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AÇORES: AUMENTO ‘ASTRONÓMICO’ PROVOCOU CORRIDA AOS POSTOS DE COMBUSTÍVEL

Na véspera de uma subida superior a 14 cêntimos no valor dos combustíveis nos Açores, os postos de abastecimento registavam, esta quinta-feira, bastante afluência e estavam repletos de condutores a criticar o aumento “astronómico” do preço.

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Na véspera de uma subida superior a 14 cêntimos no valor dos combustíveis nos Açores, os postos de abastecimento registavam, esta quinta-feira, bastante afluência e estavam repletos de condutores a criticar o aumento “astronómico” do preço.

Pela hora de almoço, numa bomba de combustível na zona urbana de Ponta Delgada, localizada entre o centro da cidade e o maior centro comercial do arquipélago, registava-se uma grande afluência, apesar de não existirem filas de espera.

“Vim por causa do aumento. Isso não é um aumento de preços como de costume. Da maneira que as coisas estão a subir, não sei como vai ser. Está a subir tudo. Isso está cada vez pior”, disse Gualter Furtado à agência Lusa, enquanto atestava o depósito.

O condutor, que gasta cerca de 35 euros por semana em gasolina, considera que os governos já deviam “prevenido esse aumento” porque era “previsível” face à crise no setor energético.

Já deviam ter feito alguma coisa. Nem toda a gente tem acesso ao Autovoucher. Nunca aderi porque pensava que era só no continente, mas já vi que cá também dá. Mas o governo tem de fazer alguma coisa sobre isso”, apontou, referindo-se ao programa criado pelo Governo da República para mitigar o aumento dos combustíveis.

No posto de abastecimento do lado, está Pedro Barbosa, também devido ao aumento dos combustíveis que “não é nada de surpreendente”, mas “custa muito”.

“Não é que estivesse a precisar, tinha meio tanque de combustível, mas obviamente que uma diferença de [quase] 15 cêntimos por litro faz pensar. Fazendo bem as contas num tanque de 50 litros já são cerca de seis, sete euros. Faz diferença”, afirmou.

Pedro Barbosa diz que, para já, “não há outro remédio senão aguentar”, mas alerta que o futuro não se afigura “risonho” porque “não são apenas os combustíveis” a aumentar de preço.

“Para já, acho que temos de aguentar. Até somos um bocado sortudos em relação aos preços do continente. Estamos um bocado melhor. É ver durante quanto mais tempo conseguimos aguentar, mas isso não pode ficar assim para sempre”, adiantou.

No interior da loja do posto de combustível, os dois funcionários estão atarefados para acudir a todos os pedidos.

Entre pagamentos de gasolina e pedidos de cafeteira, um dos trabalhadores confessou à Lusa que, nos últimos dois dias, o “movimento tem sido anormal”.

“Ainda não paramos e ainda não conseguimos almoçar. Tem vindo muita gente. É um aumento significativo de preço e é normal as pessoas quererem poupar”, disse.

Lá fora, o condutor Emanuel Machado realça que o aumento dos combustíveis tem “reflexo em várias coisas”, a começar na sua vida profissional.

Para um pescador, diz, a “vida não está nada fácil”: por um lado “sobem os preços”, por outro o “peixe não deixa dinheiro nenhum na lota”.

“Embora o combustível nos Açores esteja mais barato do que no continente, a gente também tem outras coisas mais caras do que lá. Não se consta, em pleno século XXI, vender gasolina mais cara do que um quilo de chicharros. Um quilo de chicharros está a um euro. É uma vergonha”, lamentou.

Ricardo Resendes, que optou por encher o depósito devido à subida dos preços, não descarta uma alteração ao modo de transporte devido ao preço da gasolina, embora admita que é uma decisão “difícil” porque o carro já se tornou “um bem essencial”.

“Uma pessoa pensa em alternativas. Mudar de transporte era uma boa opção, mas neste momento acho que não consigo. Não posso mudar de carro de um momento para o outro. É complicado. A gente precisa disso”, afirmou.

Também Rute Neves foi colocar gasolina motivada pelo aumento “muito grande” do preço, que vai “prejudicar muita gente”, sobretudo quem vive dos transportes.

