INTERNACIONAL
UCRÂNIA: EXÉRCITO JÁ DETEVE 1.000 RUSSOS E TEM PROVAS DE CRIMES – ZELENSKY
A Ucrânia já deteve cerca 1.000 invasores russos, disse hoje o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, numa reunião com o procurador do Tribunal Penal Internacional Karim Khan, que está a investigar alegações de crimes de guerra cometidos pela Rússia.
A Ucrânia já deteve cerca 1.000 invasores russos, disse hoje o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, numa reunião com o procurador do Tribunal Penal Internacional Karim Khan, que está a investigar alegações de crimes de guerra cometidos pela Rússia.
“Temos pessoas, cerca de 1.000 prisioneiros; temos provas em vídeo e tudo que eles [prisioneiros] contaram sem qualquer pressão”, disse Zelensky, assegurando existirem evidências que devem ser levadas à Justiça.
“Todos os criminosos que trouxeram sofrimento à Ucrânia e tiraram a vida a pessoas devem ser levados à Justiça”, referiu Zelensky, citado pela agência de notícias ucraniana Ukrinform.
O procurador, que se reuniu com o Presidente ucraniano através de videoconferência, defendeu que “devem ser feitos todos os esforços necessários para garantir o respeito do direito internacional humanitário e proteger a população civil”, numa mensagem divulgada na conta do TPI da rede social Twitter.
Khan tinha pedido, na sexta-feira, às partes em conflito que não usem armas pesadas ou altamente explosivas em áreas povoadas, embora o exército russo continue a bombardear “zonas civis”, atingindo casas e infraestruturas civis.
O procurador abriu uma investigação sobre a situação na Ucrânia a 03 de março, depois de receber autorização de mais de 40 Estados-membros do TPI.
O tribunal, com sede em Haia, foi criado em 2002 para julgar pessoas acusadas de crimes de guerra, crimes contra a humanidade ou atos de genocídio.
A Ucrânia não assinou o Estatuto de Roma, o tratado fundador do TPI, mas em 2014 reconheceu formalmente a jurisdição do tribunal sobre crimes cometidos no seu território.
Moscovo, por seu lado, retirou a sua assinatura do Estatuto de Roma em 2016, o que significa que o tribunal só poderá processar cidadãos russos se forem detidos no território de um Estado que respeite a sua jurisdição.
Além disso, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também com sede em Haia, deve proferir hoje uma sentença sobre um procedimento lançado por Kiev, que pede ao mais alto tribunal da ONU que ordene a Moscovo a suspensão imediata da invasão da Ucrânia.
“Gostaria de agradecer a sua visita. É importante para nós, no meio da guerra, no meio da agressão da Rússia contra o nosso país e principalmente contra o nosso povo, que tenha reagido tão rápida e profissionalmente”, observou Zelensky.
Zelensky também prometeu que a cooperação seria assegurada ao mais alto nível, enquanto Khan expressou esperança de uma cooperação efetiva com a Ucrânia, nomeadamente na entrega de informações necessárias.
“A lei deve avançar agora e ser usada para proteger as pessoas”, defendeu Khan depois de ver fotografias de Mariupol e de outras cidades ucranianas, nas quais são mostradas pessoas em sofrimento.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 691 mortos e mais de 1.140 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
INTERNACIONAL
BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.
A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).
“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.
“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.
Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.
Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.
A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.
Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.
A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.
Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.
Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.
Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.
Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.
A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.
“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.
“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
INTERNACIONAL
PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.
“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.
Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.
“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.
Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.
Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.
Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.
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