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ZELENSKY ACUSA ALEMANHA E HUNGRIA DE BLOQUEAREM EMBARGO À ENERGIA RUSSA

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou hoje a Alemanha e a Hungria de bloquearem os esforços para embargar as importações de energia provenientes da Rússia, durante uma entrevista à televisão pública britânica BBC.

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O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou hoje a Alemanha e a Hungria de bloquearem os esforços para embargar as importações de energia provenientes da Rússia, durante uma entrevista à televisão pública britânica BBC.

O líder ucraniano afirmou que os países europeus que continuam a comprar petróleo russo estão a favorecer as respetivas economias “graças ao sangue dos outros”.

“Alguns dos nossos amigos e parceiros, pelo contrário, compreenderam que os tempos mudaram, que já não estamos perante um problema de negócios ou dinheiro. Estamos perante uma questão de sobrevivência”, disse o líder ucraniano.

“Os Estados Unidos, o Reino Unido e alguns países europeus estão a tentar ajudar, e de facto estão a ajudar, mas necessitámos que o façam mais rapidamente”, acrescentou o Presidente ucraniano.

Numa referência à situação na cidade portuária de Mariupol (leste ucraniano), há várias semanas sob intensos bombardeamentos russos, o governante indicou que “para além das dezenas de milhares de pessoas que morreram, muitas mais estão desaparecidas”.

“Sabemos que os seus documentos foram substituídos. Deram-lhes passaportes russos e enviaram-nos para a Rússia profunda. Alguns para o campo, outros para cidades. Ninguém sabe o que está a acontecer a essa gente. Ninguém sabe quantos foram assassinados”, afirmou.

Zelensky sublinhou que as alegadas atrocidades cometidas pelas tropas russas em Mariupol, Bucha e outros locais na Ucrânia reduziram a possibilidade de garantir o êxito das negociações de paz.

“Bucha está a provocar que se fechem” as possibilidades de um acordo, disse na mesma entrevista à televisão pública britânica.

Bucha é uma localidade a noroeste de Kiev onde foram descobertos dezenas de corpos após a retirada das forças russas e onde estão a ser investigados crimes de guerra.

O líder ucraniano também defendeu a sua gestão política nas semanas prévias à invasão russa, quando o seu Governo exortou os ucranianos a manterem a calma e refreou as perspetivas de um ataque.

Assim, explicou que durante esses dias o seu executivo esteve envolvido na conclusão de acordos que permitissem a compra de armamento e outros fornecimentos, e evitar que o pânico alastrasse entre a população.

“Isso era o que pretendia a Rússia, e não apenas a Rússia, mas não deixámos que ocorresse”, indicou.

“Podem destruir-nos, mas responderemos. Podem matar-nos, mas eles também morrerão. Não consigo compreender porque vieram”, acrescentou Zelensky.

A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 50.º dia, provocou um número de baixas civis e militares ainda por determinar, mas que diversas fontes admitem que será consideravelmente elevado.

O conflito também levou à fuga de quase 12 milhões de pessoas, incluindo 4,7 milhões para países vizinhos.

A comunidade internacional reagiu à invasão russa com sanções económicas e políticas contra Moscovo, e com o fornecimento de armas a Kiev.

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INTERNACIONAL

BIBLIOTECA SOBRE O NAZISMO E O HOLOCAUSTO ACESSÍVEL NA INTERNET DESDE HOJE

Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

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Fotografias do campo de Auschwitz-Birkenau, testemunhos e documentos sobre a ascensão do fascismo na Europa antes da Segunda Guerra Mundial integram um dos maiores arquivos sobre o Holocausto que está acessível desde hoje na internet.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto, com sede em Londres, reúne centenas de milhares de documentos originais sobre a situação dos judeus europeus antes de 1939, o regime nazi e o Holocausto.

A biblioteca decidiu tornar acessível hoje, no 80.º aniversário da libertação de Auschwitz, parte da sua coleção, nomeadamente fotografias, cartas e testemunhos que atestam os crimes nazis no campo da Polónia (https://wienerholocaustlibrary.org/).

“A necessidade de defender a verdade tornou-se ainda mais urgente devido ao ressurgimento do antissemitismo e de outras formas de desinformação e ódio”, explicou Toby Simpson, diretor da biblioteca, citado num comunicado.