“O aumento é exorbitante. Quem inclusive trabalha com carros, como os taxistas, os transportes e tudo mais, vai ser muito complicado”, previu.

Noutro posto de abastecimento de Ponta Delgada, o registo é semelhante: todas as mangueiras disponíveis estavam sempre ocupadas durante a passagem da reportagem da Lusa, apesar de só terem existido filas por breves momentos.

“Claro que vim pelo aumento dos preços. Da maneira como as coisas estão, temos de aproveitar enquanto podemos. Os próximos meses não vão ser fáceis. Não é só os combustíveis a aumentar, é tudo“, disse José Medeiros, enquanto aguardava para pagar.

A condutora Joana Cabral confessa que “não anda muito de carro”, porque usa a “bicicleta ou os transportes públicos” mas, perante a perspetiva de aumento, deslocou-se para abastecer, porque “convém” ter a viatura com combustível.

“Há uns anos que o carro não é o meu meio preferencial. Gosto mais de andar de bicicleta ou então de minibus [rede de autocarros municipais]. O carro é preciso para algumas circunstâncias e, por isso, este aumento do preço não é fácil para ninguém”.

O preço por litro do gasóleo vai aumentar nos Açores 14,8 cêntimos e o da gasolina 95 14,6 cêntimos a partir de sexta-feira, avançou quinta-feira o Governo Regional através de despacho publicado em Jornal Oficial.

No documento, o executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) fixa o preço por litro da gasolina 95 em 1,800 euros por litro, o que representa um aumento de 14,6 cêntimos, uma vez que o preço daquele combustível estava definido em 1,654 euros.

Já o gasóleo rodoviário vai passar a custar 1,676 euros por litro a partir de sexta-feira, um aumento de 14,8 cêntimos face ao valor anteriormente fixado (1,528 euros).

Nos Açores, os preços dos combustíveis são atualizados no primeiro dia de cada mês.

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PÓVOA DE VARZIM: LIPOR ABRE NOVO EQUIPAMENTO PARA COMPOSTAGEM DE RESÍDUOS VERDES

A Lipor, empresa intermunicipal de tratamento de resíduos do Grande Porto, vai inaugurar na segunda-feira, na Póvoa de Varzim, um novo equipamento para a reciclagem de biorresíduos.

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A Lipor, empresa intermunicipal de tratamento de resíduos do Grande Porto, vai inaugurar na segunda-feira, na Póvoa de Varzim, um novo equipamento para a reciclagem de biorresíduos.

A infraestrutura, localizada na freguesia de Laúndos, servirá como um parque de compostagem de resíduos verdes, provenientes da recolha seletiva, que serão transformados numa espécie de adubo que pode ser utilizado como corretivo agrícola.

O equipamento, que representa um investimento de cerca de dois milhões de euros, apoiado por fundos comunitários, insere-se na estratégia de valorização orgânica de biorresíduos, recolhidos seletivamente, e pretende contribuir para o cumprir da meta de preparação para reutilização e reciclagem, que em 2030 terá de atingir 60% do total de resíduos produzidos.

“Este tipo de infraestrutura já existe muito em França e nos Países Baixos, mas será a primeira de algumas que a Lipor pretende construir. Neste momento, a fábrica, em Ermesinde [Valongo], não consegue valorizar estes resíduos verdes, e com este parque estamos a contribuir para a melhoria do ambiente”, explicou Aires Pereira, presidente da Câmara da Póvoa de Varzim.

O autarca e também administrador da Lipor explicou que o parque vai aceitar, por exemplo, resíduos de jardins e outros materiais orgânicos, e que, através de um processo de compostagem, vai transformá-los em adubos que serão distribuídos gratuitamente à população.

“A recolha dos resíduos será feita através dos sacos que já existem para a recolha seletiva na cidade, ou, caso se tratem de profissionais, podem ser depositados no local. Depois de tratados, esses resíduos dão lugar a um adubo que qualquer um pode levantar, gratuitamente, para aplicar nos seus jardins”, explicou Aires Pereira.

O Parque de Compostagem de Resíduos Verdes de Laúndos terá uma capacidade estimada de 8.000 toneladas por ano de resíduos verdes provenientes de recolha seletiva dos municípios da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, prevendo-se a produção de mais de 2.000 tonelada por ano de composto.

