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OVAR: JUSTIÇA INVESTIGA O ABATE DE PINHAL NO PERÍMETRO FLORESTAL DAS DUNAS

O Ministério Público está a investigar o abate de pinhal no Perímetro Florestal das Dunas de Ovar, na sequência de uma denúncia feita por deputados municipais desse concelho do distrito de Aveiro, confirmou esta segunda-feira a Procuradoria-Geral da República.

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O Ministério Público está a investigar o abate de pinhal no Perímetro Florestal das Dunas de Ovar, na sequência de uma denúncia feita por deputados municipais desse concelho do distrito de Aveiro, confirmou esta segunda-feira a Procuradoria-Geral da República.

O processo resulta do pedido de investigação apresentado em 27 de janeiro por Arnaldo Oliveira e Marco Braga, eleitos para a Assembleia Municipal de Ovar pelo Movimento 2030 — estrutura que também lançou a petição pública que reúne já mais de 18.500 assinaturas apelando à suspensão e revisão do plano que o Instituto de Conservação da Natureza e Floresta (ICNF) tem em curso para abater 247 hectares de pinheiro-bravo até 2026, ao longo da costa.

“Confirma-se a instauração de inquérito que teve origem em denúncia. O mesmo corre no DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] de Aveiro e está sujeito a segredo de justiça externo”, declarou a Procuradoria.

Entre os aspetos que os deputados do Movimento 2030 consideram justificar a investigação inclui-se, em primeiro lugar, o facto de o abate previsto pelo ICNF, com validação de Câmara Municipal e quatro juntas de freguesia, se verificar numa área que constitui, “segundo o Plano Diretor Municipal, um espaço florestal de conservação“.

Outra suspeita é relativa à venda de resina e material lenhoso, com os deputados em causa a questionarem porque é que determinados talhões foram submetidos a abate quando o Plano de Gestão Florestal para o Perímetro das Dunas de Ovar não previa que o fossem, enquanto outros estavam assinalados para desbaste e não foram sujeitos ao mesmo.

Uma terceira alegada irregularidade apontada pelos eleitos do Movimento 2030 é que a calendarização dos cortes aprovados por ICNF, Câmara e juntas “não é compatível com o tempo da resinagem à morte” (processo de recolha intensiva da resina de pinheiro nos cinco anos anteriores ao seu fim de vida).

Para Arnaldo Oliveira e Marco Braga, se estavam “previstos abates no ano imediatamente a seguir à aprovação do Plano de Gestão Florestal”, isso significa que os autores da estratégia só estavam a equacionar 12 meses de resinagem em vez dos necessários e habituais 60.

“Por último, mas não menos importante, (…) não foram elaborados os relatórios anuais de execução do Plano de Gestão Florestal no Perímetro das Dunas de Ovar. A confirmar-se esta suspeita, tal facto denota uma grande leviandade na implementação do plano, além de todos os desvios na sua execução poderem estar feridos de ilegalidade”, defendem os mesmos deputados.

O pedido de investigação remetido em janeiro à Procuradoria indicava uma lista de 10 “testemunhas a inquirir” pelo Ministério Público, entre as quais Salvador Malheiro, chefe do executivo da Câmara Municipal, e os presidentes (atuais ou em funções à data dos factos) das juntas de freguesia de Esmoriz, Cortegaça, Maceda e Ovar, respetivamente António Bebiano, Sérgio Vicente Oliveira, Óscar Silva e Bruno Oliveira.

Outros intervenientes que os deputados municipais indicaram para inquirir pelo seu envolvimento em diferentes etapas da aprovação do referido Plano de Gestão Florestal para o Perímetro das Dunas de Ovar são: Susana Pinto, diretora do Departamento Administrativo, Jurídico e Financeiro da Câmara de Ovar, Ana Cláudia Silva, chefe da Divisão do Ambiente da autarquia, Fátima Reis, diretora-regional do Centro do ICNF, e ainda Rogério Rodrigues, ex-presidente do conselho diretivo do ICNF, e o seu sucessor, Nuno Banza.

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MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO

O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.

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O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.

Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.

“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.

E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.

A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.

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OVAR: PENA SUSPENSA PARA EX-FUNCIONÁRIA QUE DESVIO DINHEIRO DA AUTARQUIA

O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.

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O Tribunal de Aveiro condenou esta quarta-feira a três anos e nove meses de prisão suspensa uma antiga funcionária da Câmara de Ovar suspeita de se ter apropriado de cerca de 70 mil euros da tesouraria municipal durante quatro anos.

Durante a leitura do acórdão, a juíza presidente disse que ficaram demonstrados os factos que eram imputados à arguida, ocorridos entre 2014 e 2017.

A arguida foi condenada a três anos de prisão, por um crime de peculato na forma continuada, e dois anos e dois meses, por um crime de falsidade informática.

Em cúmulo jurídico, foi-lhe aplicada uma pena única de três anos e nove meses de prisão, suspensa na sua execução por igual período.

O tribunal julgou ainda totalmente procedente o pedido cível deduzido pelo município de Ovar, pelo que a arguida terá de restituir a quantia de que se apropriou.

O caso teve origem em 2017, após uma auditoria da Inspeção-Geral de Finanças ter detetado irregularidades relativas à arrecadação de receita.

Na altura, o executivo então liderado pelo social-democrata Salvador Malheiro ordenou a instauração de um inquérito para apuramento dos factos, que deu origem à abertura de um processo disciplinar de que resultou o despedimento da funcionária acusada e a participação dos factos ao Ministério Público (MP).

O caso está relacionado com um esquema de atribuição de notas de crédito, em que a funcionária registava como recebidas verbas que na verdade não chegavam a entrar nos cofres da autarquia.

Segundo a acusação do MP, a arguida terá procedido à emissão de notas de crédito, mediante as quais se terá procedido à anulação de faturas emitidas, sem que fosse emitida nova fatura, ficando para si com o dinheiro cobrado.

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