“Ao disponibilizar gratuitamente uma grande quantidade de provas em linha [‘online’], estamos a garantir que os arquivos históricos são acessíveis a todos”, afirmou, segundo a agência francesa AFP.

Entre os mais de 150.000 documentos disponíveis em linha pela primeira vez, encontram-se numerosas fotografias tiradas aquando da libertação do campo de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.

Também ficaram acessíveis documentos utilizados nos julgamentos de Nuremberga, durante os quais os principais dirigentes do Terceiro Reich, o regime nazi alemão de Adolf Hitler, foram julgados.

A biblioteca publica também cerca de 500 folhetos e livros de propaganda antifascista, distribuídos na Alemanha na década de 1930 e disfarçados de anúncios de champôs ou livros de receitas, para escapar à vigilância do regime nazi.

Revela também documentos que mostram a ascensão do fascismo no Reino Unido antes e depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

“Numa altura em que figuras de extrema-direita ameaçam a Europa e não só, estas coleções revelam não só as origens destas ideologias perigosas, mas também as motivações e estratégias daqueles que, ao longo da História, as mantiveram à distância”, disseram os responsáveis pela biblioteca.

A Biblioteca Wiener sobre o Holocausto foi fundada na década de 1930 por Alfred Wiener, que fez campanha contra o nazismo nas décadas de 1920 e 1930.

Depois de fugir da Alemanha para os Países Baixos, em 1933, começou a recolher provas da perseguição dos judeus.

Continuou o seu trabalho a partir do Reino Unido, onde se exilou pouco antes do início da guerra e onde a biblioteca ainda se encontra, no centro de Londres.

Sobreviventes de Auschwitz, acompanhados pelo Presidente polaco, Andrzej Duda, depositaram flores hoje de manhã em frente ao Muro da Morte do campo, onde os prisioneiros eram fuzilados.

Alguns usavam lenços às riscas azuis e brancas, simbolizando os antigos uniformes prisionais. Ao pé do muro, acenderam velas em memória dos mortos e tocaram o muro com uma mão, em silêncio.

A cerimónia, sob o portão de entrada de Birkenau, deverá começar às 16:00 locais (15:00 em Lisboa) e contará com a presença de 54 delegações internacionais, algumas das quais lideradas por chefes de Estado, mas o foco estará nos sobreviventes, segundo a organização.

“Este ano, estamos a centrar-nos nos sobreviventes e na sua mensagem”, disse à AFP o porta-voz do museu de Auschwitz, Pawel Sawicki.

“Não haverá discursos de políticos”, acrescentou.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no campo entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

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PAPA DIZ QUE HOLOCAUSTO NÃO PODE SER ESQUECIDO OU NEGADO

O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

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O Papa Francisco disse hoje que “o horror” do Holocausto não pode ser “esquecido ou negado” e exortou à luta contra o antissemitismo, lembrando que na segunda-feira se assinalam 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

“Amanhã é o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, 80 anos após a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O horror do extermínio de milhões de judeus e de pessoas de outras religiões durante esses anos não pode ser esquecido nem negado”, afirmou o Papa no final da oração do Angelus dominical.

Lembrando que, durante esses anos, foram também mortos “muitos cristãos, muitos mártires”, Francisco apelou a que “todos trabalhem em conjunto para erradicar o flagelo do antissemitismo e outras formas de discriminação e perseguição religiosa”.

“Construamos juntos um mundo mais fraterno e justo, educando os jovens a ter um coração aberto a todos na lógica da fraternidade, do perdão e da paz”, concluiu.

Proclamado oficialmente em novembro de 2005, o Dia Internacional da Memória das Vítimas do Holocausto, que se assinala na segunda-feira, comemora a libertação pelas tropas soviéticas, em 1945, do campo de concentração e extermínio nazi alemão de Auschwitz-Birkenau.

Auschwitz-Birkenau tornou-se o símbolo do genocídio perpetrado pela Alemanha nazi contra seis milhões de judeus europeus, um milhão dos quais morreram no local entre 1940 e 1945, bem como mais de 100.000 não judeus.

Na segunda-feira, uma cerimónia oficial com a presença de cerca de meia centena de sobreviventes e 54 delegações internacionais assinalará o 80.º aniversário da libertação do local.

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