NACIONAL
CRIME: FURTOS E ROUBOS DE VEÍCULOS DIMINUÍRAM 27,4% NOS ÚLTIMOS ANOS – PSP
A PSP anunciou este sábado que no último ano foram identificados 501 suspeitos e detidos 132 cidadãos no âmbito da criminalidade automóvel, salientando, contudo, que nos últimos cinco anos registou-se uma diminuição de 27,4% de furtos e roubos de veículos.

A PSP anunciou este sábado que no último ano foram identificados 501 suspeitos e detidos 132 cidadãos no âmbito da criminalidade automóvel, salientando, contudo, que nos últimos cinco anos registou-se uma diminuição de 27,4% de furtos e roubos de veículos.
“Trata-se de um fenómeno de alguma complexidade, e constitui-se, de acordo com a Europol, como um dos pilares da criminalidade organizada mais lucrativa e que frequentemente serve de suporte a outras formas de criminalidade violenta e grave”, refere a PSP.
Nesse sentido, a PSP, principalmente desde 2019, com a criação da Unidade Nacional de Investigação de Criminalidade Automóvel (UNICA), estabeleceu a criminalidade automóvel como uma prioridade, com “o objetivo primordial de combater a criminalidade associada a este setor, nomeadamente no que diz respeito a burlas a seguros automóvel e às suas três tipologias criminais mais significativas”.
São elas “o furto de veículo motorizado, o roubo de veículo motorizado e o furto de componentes de veículo”, afirma, em comunicado.
Os dados revelados este sábado revelam que em 2023, a PSP registou 4.421 furtos de veículo motorizado, 77 roubos de veículo motorizado e três furtos de máquinas industriais ou agrícolas, totalizando 4.501 ocorrências.
Estes números representam “uma diminuição de 9,9% relativamente ao ano de 2022 e de 27,4% quando comparados com 2019 (ano da criação da UNICA)”.
Quanto ao valor total dos furtos e roubos de veículos motorizados e de máquinas industriais ou agrícolas denunciados em 2023, que atingiu cerca de 28.701.200 euros, verifica-se também uma diminuição de cerca de 9% comparativamente a 2022 e de 53,6% relativamente a 2019.
Dos fenómenos criminais englobados na criminalidade automóvel, o furto de componentes de veículo é, segundo a PSP, aquele que regista mais ocorrências, seguindo-se o furto de veículo e, por fim, o roubo de veículo.
No âmbito destes dois últimos fenómenos criminais referidos, analisadas as categorias e classes dos veículos, a PSP observou que os veículos ligeiros de passageiros representam 71% do total de veículos furtados/roubados.
As viaturas furtadas e/ou roubadas, geralmente, têm “como principal destino o desmantelamento para aproveitamento de peças, sendo crescente o registo de identificação de peças e componentes de viaturas furtadas em veículos recuperados/apreendidos”.
“Esta é uma natureza de crime englobada no designado furto motivado pelo lucro, distinguindo-se do crime de furto de curto prazo ou furto de uso, onde a finalidade prevalente é a utilização temporária do veículo para determinadas finalidades, acabando por ser recuperado após esgotada essa necessidade de utilização”, salienta.
Relativamente ao crime de roubo de veículo, a PSP esclarece que “o aumento do número de ocorrências é residual, tendência da qual se excetua o ano de 2021, janela temporal em que se atingiu um pico de 108 roubos”.
No que respeita ao furto de componentes de veículo, este apresenta-se como “um fenómeno com elevada volatilidade, podendo variar muito rapidamente em objeto e em número. Se nas décadas de 1990 e 2000 se circunscrevia aos autorrádios e a jantes, atualmente está mais consubstanciado aos volantes multifunções e às consolas centrais de determinadas marcas e modelos”.
Segundo esta polícia, o modus operandi mais recorrente é a quebra do vidro triangular traseiro, para acesso ao interior do veículo.
Refere que o furto destes componentes, normalmente, é motivado pela necessidade de substituição de volantes que dispararam o sistema de airbag, dispositivo esse que não é isoladamente reparado ou substituído pelas marcas dos veículos. Por outro lado, verifica-se também uma grande procura de volantes mais desportivos, podendo o furto dos mesmos estar associado à intenção de valorização de outros veículos.
Por força das ações disruptivas levadas a cabo pela PSP, especialmente focadas para o combate ao furto de catalisadores, “o número de ocorrências de furto deste componente diminuiu consideravelmente, não apresentando relevância criminal nos registos de 2023”.
De acordo com os dados a que a Lusa teve acesso, em 2023, foram identificados 501 suspeitos (465 por furto de veículo e 36 por roubo de veículo) e detidos 132 suspeitos (118 por furto de veículo e 14 por roubo de veículo).
A detenção de suspeitos pelos crimes de furto e roubo de veículo representa um aumento de 1,7% relativamente ao ano de 2022 e de 20,3% comparativamente a 2020.

