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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

NOS E ALTICE DIZEM QUE NÃO ESTÃO LIVRES DE SER ALVO DE ATAQUE COMO A VODAFONE

As operadoras NOS e Altice alertaram hoje, durante o congresso da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), que “ninguém está 100% livre” de sofrer um ataque como o que afetou a Vodafone em fevereiro.

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As operadoras NOS e Altice alertaram hoje, durante o congresso da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), que “ninguém está 100% livre” de sofrer um ataque como o que afetou a Vodafone em fevereiro.

Num debate, as três operadoras deram conta do trabalho que realizaram nessa altura, em conjunto, para ajudar a estabilizar a rede da Vodafone.

“Depois de um incidente excecional seguiu-se uma operação de recuperação” rápida, referiu Paulino Corrêa, que lidera a área de redes (Chief Network Officer) da Vodafone em Portugal, referindo que a empresa contou com o “apoio das outras operadoras”.

“As questões de cibersegurança não são românticas como vemos nas séries”, referiu, indicando que “a segurança já era uma prioridade fortíssima”, alvo de variadas auditorias e que nem isso foi suficiente, garantindo “ninguém está 100% livre”.

Para o gestor, “é preciso criar condições para que não se volte a repetir” um evento destes, mas, se acontecer, tentar reduzir o impacto ao máximo. “Quem diz que está livre está a enganar-se a si próprio”, indicou, destacando que as principais vítimas foram os clientes, com entidades como os bombeiros a serem afetadas.

Jorge Graça, administrador executivo da NOS, disse que um ataque simultâneo às três empresas não é impossível, avisando que, nesse caso, “o país parava” e as operadoras não se conseguiriam suportar mutuamente. “Acho que o setor não lhe vê reconhecida essa importância”, lamentou.

Para o gestor, com a implementação do 5G, a questão da cibersegurança, para evitar estes ataques, torna-se ainda mais importante, apontando por exemplo o impacto em futuros carros autónomos ou cirurgias a decorrer. “Pode haver danos, vidas postas em causa. Há uma necessidade grande de reconhecer esse papel que temos”, rematou.

Para João Teixeira, administrador com o pelouro da tecnologia (Chief Technology Officer) da Altice, “o que ressalta” deste episódio é que conseguiram “interagir os três” e perceber “que é um bem comum, e esta ligação tem de ser mantida” para “partilhar problemas” e outras experiências que possam vir a existir.

No encerramento do primeiro dia do congresso, o secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, Mário Campolargo, destacou a importância de capacitar os cidadãos e Administração Pública para a importância da cibersegurança.

“O sucesso da digitalização e, por inerência, da modernização do país depende ainda e muito da confiança das pessoas no Estado e na utilização dos meios digitais, que está assente numa consciencialização para os riscos e na criação de uma perceção fundamentada que nos faça sentir tão seguros na vida digital como mundo físico”, referiu.

Por isso, “o Governo entende ser fundamental a promoção da capacitação para a cibersegurança das entidades públicas e privadas”, rematou.

O 31.º congresso da APDC arrancou hoje, em formato híbrido, e termina esta quinta-feira.

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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

MARTE TEVE PERÍODOS QUENTES E ÁGUA DURANTE 40 MILHÕES DE ANOS

Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

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Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

O facto de atualmente Marte ser frio e seco mas ter tido rios e lagos há vários milhares de milhões de anos intriga os cientistas há décadas.

“Tem sido um verdadeiro mistério que houvesse água líquida em Marte, porque Marte está mais longe do Sol e, além disso, o Sol era mais fraco no início”, explicou, em comunicado, Danica Adams, investigadora de pós-doutoramento da NASA na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas John A. Paulson (SEAS) de Harvard e principal autora do novo artigo publicado na Nature Geoscience.

Anteriormente, existia a teoria de que o hidrogénio era o ingrediente mágico que, quando misturado com o dióxido de carbono da atmosfera marciana, desencadeava episódios de aquecimento global. Mas a vida útil do hidrogénio atmosférico é curta, pelo que foi necessária uma análise mais detalhada.

Agora, Adams, o professor Robin Wordsworth de Ciências Ambientais e Engenharia na SEAS, e a sua equipa realizaram modelação fotoquímica (semelhante aos métodos utilizados hoje em dia para rastrear poluentes atmosféricos) para preencher os detalhes da relação da atmosfera marciana primitiva com o hidrogénio e como este relacionamento mudou ao longo do tempo.

“Marte antiga é um mundo perdido, mas pode ser reconstruído em detalhe se fizermos as perguntas certas”, frisou Wordsworth.

“Este estudo sintetiza a química atmosférica e o clima pela primeira vez para fazer algumas previsões surpreendentes que podem ser testadas quando trouxermos rochas de Marte para a Terra”, acrescentou.

Adams modificou um modelo chamado CINETICA para simular como uma combinação de hidrogénio e outros gases que reagem com o solo e o ar controlavam o clima marciano primitivo.

Descobriu que durante os períodos Noachiano e Hesperian, entre há 4 e 3 mil milhões de anos, Marte passou por períodos quentes episódicos ao longo de cerca de 40 milhões de anos, com cada evento a durar 100.000 anos ou mais.

Estas estimativas são consistentes com as características geológicas de Marte atualmente. Os períodos quentes e húmidos eram causados pela hidratação da crosta, ou perda de água do solo, que fornecia hidrogénio suficiente para se acumular na atmosfera durante milhões de anos.

“Identificámos escalas de tempo para todas estas alternâncias. E descrevemos todas as peças no mesmo modelo fotoquímico”, sublinhou Adams.

O trabalho de modelação fornece novas perspetivas potenciais sobre as condições que sustentaram a química prebiótica (os fundamentos da vida posterior como a conhecemos) durante os períodos quentes, e os desafios para a persistência dessa vida durante os intervalos frios e oxidativos.

Adams e outros cientistas estão a começar a trabalhar para encontrar evidências destas alternâncias utilizando modelos químicos isotópicos e planeiam comparar estes resultados com rochas da próxima missão Mars Sample Return (MRS).

Como Marte não possui placas tectónicas, ao contrário da Terra, a superfície visível atualmente é semelhante à de antigamente, tornando a sua história dos lagos e rios muito mais intrigante, realçou ainda.

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ASTEROIDE BENNU REVELOU EXISTÊNCIA DE MOLÉCULAS DE ADN

Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

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Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

De acordo com o trabalho publicado esta quarta-feira na revista científica Nature Astronomy, as amostras analisadas revelaram a presença das cinco bases nitrogenadas — adenina, guanina, citosina, timina e uracilo — necessárias para a construção de ADN e ARN.

Foram igualmente identificados pelos investigadores da Universidade Hokkaido, no Japão, os compostos xantina, hipoxantina e ácido nicotínico (vitamina B3).

Uma amostra de 121,6 gramas do asteroide Bennu chegou à Terra em 2023 à “boleia” da missão Osiris-Rex, da agência espacial norte-americana (NASA).

Tratou-se da maior amostra extraterrestre recolhida e enviada para a Terra.

Segundo uma das teses, os asteroides (corpos rochosos do Sistema Solar) contribuíram com água e componentes químicos essenciais para a vida na Terra há milhares de milhões de anos.

Embora os meteoritos na Terra provenham de asteroides, a interpretação dos seus dados “é desafiante” face à “exposição à humidade” da atmosfera e a “uma biosfera descontrolada”, refere a Universidade Hokkaido em comunicado, assinalando que “amostras imaculadas recolhidas de asteroides no espaço são os candidatos ideais”.

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