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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

ESTUDO CIENTÍFICO REVELA UMA RELAÇÃO ENTRE OBESIDADE E A NEURODEGENERAÇÃO

Uma dieta rica em açúcar que induz a obesidade, contribui potencialmente para um risco aumentado de doenças neurodegenerativas, pois desencadeia uma resistência à insulina no cérebro e afeta a eliminação de resíduos neuronais, ao que indica um estudo.

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Uma dieta rica em açúcar que induz a obesidade, contribui potencialmente para um risco aumentado de doenças neurodegenerativas, pois desencadeia uma resistência à insulina no cérebro e afeta a eliminação de resíduos neuronais, ao que indica um estudo.

A investigação encabeçada pela equipa de Fred Hutchinson Cancer Research Centre, nos Estados Unidos, que o [estudo] publicou na revista científica de acesso aberto PLOS, em que aponta uma relação entre obesidade e doenças neurodegenerativas, como as doenças de Alzheimer e Parkinson.

A investigação terá impacto em terapias destinadas a reduzir o risco de desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, indicou a revista científica onde foi publicado.

O estudo permite compreender como “as dietas indutoras da obesidade contribuem potencialmente para o aumento do risco de doenças neurodegenerativas”, realçaram os autores.

Embora a obesidade seja conhecida por ser um fator de risco para doenças neurodegenerativas, como exatamente uma leva à outra ainda é um mistério. Por isso, o estudo focou-se nesta questão, aproveitando a semelhança genética entre humanos e moscas das frutas (de acordo com um artigo publicado na BBC News Brasil, 75% dos genes identificados nas doenças humanas são também encontrados na mosca da fruta).

O estudo mostra que uma dieta rica em açúcar — uma ‘marca registada’ da obesidade — causa resistência à insulina no cérebro, o que por sua vez reduz a capacidade de eliminar detritos neuronais, aumentando assim o risco de neurodegeneração.

A equipa concentrou-se no cérebro da mosca, especificamente nas células gliais, porque se sabe que a disfunção microglial leva à degeneração neuronal.

Os níveis da proteína PI3k indicam a capacidade de uma célula responder à insulina, e o estudo revelou que a dieta rica em açúcar causou uma redução na insulina nas células gliais, indicando resistência à insulina.

Além disso, os cientistas examinaram o equivalente da microglia na mosca, cuja função principal é remover detritos neuronais, que apresentavam baixos níveis da proteína Draper, o que indicou uma deterioração da sua função.

Outros testes revelaram que a redução artificial dos níveis de PI3k causou resistência à insulina e baixos níveis de Draper no equivalente da microglia na mosca.

Os investigadores mostraram ainda que, depois de danificar os neurónios olfativos, o equivalente da microglia na mosca não conseguiu remover axónios degenerados em moscas com dieta rica em açúcar, porque os seus níveis de Draper não aumentaram.

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CIÊNCIA & TECNOLOGIA

MARTE TEVE PERÍODOS QUENTES E ÁGUA DURANTE 40 MILHÕES DE ANOS

Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

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Cientistas de Harvard determinaram os mecanismos químicos através dos quais Marte era capaz de manter calor suficiente nos seus primórdios para sustentar água e possivelmente vida.

O facto de atualmente Marte ser frio e seco mas ter tido rios e lagos há vários milhares de milhões de anos intriga os cientistas há décadas.

“Tem sido um verdadeiro mistério que houvesse água líquida em Marte, porque Marte está mais longe do Sol e, além disso, o Sol era mais fraco no início”, explicou, em comunicado, Danica Adams, investigadora de pós-doutoramento da NASA na Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas John A. Paulson (SEAS) de Harvard e principal autora do novo artigo publicado na Nature Geoscience.

Anteriormente, existia a teoria de que o hidrogénio era o ingrediente mágico que, quando misturado com o dióxido de carbono da atmosfera marciana, desencadeava episódios de aquecimento global. Mas a vida útil do hidrogénio atmosférico é curta, pelo que foi necessária uma análise mais detalhada.