NACIONAL
ERC DETETA HIBRIDIZAÇÃO ENTRE INFORMAÇÃO E OPINIÃO EM NOTICIÁRIOS EM 2023
Os noticiários de horário nobre da RTP1, RTP2, SIC, TVI e CMTV em 2023 têm em comum a tendência de inserção de comentário nos alinhamentos demarcados como opinião, detetando-se “a hibridização entre informação e opinião” em certos casos.

Os noticiários de horário nobre da RTP1, RTP2, SIC, TVI e CMTV em 2023 têm em comum a tendência de inserção de comentário nos alinhamentos demarcados como opinião, detetando-se “a hibridização entre informação e opinião” em certos casos.
Esta informação consta do relatório de avaliação dos deveres de rigor e de isenção na informação diária de horário nobre, elaborado pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), hoje divulgado.
No total foram analisadas 140 edições de blocos informativos com 3.952 peças dos quatro serviços de programas generalistas nacionais de acesso não condicionado livre — RTP1, RTP2, SIC e TVI — e pelo serviço de programas generalista nacional de acesso não condicionado com assinatura — CMTV, num total de 170 horas, 28 minutos e 53 segundos de emissão.
“Neste relatório, a ERC destaca como característica comum a todos os noticiários a tendência de inserção de espaços de comentário nos alinhamentos devidamente demarcados como opinião, sendo atribuídos a personalidades que os operadores apresentam como comentadores”, refere o regulador de media.
“Porém, detetou-se a hibridização entre informação e opinião em certos casos que desafiam a delimitação clara da natureza do conteúdo emitido, o que merece reflexão”, acrescenta.
Nos noticiários da RTP1, RTP2, SIC e TVI, a ERC regista que “a percentagem de peças que têm informação atribuída (isto é, que identificam pelo menos uma fonte de informação) se situa entre os 86% e 93%” e que, “no caso da CMTV, a tendência verificada neste indicador é relativamente inferior (66% das peças)”.
Quando analisado o nível de atribuição da origem da informação, para todos os serviços de programas, observa-se “que essa atribuição foi parcial entre 24% a 34% dos casos, o que significa que apenas parte das fontes de informação foram identificadas corretamente”.
De acordo com a análise, registou-se também “o predomínio de peças que não exigiram a aplicação do princípio do contraditório, sendo que, nos casos em que era exigido, tal foi genericamente respeitado”.
Constata-se ainda que “são residuais (0,4%) as peças com elementos suscetíveis de desrespeitar a presunção da inocência, observando-se que a grande maioria dos casos identificados ocorre no ‘Grande Jornal’ da CMTV”.
Na análise, “não foram identificadas situações de incitamento à violência ou ao ódio contra pessoas ou grupos de pessoas em razão do sexo, raça, cor, origem étnica ou social, orientação sexual ou outros fatores passíveis de discriminação”.
A versão completa do relatório pode ser consultada em: https://www.erc.pt/pt/a-erc/noticias/erc-analisa-rigor-e-isencao-nos-noticiarios-de-horario-nobre-da-rtp1-rtp2-sic-tvi-e-cmtv-em-2023/.
NACIONAL
GOVERNO APROVA NOVO REGIME DE CIBERSEGURANÇA
O Conselho de Ministros aprovou hoje a proposta de lei do novo regime de cibersegurança que vai ser enviada para o parlamento, anunciou o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, que a classificou de “reforma profunda”.

O Conselho de Ministros aprovou hoje a proposta de lei do novo regime de cibersegurança que vai ser enviada para o parlamento, anunciou o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, que a classificou de “reforma profunda”.
“Esta proposta de lei para enviar para o parlamento (…) reforça muito a capacidade e robustez dos sistemas informáticos e digitais e das defesas de empresa e das entidades públicas em Portugal, por um lado”, afirmou o ministro, na conferência de imprensa.
O novo regime “robustece o nível de segurança, aumenta os poderes de supervisão, alarga as obrigações e os deveres que as empresas e as entidades públicas têm para proteger a sua atividade” e os seus sistemas no espaço digital.
Por outro lado, uma “opção típica deste Governo, diferente de muitos governos europeus, queremos fazê-lo reduzindo ao máximo os custos de contexto, simplificando a legislação, facilitando a vida às empresas e aos cidadãos”, acrescentou.
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