ECONOMIA & FINANÇAS
APENAS 2% DOS PORTUGUESES TÊM CARRO ELÉTRICO
Apenas 2% dos portugueses têm carro elétrico, sobretudo homens da região Centro e de classe alta, e a EDP e a Galp são os comercializadores mais usados para o carregamento, segundo um estudo do Automóvel Clube de Portugal.
Apenas 2% dos portugueses têm carro elétrico, sobretudo homens da região Centro e de classe alta, e a EDP e a Galp são os comercializadores mais usados para o carregamento, segundo um estudo do Automóvel Clube de Portugal.
“Apenas 2% possui carro elétrico, são sobretudo homens, os mais velhos, da região Centro e da classe alta (A/B)”, lê-se no documento.
Cerca de 77% dos inquiridos são responsáveis pelo carregamento e também pelo pagamento das despesas do carro elétrico.
No que se refere à idade do veículo, 86% têm menos de cinco anos.
A maioria dos inquiridos faz, em média, mais de 400 quilómetros (km) por mês e carrega o carro entre uma a três vezes por semana.
No que se refere aos gastos, mais de metade (54%) desembolsam sete euros por carregamento em casa e 58% gastam 50 euros mensais.
O estudo “Mobilidade Elétrica em Portugal” concluiu ainda que a bateria de um em cada três automóveis elétricos tem capacidade entre 40 quilowatts-hora (KWh) e 70 KWh.
Por sua vez, 30% afirmaram que a bateria do carregador interno tem uma capacidade entre sete KWh e 22 KWh.
“Quase metade dos veículos elétricos possuem uma autonomia entre os 150 km e os 300 km (43%) e mais de metade (56%) demora mais de três horas a carregar”, apontou.
Por sua vez, a quase totalidade dos portugueses não tem carro elétrico, destacando-se aqui os mais velhos, do Norte e Centro, e da classe média (C1 e C2).
Segundo esta análise, 52% sentir-se-iam mais confortáveis se os carros elétricos tivessem uma autonomia superior a 401 km.
Quase metade defendeu que a duração de vida de um carro elétrico é inferior a nove anos.
“Apesar da baixa autonomia e da pouca durabilidade das baterias associadas aos carros elétricos, estes são vistos com menores custos de manutenção que os carros a combustão (40%)”, acrescentou.
No que se refere à dificuldade em encontrar locais para carregar automóveis elétricos, apontada por 43% dos inquiridos, 41% dizem ser difícil carregar os automóveis elétricos em casa.
A maioria (63%) defendeu ainda ser possível comprar um carro elétrico até 40.000 euros, mas apontou 30.000 euros (55%) como teto máximo “para assumir a probabilidade de compra”.
Quanto à compra de um carro elétrico, 46% preferem uma marca tradicional e 24% optavam por uma nova.
Um em cada três portugueses já pesquisou ‘online’ sobre carros elétricos e um em cada 10 já fez um ‘test-drive’ e/ou já visitou um ‘stand’.
O carregamento dos automóveis elétrico é feito, com mais frequência, em casa, seguindo-se os postos públicos e, por último, o trabalho.
Os consumidores optam por locais com o preço mais baixo (75%), com melhor localização (67%), ou pelos que dispõe de carregadores com mais potência (54%).
Por zona, o Alentejo é a zona mais difícil para encontrar um posto de carregamento (25%).
A EDP (38%) e a Galp Electric (19%) são os Comercializadores de Eletricidade para Mobilidade Elétrica (CEME) mais utilizados.
Cada agregado familiar, em Portugal, tem, em média, dois automóveis, sendo que os homens mais jovens, da classe mais alta (A/B), do Centro, e com carro elétrico, possuem mais viaturas.
Quase metade do parque automóvel é composto por viaturas entre três e 12 anos.
Os homens, com idades entre os 35 e os 54 anos, da classe mais alta (A/B), de Lisboa e com carro elétrico têm veículos mais recentes (entre 2021 e 2023).
Mais de metade dos inquiridos compraram o carro a pronto pagamento, seguindo-se o crédito automóvel (19%).
O empréstimo com recurso a um amigo ou familiar, o ‘renting’ ou o aluguer de longa duração aparecem no fim da tabela.
A maioria (67%) faz, no máximo, 1.000 quilómetros por mês, destacando-se os homens, entre os 35 e 44 anos, das classes A/B e C1, de Lisboa e com carro elétrico são os que conduzem mais quilómetros mensalmente.
Para a realização deste estudo foi considerada uma amostra de 1.200 pessoas, sendo que 130 acabaram por ser excluídos por não terem carta de condução.
Posteriormente, a amostra foi reforçada com 480 condutores de veículos elétricos.
No total, somaram-se 1.550 condutores, o que corresponde a um erro amostral de, sensivelmente, 2,54%.
Destes, 1.046 não têm veículos elétricos.
As entrevistas foram realizadas por telefone, através do sistema CATI — ‘Computer Assisted Telephone Interviewing’ ou, para o reforço amostral, ‘online’, com recurso ao sistema CAWI — ‘Computer Assisted Web Interview’.
