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SECAS EXTREMAS TORNAR-SE-ÃO MAIS FREQUENTES, SEVERAS E EXTENSAS – ESTUDO

As secas plurianuais tornar-se-ão mais longas, frequentes e extremas com o aquecimento global, de acordo com um estudo baseado em dados meteorológicos globais entre 1980 e 2018, revelou hoje o Instituto de Ciência e Tecnologia da Áustria (ISTA).

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As secas plurianuais tornar-se-ão mais longas, frequentes e extremas com o aquecimento global, de acordo com um estudo baseado em dados meteorológicos globais entre 1980 e 2018, revelou hoje o Instituto de Ciência e Tecnologia da Áustria (ISTA).

“Todos os anos, desde 1980, as áreas atingidas pela seca aumentaram cinquenta mil quilómetros quadrados em média — o que é aproximadamente a área da Eslováquia ou dos estados norte-americanos de Vermont e New Hampshire juntos —, com grande prejuízo para os ecossistemas, a agricultura e a produção de energia”, diz, citada em comunicado do ISTA, Francesca Pellicciotti, investigadora principal do Projeto EMERGE financiado pelo Instituto Federal Suíço de Investigação Florestal (WSL), no âmbito do qual o estudo foi realizado.

A equipa internacional utilizou informação da base de dados climáticos CHELSA, preparada pelo investigador sénior do WSL e autor do estudo, Dirk Karger, que remonta a 1979, para calcular anomalias na precipitação e evapotranspiração (evaporação de água do solo e perda de água das plantas por transpiração) e o seu impacto nos ecossistemas naturais em todo o mundo.

Conseguiu assim determinar a ocorrência de secas plurianuais tanto em regiões bem estudadas como em regiões menos acessíveis do planeta, especialmente em áreas como as florestas tropicais e os Andes, com poucos dados observacionais disponíveis.

Segundo Karger, o método utilizado no estudo, publicado na revista Science, permitiu conhecer “secas extremas que passaram despercebidas, como a que afetou a floresta tropical do Congo de 2010 a 2018”, além das bem documentadas.

Para garantir resultados consistentes em todo o mundo, os cientistas desenvolveram uma análise multietapas e classificaram as secas pela sua gravidade desde 1980, mostrando o inventário que as ‘megassecas’ tiveram o maior impacto imediato em pastagens de zonas temperadas, sendo apontados como “pontos críticos” o oeste dos Estados Unidos, a Mongólia central e oriental e, particularmente, o sudeste da Austrália.

“Os resultados mostram que a tendência de intensificação das ‘megassecas’ é clara: a equipa produziu a primeira imagem global de alta resolução das ‘megassecas’ e do seu impacto na vegetação”, segundo o comunicado.

“Atualmente, as estratégias de mitigação consideram as secas como eventos anuais ou sazonais, um contraste claro com as ‘megassecas’ mais longas e severas que enfrentaremos no futuro. (…) Esperamos que o inventário de secas que estamos a divulgar ajude os decisores a tomarem medidas de preparação e prevenção mais realistas”. diz Francesca Pellicciotti no comunicado.

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PAÍSES DA EUROPA, ÁSIA, AMÉRICA E OCEÂNIA “BLOQUEIAM” DEEPSEEK

Em pouco mais de uma semana países da Europa, Ásia, América e Oceânia decidiram bloquear o uso da plataforma de inteligência artificial (IA) chinesa DeepSeek aos seus funcionários, depois desta agitar o mercado com um barato modelo de código aberto.

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Em pouco mais de uma semana países da Europa, Ásia, América e Oceânia decidiram bloquear o uso da plataforma de inteligência artificial (IA) chinesa DeepSeek aos seus funcionários, depois desta agitar o mercado com um barato modelo de código aberto.

Quando menos se esperava, em 20 de janeiro a DeepSeek divulgou o seu último modelo de IA, o R1, que disse ser comparável ao o1 da OpenAI, criadora do ChatGPT, no que respeita à resolução de problemas matemáticos, programação e inferência de linguagem.

Lançada em 2023 pelo fundo chinês High-Flyer Quant, a DeepSeek oferece serviços 95% mais baratos que o modelo o1 da OpenAI, mas tem suscitado dúvidas relativamente a questões de segurança, nomeadamente em termos de gestão de informação por parte de Pequim, e suspeitas de ter infringido patentes tecnológicas norte-americanas para criar a sua própria concorrência.

Este novo modelo agitou as bolsas mundiais, mas também aumentou o estado de alerta sobre a segurança dos dados.

E 11 dias depois, em 31 de janeiro, o Congresso norte-americano proibiu os seus funcionários de usar a DeepSeek, advertindo que há evidências da existência de “atores” que “já estão a usar DeepSeek para distribuir ‘software’ malicioso e infetar dispositivos“.

Foram ainda tomadas medidas de segurança para restringir a funcionalidade da IA chinesa em todos os dispositivos do Congresso e proibida a sua instalação em qualquer telemóvel, computador ou ‘tablet’ oficial.

