muitas pequenas empresas, em especial nos segmentos mais tradicionais, como as publicações periódicas e as rádios hertzianas”.
Aliás, “são as pequenas empresas que enfrentam maiores dificuldades face à alteração paradigmática da forma como os conteúdos são consumidos e dos interesses e composição dos consumidores, limitando ou inibindo a capacidade de crescimento”.
A publicidade continuou a ser a principal fonte de receitas do setor em 2023, “mas a sua evolução apresentou um comportamento misto entre as principais instituições”.
De acordo com a análise, “verificou-se um aumento das receitas de publicidade do segmento de televisão, mas mais centrado nos canais de televisão por subscrição (STVS) em detrimento do ‘free-to-air’ [canais gratuitos]”.
O consumo de notícias “é cada vez mais fragmentado entre diferentes plataformas comunicacionais e que a utilização do vídeo como fonte noticiosa tem vindo a crescer, especialmente entre os mais jovens”, refere a análise, que adianta que como “principal fonte de conteúdos de vídeo noticiosos surgem as plataformas de partilha de vídeo em detrimento dos ‘sites’ dos editores, o que aumenta os desafios de monetização de produção de conteúdos e conexão destes últimos”.
O estudo completo da ‘Análise Económica e Financeira ao Setor de Media em Portugal no ano 2023’ pode ser consultado na página da ERC.
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