ECONOMIA & FINANÇAS
UM EM CADA SEIS TRABALHADORES EM PORTUGAL TEM CONTRATO A PRAZO – PORDATA
Um em cada seis trabalhadores em Portugal tem contrato a prazo, sendo o 3.º país europeu com maior percentagem, segundo dados hoje publicados pela Pordata.
Um em cada seis trabalhadores em Portugal tem contrato a prazo, sendo o 3.º país europeu com maior percentagem, segundo dados hoje publicados pela Pordata.
Um retrato da Pordata sobre o mercado laboral em Portugal, no âmbito do 1º de Maio, Dia do Trabalhador, revela que 17,4% dos trabalhadores no país têm contrato a prazo, acima da média da União Europeia (13,4%).
“Em Portugal, um em cada seis trabalhadores tem contrato a prazo, rácio que se tem mantido quase sem alteração nos últimos 20 anos”, assinala.
Entre os países com maior percentagem de contratos a prazo estão a Sérvia e os Países Baixos.
Por outro lado, Portugal é o 10.º país dos 27 da União Europeia com menor proporção de trabalhadores a tempo parcial, já que apenas oito em cada 100 trabalhadores se encontram em regime ‘part-time’.
“Olhando apenas para as mulheres portuguesas que estão empregadas, apenas uma em cada 10 o faz a tempo parcial. É o 9.º país da UE27 com menor percentagem de mulheres empregadas em ‘part-time’”, aponta a Pordata, que assinala que nos Países Baixos e na Áustria mais de metade das mulheres empregadas trabalham neste regime.
ECONOMIA & FINANÇAS
PENSÕES DA CGA NÃO VÃO TER ACERTO NA RETENÇÃO DO IRS
As reformas de janeiro pagas pela Caixa Geral de Aposentações (CGA) também foram processadas com base numa tabela de retenção provisória, mas não será feito nenhum acerto por estarem em causa valores residuais.
As reformas de janeiro pagas pela Caixa Geral de Aposentações (CGA) também foram processadas com base numa tabela de retenção provisória, mas não será feito nenhum acerto por estarem em causa valores residuais.
“As reformas da CGA relativas ao mês de janeiro de 2024 foram processadas com base numa tabela de retenção na fonte do IRS provisória”, disse, em resposta à Lusa, fonte oficial do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
Mas neste caso, e ao contrário do que foi esta segunda-feira esclarecido pelo Instituto da Segurança Social (ISS) em relação às pensões Segurança Social, “não vai ser feito o acerto”, disse a mesma fonte oficial, adiantando que esta decisão foi tomada pela Direção da CGA “por estarem em causa valores residuais”.
Em comunicado, o ISS esclareceu esta segunda-feira que foram feitos acertos na retenção do IRS das pensões de abril e maio para corrigir a retenção efetuada em janeiro com base numa tabela “provisória” a 328 mil pensionistas.
O comunicado surgiu após o Jornal de Negócios, na sua edição desta segunda-feira, ter noticiado que há pensionistas que foram confrontados com uma redução do valor líquido da pensão paga em maio, sem que o recibo da mesma adiantasse uma explicação para esse facto — já que o valor bruto da pensão se manteve, assim como a taxa de retenção do imposto, mas não o montante do desconto.
Esta questão da tabela provisória de retenção e dos posteriores acertos apanhou de surpresa o novo Governo, com o gabinete da atual ministra do Trabalho, Maria do Rosário Ramalho, a revelar “estupefação” e a sublinhar que o assunto não foi transmitido pelo anterior executivo.
“A decisão do anterior Governo não foi, em qualquer momento, referida durante a reunião de transição com a atual ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, nem foi sinalizada a qualquer nível ao atual Governo antes de ser concretizada”, refere o comunicado do Ministério do Trabalho.
Além disso, acrescenta, Maria do Rosário Ramalho e o seu secretário de Estado da Segurança Social receberam a presidente do Instituto da Segurança Social em 22 de abril e “esta nada referiu quanto à questão”.
O gabinete de Maria do Rosário Ramalho refere ainda que esta medida do acerto das pensões “processada em meados de março (depois das eleições) e concretizada a 11 e 12 de abril, resulta exclusivamente de orientação política do Governo do Partido Socialista, e da qual o atual Governo não teve conhecimento prévio”.
“Em janeiro de 2024 decidiu-se dar uma ideia artificial de aumento aos pensionistas com menos retenção de IRS para vir depois fazer-se este acerto, após as eleições, no período de transição”, nota o mesmo comunicado do Governo.
Naquele conjunto de 328 mil pensionistas da Segurança Social está incluída a devolução de IRS retido em excesso a 184 mil pensionistas (o que foi feito com a pensão de abril) e o acerto do valor retido a menos a 143.800 pensionistas — efetuado com as pensões de maio e que resultou num valor líquido inferior para estas pessoas.
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