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BOTICAS: MANIFESTAÇÃO CONTRA AS MINAS DE LÍTIO EM COVAS DO BARROSO

Uma arruada animada pelo som de bombos, violas e chocalhos juntou esta quarta-feira populares de Covas do Barroso, em Boticas, e visitantes que percorreram as ruas da aldeia em protesto contra o projeto da mina de lítio.

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Uma arruada animada pelo som de bombos, violas e chocalhos juntou esta quarta-feira populares de Covas do Barroso, em Boticas, e visitantes que percorreram as ruas da aldeia em protesto contra o projeto da mina de lítio.

Nas mãos, uns traziam sacholas e sachos e outros empunhavam cartazes em que se podia ler “Não à mina, sim à vida — Unidos para defender o que é nosso”, “Água é vida, não queremos perder a nossa”, “Verde é o Barroso” ou “Covas do Barroso Património Agrícola Mundial diz não à mina”.

O apicultor Carlos Gonçalves, de viola da mão, tocou e cantou a música “Exploração” que escreveu em protesto contra a mina do Barroso que a Savannah Lithium, Lda quer explorar no concelho de Boticas, distrito de Vila Real.

“Barroso, Barroso, Barroso, o povo tem de se ouvir, querem dar cabo das serras Barroso, nós não o vamos permitir” é o refrão da música que o autor diz que resume o sentimento das pessoas que vivem neste território “ameaçado”.

“Não queremos cá a mina nem a tiro. É uma coisa que nos vai afetar muito, é perto das nossas casas e não queremos. Não vamos permitir que entrem nas nossas terras porque sabemos que ao darem entrada nunca mais saem daqui para fora“, afirmou o apicultor.

Francisco Venes é de Lisboa e há um ano que vive em Covas do Barroso, onde está a fazer um projeto de doutoramento sobre mulheres que se opõem a projetos de mineração e se juntou à associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso (UDCB).

“Esta é uma ação de rejeição a este projeto”, frisou o responsável.

António Gonçalves trouxe a sachola para o protesto. É agricultor e, por isso, diz que este é o seu principal instrumento de trabalho.

“Nós não queremos as minas porque nos vai dar cabo do meio ambiente, do verde, e muita falta nos faz este ar puro. A mina vai prejudicar as nossas águas, vai fazer mal aos apicultores, vai fazer mal a tudo “, afirmou.

Ao seu lado, Augusto Arribada traz um sacho, um pouco mais pequeno que a sachola, e afirma que “toda a vida” foi agricultor.

“Claro que prejudica, porque a agricultura fica toda afetada. Estou muito preocupado com tudo isto“, salientou.

Catarina Alves Scarrott é natural de Covas do Barroso, vive em Londres (Inglaterra), faz parte da UDCB e aproveitou as férias na terra natal para se juntar ao protesto.

“A luta é constante (…) Se a mina abrir vai acelerar o processo de desertificação da área e as pessoas que ainda aqui permanecem vão-se embora. Há pessoas que pararam projetos de negócios, de construção e compra de casas e que têm a vida em suspenso à espera daquilo que vai acontecer. É muito preocupante”, afirmou.

A Mina do Barroso situa-se em área das freguesias de Dornelas e Covas do Barroso, e o projeto está a ser promovido pela empresa Savannah Lithium, Lda, que prevê uma exploração de lítio e outros minerais a céu aberto. A área de concessão prevista é de 593 hectares.

No âmbito da consulta pública do EIA da Mina do Barroso, que terminou em julho, foram efetuadas 170 participações e a decisão final deverá ser anunciada pela Agência Portuguesa do Ambiente nos próximos três meses.

A arruada desta quarta-feira foi a última ação inserida num acampamento por onde, desde sábado, passaram cerca de 300 pessoas que se apõem às minas e que vieram de várias partes do país, de Espanha, França e até do México.

Francisco Norega veio de Coimbra para acampar durante estes cinco dias em Covas do Barroso porque acredita que esta “é uma luta de todos e de todas” e não só das pessoas das localidades para onde estão previstas as explorações mineiras a céu aberto.

“De toda a população que tem que se juntar a defender a sua água, a sua qualidade de vida e os seus solos”, afirmou este ativista.

