INTERNACIONAL
BRASIL: EM 2022 A CADA SEIS HORAS UMA MULHER ERA ASSASSINADA
O Brasil registou um aumento de 5% nos casos de femicídio no ano passado face a 2021, com 1,4 mil mulheres mortas, ou seja, uma a cada seis horas, segundo dados oficiais compilados pelo portal de notícias G1.
O Brasil registou um aumento de 5% nos casos de femicídio no ano passado face a 2021, com 1,4 mil mulheres mortas, ou seja, uma a cada seis horas, segundo dados oficiais compilados pelo portal de notícias G1.
Este número é o maior registado no país desde que a lei de femicídio entrou em vigor, em 2015, e foi obtido com base nos dados oficiais dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal.
Segundo o G1, a subida acontece em contramão ao número de assassínios no país, com 40,8 mil casos (menos 1% em 2022 face a 2021), que foi o menor da série histórica do Monitor da Violência e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Se forem consideradas apenas as mortes de mulheres, o que inclui também os casos que são classificados como femicídios, o número de mortes violentas no Brasil cresceu 3% no mesmo período, dado que indica o aumento de violência contra as mulheres.
Doze estados brasileiros registaram uma subida no número de homicídios de mulheres, segundo o mesmo levantamento, que apontou o Mato Grosso do Sul e Rondônia como os estados com o maior índice de homicídios de mulheres.
Outro dado relevante diz respeito à autoria destes crimes. De acordo com o Anuário de Segurança Pública, divulgado anualmente pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, oito em cada 10 crimes de feminicídio são cometidos pelo parceiro ou ex-parceiro da vítima.
“Ao contrário dos homicídios em geral, cujas motivações são as mais variadas, os femicídios têm sempre o mesmo cerne: a desigualdade de género”, afirmam as pesquisadoras Debora Piccirillo e Giane Silvestre, investigadoras do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) ao G1.
“Esta desigualdade, que está presente nas relações sociais, é baseada na crença de que as mulheres são subalternas aos homens e que as suas vontades são menos relevantes. A violência de género reflete a radicalização desta crença que, muitas vezes, transforma as mulheres em objetos e ‘propriedade’ dos seus parceiros”, concluíram.
INTERNACIONAL
ADVOGADOS DE TRUMP DECLARAM EX-PRESIDENTE INOCENTE NO INÍCIO DE JULGAMENTO
Os advogados de defesa do ex-presidente dos EUA Donald Trump declararam hoje o seu cliente inocente, alegando que o Ministério Público nem sequer devia ter iniciado este processo.
Os advogados de defesa do ex-presidente dos EUA Donald Trump declararam hoje o seu cliente inocente, alegando que o Ministério Público nem sequer devia ter iniciado este processo.
Nas declarações iniciais do julgamento de Trump, os procuradores defenderam que o ex-presidente “orquestrou um esquema criminoso para subverter” as eleições presidenciais de 2016.
Os advogados de defesa alegaram que Trump está inocente, acrescentando que o gabinete do procurador distrital de Manhattan “nunca deveria ter aberto este caso”.
Um painel de jurados nova-iorquinos — 12 jurados e seis suplentes — tomou posse na passada sexta-feira, após quatro dias de seleção do júri, e começou hoje a participar naquele que é o primeiro julgamento criminal contra um ex-presidente dos EUA.
Trump é acusado de falsificar registos comerciais como parte de um alegado esquema para dissimular histórias que acreditava que poderiam prejudicar a sua campanha presidencial em 2016.
No centro das acusações está um pagamento de cerca de 100 mil euros feito à atriz pornográfica Stormy Daniels por Michael Cohen, ex-advogado de Trump, para evitar que fosse conhecida uma relação extramatrimonial com o empresário.
Os procuradores dizem que Trump dissimulou a verdadeira natureza dos pagamentos falsificando documentos comerciais.
O ex-presidente nega ter tido um encontro sexual com Daniels e os seus advogados argumentam que os pagamentos feitos a Cohen foram despesas legais legítimas, declarando-se inocente de 34 acusações criminais de falsificação de registos comerciais.
Um dos advogados de defesa de Donald Trump concentrou-se durante as declarações iniciais em repetir argumentos colocando em questão a credibilidade de uma das principais testemunhas da acusação: Michael Cohen.
O advogado Todd Blanche forneceu um extenso relato sobre o cadastro criminal de Cohen e sobre o facto de ele já ter sido condenado por mentir sob juramento.
Blanche acusou Cohen de ser “obcecado pelo ex-presidente”, dizendo que “o seu sustento financeiro depende da destruição da reputação de Trump.
“Não se pode tomar uma decisão séria sobre o presidente Trump confiando nas palavras de Michael Cohen”, argumentou Blanche.
Antecipando os prováveis ataques da defesa à sua principal testemunha, o procurador Matthew Colangelo reconheceu o cadastro criminal de Cohen, logo no início do julgamento.
Os advogados de defesa argumentaram ainda que Trump não teve nada a ver com os pagamentos feitos para evitar que histórias sobre a sua vida sexual se tornassem públicas, nas vésperas das eleições presidenciais de 2016.
Blanche questionou em particular a insinuação feita pela acusação de que o pagamento a Stormy Daniels se destinava a tentar influenciar o resultado das eleições presidenciais.
“Não há nada de errado em tentar influenciar uma eleição. Isso chama-se democracia”, concluiu o advogado.
INTERNACIONAL
RÚSSIA VAI TOMAR MEDIDAS SE A POLÓNIA INSTALAR ARMAS NUCLEARES
Moscovo declarou que vai tomar medidas para garantir a própria segurança se a Polónia acolher armas nucleares, depois de o Presidente polaco ter evocado a possibilidade de instalar esse armamento no país.
Moscovo declarou que vai tomar medidas para garantir a própria segurança se a Polónia acolher armas nucleares, depois de o Presidente polaco ter evocado a possibilidade de instalar esse armamento no país.
“As Forças Armadas vão, naturalmente, analisar a situação e, em qualquer caso, tomar todas as medidas de retaliação necessárias para garantir a nossa segurança”, disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.
O porta-voz do chefe de Estado russo referia-se diretamente às declarações do Presidente polaco Andrzej Duda, que declarou que a Polónia é um país “pronto a aceitar armas nucleares” de países aliados.
Numa entrevista publicada pelo diário polaco “Fakt”, Duda afirmou que “a Rússia está a militarizar cada vez mais Kaliningrado”, o antigo enclave russo que faz fronteira com a Polónia e a Lituânia, e que Moscovo “também tem transferido armas nucleares para a Bielorrússia”.
“Se os nossos aliados decidirem instalar mísseis nucleares no nosso território, estamos preparados”, afirmou.
“Fazemos parte da Aliança do Atlântico Norte e, por conseguinte, temos obrigações nesta matéria, o que significa que aplicamos simplesmente uma política de interesses comuns”, acrescentou.
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