Agora, Adams, o professor Robin Wordsworth de Ciências Ambientais e Engenharia na SEAS, e a sua equipa realizaram modelação fotoquímica (semelhante aos métodos utilizados hoje em dia para rastrear poluentes atmosféricos) para preencher os detalhes da relação da atmosfera marciana primitiva com o hidrogénio e como este relacionamento mudou ao longo do tempo.

“Marte antiga é um mundo perdido, mas pode ser reconstruído em detalhe se fizermos as perguntas certas”, frisou Wordsworth.

“Este estudo sintetiza a química atmosférica e o clima pela primeira vez para fazer algumas previsões surpreendentes que podem ser testadas quando trouxermos rochas de Marte para a Terra”, acrescentou.

Adams modificou um modelo chamado CINETICA para simular como uma combinação de hidrogénio e outros gases que reagem com o solo e o ar controlavam o clima marciano primitivo.

Descobriu que durante os períodos Noachiano e Hesperian, entre há 4 e 3 mil milhões de anos, Marte passou por períodos quentes episódicos ao longo de cerca de 40 milhões de anos, com cada evento a durar 100.000 anos ou mais.

Estas estimativas são consistentes com as características geológicas de Marte atualmente. Os períodos quentes e húmidos eram causados pela hidratação da crosta, ou perda de água do solo, que fornecia hidrogénio suficiente para se acumular na atmosfera durante milhões de anos.

“Identificámos escalas de tempo para todas estas alternâncias. E descrevemos todas as peças no mesmo modelo fotoquímico”, sublinhou Adams.

O trabalho de modelação fornece novas perspetivas potenciais sobre as condições que sustentaram a química prebiótica (os fundamentos da vida posterior como a conhecemos) durante os períodos quentes, e os desafios para a persistência dessa vida durante os intervalos frios e oxidativos.

Adams e outros cientistas estão a começar a trabalhar para encontrar evidências destas alternâncias utilizando modelos químicos isotópicos e planeiam comparar estes resultados com rochas da próxima missão Mars Sample Return (MRS).

Como Marte não possui placas tectónicas, ao contrário da Terra, a superfície visível atualmente é semelhante à de antigamente, tornando a sua história dos lagos e rios muito mais intrigante, realçou ainda.

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ASTEROIDE BENNU REVELOU EXISTÊNCIA DE MOLÉCULAS DE ADN

Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

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Cientistas japoneses detetaram numa amostra do asteroide Bennu as moléculas necessárias para a formação de ADN e ARN, suportando a teoria de que os asteroides podem ter transportado, por impacto, os blocos de construção da vida para a Terra.

De acordo com o trabalho publicado esta quarta-feira na revista científica Nature Astronomy, as amostras analisadas revelaram a presença das cinco bases nitrogenadas — adenina, guanina, citosina, timina e uracilo — necessárias para a construção de ADN e ARN.

Foram igualmente identificados pelos investigadores da Universidade Hokkaido, no Japão, os compostos xantina, hipoxantina e ácido nicotínico (vitamina B3).

Uma amostra de 121,6 gramas do asteroide Bennu chegou à Terra em 2023 à “boleia” da missão Osiris-Rex, da agência espacial norte-americana (NASA).

Tratou-se da maior amostra extraterrestre recolhida e enviada para a Terra.

Segundo uma das teses, os asteroides (corpos rochosos do Sistema Solar) contribuíram com água e componentes químicos essenciais para a vida na Terra há milhares de milhões de anos.

Embora os meteoritos na Terra provenham de asteroides, a interpretação dos seus dados “é desafiante” face à “exposição à humidade” da atmosfera e a “uma biosfera descontrolada”, refere a Universidade Hokkaido em comunicado, assinalando que “amostras imaculadas recolhidas de asteroides no espaço são os candidatos ideais”.

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