As iniciativas contra a mineração prosseguem na região e, no domingo, decorrerá um “Clamor” em defesa do Barroso, na capela da Senhora do Monte, aldeia de Cerdedo, também em Boticas.

O “Clamor” é uma procissão de preces, neste caso, contra as minas. Antigamente, as pessoas das aldeias subiam à capela e faziam clamores para pedirem chuva ou sol.

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VILA REAL: CONCURSO PARA CONCLUSÃO DO PAVILHÃO DA ESCOLA DIOGO CÃO

O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.

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O município de Vila Real abriu esta quinta-feira um concurso público, pelo preço base de 900 mil euros, para concluir a requalificação de um pavilhão desportivo, depois de tomar posse administrativa da obra, em abril, por abandono da empreitada.

O anúncio do concurso público para a conclusão da empreitada de requalificação e beneficiação do pavilhão da Escola Diogo Cão foi publicado esta quinta-feira em Diário da República (DR).

O preço base do procedimento é de cerca de 900 mil euros, o prazo para entrega de propostas decorre até 13 de fevereiro e, depois de adjudicada, a obra deve ser concluída em 270 dias.

Em abril, a Câmara de Vila Real informou que tomou posse administrativa da obra de requalificação deste pavilhão desportivo, localizado na cidade, por alegado incumprimento do empreiteiro que terá suspendido e abandonado a empreitada.

O processo encontra-se, neste momento, em tribunal.

Em março de 2022, a Câmara de Vila Real anunciou um investimento 1,2 milhões de euros na reabilitação do pavilhão desportivo da Escola Diogo Cão e, na altura, foi referido que a intervenção demoraria cerca de um ano.

O objetivo da intervenção era dotar o pavilhão, já com mais de 50 anos, de “condições de segurança” para a prática educativa e a formação desportiva, servindo a escola e, após o horário letivo, a comunidade.

A autarquia explicou que a empreitada foi organizada em duas fases distintas, adjudicadas a duas empresas e que, ambas as fases, resultaram de candidaturas apresentadas ao Norte 2020 e tiveram uma comparticipação financeira de 85%.

No entanto, segundo explicou, a “existência de duas fases ao mesmo tempo veio a revelar-se de muito difícil compatibilização exacerbando o comportamento, já de si, pouco consensual” do empreiteiro em causa, tendo mesmo esta empresa “suspendido de forma unilateral a sua empreitada e abandonado a empreitada, obrigando o município a agir em conformidade e em defesa do interesse público municipal”.

Para efeito, a câmara avançou com a aplicação de sanção contratual no valor de cerca de 217 mil euros (mais IVA), “por atraso reiterado no cumprimento das obrigações decorrentes do contrato”, e procedeu “à resolução do contrato a título sancionatório, tomando a posse administrativa da obra, bem como dos bens móveis e imóveis à mesma afetos, procedendo aos inventários, medições e avaliações necessárias”.

O município referiu que vai conseguir recuperar parte do financiamento comunitário desta obra, já no âmbito do novo quadro comunitário.

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MATOSINHOS: MILITAR DA GNR ALVO DE PROCESSO DISCIPLINAR POR ALEGADA AGRESSÃO

O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.

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O Comando Geral da GNR instaurou um processo disciplinar a um militar na sequência de uma alegada agressão a um condutor no sábado, em Perafita, Matosinhos, confirmou hoje à Lusa a Guarda.

Questionada pela Lusa sobre a alegada agressão hoje revelada por vários órgãos de comunicação social com base num suposto vídeo, a Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR respondeu sem nunca mencionar ter havido agressão.

“Cumpre-me informar que a situação visualizada no vídeo ocorreu no passado sábado, dia 25 de janeiro, na localidade de Perafita, em Matosinhos, na sequência de uma ocorrência de acidente de viação, tendo resultado na detenção do condutor envolvido, pelo crime de condução sob influência de álcool”, lê-se na resposta assinada pelo major David dos Santos.

E acrescenta: “adicionalmente, importa ainda referir que, depois de analisadas as imagens no referido vídeo, foi determinada a abertura do respetivo procedimento de âmbito disciplinar, com vista ao apuramento das circunstâncias em que ocorreram os factos”.

A Lusa perguntou também se o militar permanece em funções ou se foi afastado, mas não obteve resposta.

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