Na Europa, a Itália foi um dos primeiros países a avançar com a proibição, em 30 de janeiro, medida tomada pela entidade responsável pela proteção de dados, que ordenou a proibição “urgente e imediata” da DeepSeek ao não ter recebido a informação pedida um dia antes à tecnológica chinesa.

A mesma entidade abriu uma investigação à DeepSeek.

O governo dos Países Baixos proibiu esta quinta-feira os funcionários de usarem a plataforma de IA chinesa por esta ser “sensível à espionagem” e depois da Autoridade de Proteção de Dados do país instar os cidadãos a serem prudentes no uso desta plataforma.

Da Irlanda, a Comissão de Proteção de Dados (DPC), um dos principais reguladores da União Europeia (UE), solicitou na semana passada à DeepSeek informações sobre a gestão de dados privados dos utilizadores neste país, preocupada com a possibilidade de a informação privada dos clientes ser armazenada em servidores localizados na China.

“Escrevemos à DeepSeek solicitando informações sobre o processamento de dados realizado em relação a assuntos na Irlanda”, disse o vice-comissário da DPC, Graham Doyle.

Noutro continente, vários ministérios sul-coreanos decidiram suspender o acesso destes aos seus computadores, pelas mesmas suspeitas, uma medida que foi igualmente tomada pelo governo australiano.

Também Taiwan tomou a mesma decisão de bloquear a DeepSeek, pelo “risco para a segurança”.

Depois da chinesa Huawei, que foi banida das redes 5G em muitos países, entre os quais Portugal, por questões de cibersegurança, e com a proibição do TikTok nos Estados Unidos suspensa para já, a DeepSeek é a empresa que se segue nos receios acerca da segurança de dados e de espionagem.

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LEI CIBERSEGURANÇA PROÍBE “FORNECEDORES DE RISCO” E PERMITE ‘ETHICAL HACKING’

O ministro da Presidência afirmou hoje que o novo regime de cibersegurança tem soluções inovadoras como a exclusão da responsabilidade criminal no ‘ethical hacking’ e permite a proibição de fornecedores e equipamentos de elevado risco para a segurança nacional.

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O ministro da Presidência afirmou hoje que o novo regime de cibersegurança tem soluções inovadoras como a exclusão da responsabilidade criminal no ‘ethical hacking’ e permite a proibição de fornecedores e equipamentos de elevado risco para a segurança nacional.

António Leitão Amaro falava aos jornalistas no final da reunião do Conselho de Ministros que aprovou a proposta de lei do novo regime jurídico de cibersegurança, que transpõe a diretiva europeia NIS2 [Network and Information Security].

“Esta foi uma consulta pública, como vos disse, muitíssimo participada”, pelo que “tivemos que a estender porque havia um interesse tão grande, 149 contributos que levaram a algumas alterações relevantes”, salientou o governante.

“Queria também destacar, entre essas várias medidas que adotámos, também soluções inovadoras e criativas, como a exclusão de responsabilidade criminal no chamado ‘ethical hacking’, quando há uma, se quiserem, uma função e uma atuação de prevenção de identificação de vulnerabilidades com intrusão, mas sempre com a vantagem e com o interesse de proteger os sistemas informáticos de um terceiro”, apontou.

A diretiva permite, “e há países que o poderão não querer fazer, mas nós entendemos que vale a pena”, acrescentou, quando questionado sobre o ‘ethical hacking’.

“Há pessoas que se dedicam num espírito – e isso tem de ser demonstrado no caso – de defesa do interesse comum e da segurança comum a identificar vulnerabilidades em sistemas de outras organizações”, prosseguiu.

E “podem fazer incursões nesses sistemas, identificar a vulnerabilidade se e desde que reportem a vulnerabilidade e não tenham retirado vantagem, dados para si, ou para terceiros, com essa atuação, o ‘hacking’ que existe é considerado ‘ethical'”, explicou o ministro.

“Ou seja, ético, ou seja, de interesse público, ou seja, uma parceria, se quiser, pública-privada para policiamento das vulnerabilidades”, especificou Leitão Amaro.

Neste caso, a opção do Governo é “achar que há um ganho nessa parceria público-privada” e, por isso, “devemos excluir a responsabilidade” mediante o cumprimento daqueles requisitos, apontou.

Este é “também um regime jurídico que permite a proibição de fornecimentos e fornecedores e equipamentos de elevado risco para a segurança nacional”, destacou.

Trata-se de um “conjunto amplo de medidas que naturalmente iremos discutir com o parlamento, mas numa versão já muito robustecida que coloca Portugal entre os primeiros a ter o seu novo regime jurídico de cibersegurança avançado, mas tendo um grande equilíbrio entre nível muito elevado de proteção e de segurança, que vai implicar um grande esforço e uma grande adaptação a nível nacional e custos”.

Mas, por outro lado, “mitigar ao máximo esses custos, é uma reforma verdadeira de um espaço que tem sido esquecido”, rematou António Leitão Amaro.

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