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ALTO MINHO: EMPRESÁRIOS CONGRATULAM-SE COM FIM DE PORTAGENS NA A28

A Confederação Empresarial do Alto Minho (CEVAL) congratulou-se esta sexta-feira com a aprovação, na generalidade, do projeto de lei do PS que prevê a eliminação de portagens na autoestrada A28, entre pórticos de Viana do Castelo e Esposende.

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A Confederação Empresarial do Alto Minho (CEVAL) congratulou-se esta sexta-feira com a aprovação, na generalidade, do projeto de lei do PS que prevê a eliminação de portagens na autoestrada A28, entre pórticos de Viana do Castelo e Esposende.

A proposta do PS, aprovada na quinta-feira, pretende acabar com as portagens na A4 – Transmontana e Túnel do Marão, A13 e A13-1 -Pinhal Interior, A22 – Algarve, A23 – Beira Interior, A24 – Interior Norte, A25 – Beiras Litoral e Alta e A28 — Minho nos troços entre Esposende e Antas e entre Neiva e Darque.

A proposta foi aprovada com os votos a favor dos socialistas, Chega, BE, PCP, Livre e PAN.

A proposta aprovada, na quinta-feira, na generalidade – que de acordo com os socialistas tem um impacto orçamental de 157 milhões de euros – entrará em vigor em 1 de janeiro de 2025, segundo o projeto de lei do PS.

Esta sexta-feira, em comunicado, a CEVAL, que representa cerca de 5.000 empresas do distrito de Viana do Castelo que empregam mais de 19.000 trabalhadores, sublinha que a decisão “cumpre um velho anseio de transformar o Alto Minho mais competitivo”.

“Fez-se justiça para com o Alto Minho, pois sempre nos mostrámos contra a existência de pórtico junto à zona industrial do Neiva, em Viana do Castelo. Sempre quisemos a eliminação do pórtico para nunca empurrar o problema para o concelho vizinho de Esposende e, depois de tanta luta, finalmente houve uma aprovação que, assim que se concretizar, virá impulsionar o desenvolvimento reforçando a competitividade deste território”, defende o presidente da CEVAL, Luís Ceia, citado na nota.

Segundo a CEVAL, “o Alto Minho perdeu capacidade competitiva com a introdução de portagens nesta ex-SCUT (vias sem custo para o utilizador), em 2011, que obrigou as empresas e empresários a reinventarem-se em busca de soluções para fazer face às dificuldades”.

“Os constrangimentos causados pela existência do pórtico do Neiva sempre foram muitos, condicionando a mobilidade de quem diariamente precisa circular na A28 e, obrigando as empresas a maiores despesas de deslocação, uma vez que esta é uma via de comunicação essencial para Viana do Castelo, sem que existam outras vias capazes de facilitar as deslocações rodoviárias”.

A CEVAL espera que “a medida possa ser aplicada o quanto antes para que seja reposta a justiça que este território merece”.

Desde a implementação da cobrança de portagens, a luta pela sua eliminação tem mobilizado movimentos cívicos e partidos políticos, e resultou, em 2021, por proposta do PSD, na aplicação de um desconto de 50% no valor da taxa.

Em fevereiro de 2020, uma recomendação do BE ao Governo para a abolição do pagamento de portagens na Autoestrada 28 (A28), entre Viana do Castelo e o Porto, foi chumbada no parlamento, com os votos contra do PS.

PSD, CDS-PP e Iniciativa Liberam abstiveram-se, enquanto BE, PCP, PAN, PEV e a deputada não inscrita Joacine Katar Moreira votaram a favor.

A eliminação ou relocalização do pórtico de Neiva da A28, outra batalha de empresários, autarquias e partidos políticos, ganhou forma de recomendação ao Governo, também em 2021, após a aprovação de um projeto de resolução do PSD.

Já antes, em 2017, a petição “Pela eliminação do pórtico de Neiva, pórtico 4 da A28, entre Neiva e Darque”, promovida pela Confederação Empresarial do Alto Minho (CEVAL), falhou o objetivo.

Situado junto à zona industrial de Neiva, em Viana do Castelo, aquele pórtico tem sido considerado um entrave à atividade empresarial do distrito.

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